Não creio que os franceses paguem alguma coisa. Para eles certamente faria mais sentido que comprássemos hélis de ataque feitos lá, em vez de ir comprar à Embraer. Eventualmente promover de alguma forma o financiamento da dupla H145M e o futuro H160, ou Tiger e NH-90. Penso que a opção de financiar uma aeronave brasileira estivesse no fim da lista.
Os Franceses operam o Tucano, têm parcerias milionárias com o Brasil, caso do Prosup, insistem para Portugal ir para a RCA e agora para o Mali. A noticia dos ST vem inclusive num site francês. Deixam-nos comprar Leonardo sem uma contra-proposta da Airbus, a qual esteve para nos vender o NH90 e o 635, já para não falar do A400. Podem ser coincidências eu acredito que não.
Eu até acredito que paguemos por inteiro os ST.
Acreditava se fosse a versão apenas de treino. A COIN acredito que não, que existem interesses por trás, e que Portugal após a situação falhada da escola de treino, aproveitou a boleia para arranjar algum financiamento, que pague parte da aquisição. A FAP nisto tem-se mexido bem, já que tanto para os Falcon como para os C130 e Epsilon arranjou comparticipação de verbas comunitárias em, salvo erro, 12 milhões em 24.
Basta ver que o KC vem do mesmo sítio, e é o segundo programa mais caro da história das FA portuguesas, e não só pagamos tudo, como até pagamos em adiantado.
Normal porque a Embraer precisa de dinheiro, para desenvolver, certificar e mostrar o aparelho. Se reparares os brasileiros fizeram exactamente o mesmo com a SAAB. Mas quando foi preciso reforça o SAR foram comprar 295 à Airbus, porque desenvolver um cargueiro já é o que é, juntar uma versão SAR é outra historia. Sai mais barato a primeira. Daí achar que compramos o KC demasiado cedo e com unidades a mais (nunca ia inicialmente a mais que duas, no máximo 3).
Quando convém, surge o dinheiro. Infelizmente a agilidade orçamental não é igual para outros programas. Porque será?
Sem dúvida. Mas coloquemos isto num ponto de vista puramente económico. Safamos o BES e o BPN e deixamos cair o BPP porquê? O impacto não é o mesmo, percas e ganhos idem. É evidente que podemos ver isto do prisma "Grandes contratos não vão à Central de Compras da NATO", porque se ganha bom dinheiro por fora e assim não é preciso escolher (porque já está escolhido). Agora, primeiro vivemos no bananal e o que não falta são concursos impugnados porque quem perde, pode-o fazer. Depois, parece-me que o problema aqui é não comprar em segunda mão ou comparticipado. É que não me recordo de nenhum negócio entre estados ou com comparticipação NATO (tipo as BD, VdG ou os F16), que tenha dado para o torto, com comissões e afins (o que explica não existirem helis para venda
). Aliás, desde os Subs às Pandur, venha o diabo e escolha. Talvez o único caso sejam os Sf300, mas isso meteu uma "modernização" esquisita com o Alfeite pelo meio, que resultou em financiamento dos Estaleiros por baixo do pano. E campos de golfe à parte, os preços e o trabalho que atualmente o Alfeite executa à MGP, explica muito do estado a que a mesma chegou. Por isso se calhar comprar Embraer até é bem pensado.
Cumprimentos