O problema mantém-se. Redução da frota de fragatas de "5" para 4, quadruplicação do número de logísticos de 1 para 4. A necessidade de mais fragatas aumenta, mas a número real de fragatas reduz-se.
A compra das 2 M restantes, pode ser uma excelente compra, ou um presente envenenado para o futuro da MGP. Uma redução formal para 4 fragatas de segunda-linha (é o que as M são), todas elas a terem que ser substituídas entre 2035-2040, vai ser um problema de difícil resolução na próxima década. Corremos o risco de, por essa altura, vermos essas 4 fragatas a serem substituídas por apenas 3.
Precisamos de dar um salto tecnológico em termos de fragatas ao mesmo tempo que se mantém o número mínimo de 5 navios, e neste momento temos um pretexto para o fazer e convencer a opinião pública. Se não o fizerem já, convencerem o Governo e a população da necessidade de investir uns 1500 milhões em 2 fragatas novas a curto prazo, não vai ser na próxima década que vão convencer as pessoas da necessidade de investir 4/5/6 mil milhões em 4 fragatas novas topo de gama (sim, porque não há qualquer indicativo de que fragatas daqui a 10 anos mantenham os preços de hoje sequer).
A única situação em que seria aceitável ficar reduzido às 4 M, era se em paralelo entrássemos formalmente no programa das EPC, com 2 navios encomendados na versão de combate, o que permitiria então que as 4 M fossem substituídas por 3 ASWF e na pior das hipóteses saíamos com um número de 5 combatentes de superfície modernos.
A outra opção mais ou menos aceitável, é com um 4+4, com 4 fragatas e 4 submarinos, mas mesmo neste caso, teria de haver garantias de que as 4 fragatas eram substituídas por outras 4 (algo que é quase impossível na próxima década) e que os 2 submarinos adicionais fossem submarinos a sério (na onda dos U-212 ou U-214), e não submarinos low-cost.
Vai ser necessário mudar mentalidades, porque a noção generalizada acerca da MGP, é que qualquer coisa é melhor do que aquilo que temos, e isto tem efeitos nefastos quando nos debates internos ou externos, não há um plano ou padrão mínimo, mas sim uma ideia de que a opção X "é melhor do que nada".