O problema é que mesmo com orçamentos específicos para determinadas aquisições, arranjam sempre forma de lixar os programas. Basta ver o dos sistemas AA, que mesmo havendo uma instituição como a NSPA a tratar do assunto, lá conseguem adiar várias vezes este processo, processo esse com valores risórios alocados. Ou basta olhar para as BD com mastro oco, supostamente iam ficar iguais às congéneres Belgas e Holandesas, e afinal olha, gastaram a chapa a modificar o mastro, para ter apenas o sistema electro-óptico.
O triste é haver dinheiro para pagar o 390 em adiantado, mas depois não há dinheiro para adquirir certos equipamentos urgentes no imediato, como o AOR, um par de LDGs ou LDMs, etc. Também é triste ter chefias e ministros que estão completamente alheios a equipamentos militares modernos, já que todos os anos surgem programas super interessantes, parcerias entre países, e afins e a nós passa tudo ao lado. Excepto o 390, nesse somos pioneiros e nem olhámos a riscos, noutros programas, se calhar o argumento de não nos juntarmos aos holandeses ou espanhóis para novas fragatas são os riscos.
O problema é que depois de 2024 Portugal tem que obrigatoriamente gastar um certo valor em material, ate podem comprar Mercedes blindados para os ministros e ambulâncias camufladas para o INEM. Mas tem que gastar o dinheiro na mesma.
Se nos 2% do PIB podem fazer umas maroscas, nos 20% é muito mais difícil.
Da mesma forma que arranjaram o truque das forças armadas pagarem os metros quadrados que usam para fingir que se gasta o dinheiro da Lei das Infraestruturas Militares, fazem o mesmo para a LPM, desta feita fazem as forças armadas "pagar" cada km que andam com os seus meios (seja navio, veículo ou avião), com valores distintos entre zonas urbanas, semi-urbanas, rurais e ilhas e espaço aéreo e marítimo sobre a ZEE, uma "taxa de deslocações". Também metem portagens à porta de cada quartel, doca de cada porto/base naval e pista de cada base aérea. O resto do orçamento, vai para uns MLUs às casas dos almirantes, comandantes e oficiais dos três ramos. Portões eléctricos, arame farpado, segurança privada, relva gourmet, bunker subterrâneo para o caso de ameaça nuclear.... Devem sobrar 50 milhões/ano para aquisições militares.