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Publicação: 01-09-2010 09:22   |  Última actualização: 01-09-2010 11:09

Protesto contra subida de preços gera caos na capital de Moçambique


A polícia moçambicana prendeu, hoje, manifestantes em Maputo (capital), ao mesmo tempo que escoltou carros particulares e veículos dos Transportes Públicos de Moçambique (TPM), apedrejados por grevistas que protestam contra subida dos preços dos transportes e dos bens essenciais. As autoridades disparam para o ar para tentar dispersar as pessoas, mas o caos está nas ruas, com algumas delas cortadas por pneus queimados.

O Governo português não tem conhecimento de quaisquer portugueses envolvidos nos protestos que hoje decorrem em Moçambique.

"Não temos conhecimento de qualquer português que tenha sido envolvido de qualquer maneira nas manifestações", disse à Agência Lusa fonte do gabinete do secretário de Estado das Comunidades.

Populares moçambicanos queixaram-se à agência Lusa de que "a situação não está a dar", referindo-se ao aumento do custo de vida.

Para hoje estão previstos aumentos dos preços da água e da luz e dentro de dias do pão, depois de os combustíveis terem aumentado em Moçambique quatro vezes, nos últimos meses.

A manifestação de hoje já era anunciada na terça feira, por e-mail e por mensagens, mas a polícia alertou, nesse dia, que nenhuma manifestação estava autorizada, apelando para a calma.



Violência na zona do aeroporto e no centro

Ainda assim, na manhã de hoje, há relatos da imprensa de apedrejamento de autocarros, tiros e disparos de gás lacrimogéneo em vários bairros de Maputo, onde milhares de pessoas protestam.

A polícia moçambicana disparou contra os manifestantes e há vários feridos, constatou a Lusa em alguns bairros da capital de Moçambique.

Não é possível quantificar o número de feridos ou a existência de mortos, embora alguns órgãos de comunicação social falem de pelo menos dois mortos, duas crianças, na zona do aeroporto.

A televisão STV já mostrou imagens de alguns populares baleados.

Na zona do aeroporto da capital de Moçambique, segundo fontes contactadas pela Lusa, apesar dos disparos e de a polícia já ter começado a prender manifestantes, há carros a chegar com mais manifestantes e há ambulâncias no local.

A entrada em Maputo para quem chega do norte de Moçambique, a principal porta de entrada na capital, está cortada com pneus e só a polícia circula, constatou a Lusa no local.

Na zona perto do estádio do Zimpeto, após o bairro do Jardim, a polícia efetuou disparos para dispersar manifestantes, que colocaram pneus a arder na estrada.

A avenida de Angola, no centro da cidade, está cortada ao trânsito e há pneus a arder, tendo sido apedrejado um autocarro.

No bairro da Coop, segundo a imprensa, há relatos de tiros.

Vandalismo e lojas saqueadas

Na avenida Sebastião Mabote, em direção à praça de Magoanine, grupos de jovens estavam hoje de manhã a partir garrafas e a queimar pneus. Lojas do bairro de Magoanine, começaram a ser saqueadas por populares.

Das várias lojas, a Lusa viu populares a sair carregados de caixas de cerveja mas também com refrigerantes e arroz.

No local não é visível grande aparato policial e só a dependência do Millennium Bim está a ser guardada por dois polícias.

O bairro de Magoanine foi o epicentro dos protestos de há dois anos, quando as pessoas também saíram à rua contra o aumento do custo de vida.

Outras entradas em Maputo também estão bloqueadas, como a da Matola. Na cidade da Matola, ao lado de Maputo, algumas lojas começaram a ser invadidas e saqueadas, disse à Lusa outra fonte.

Lusa

http://sic.sapo.pt/online/noticias/mund ... mentos.htm

[P44]

Publicação: 01-09-2010 10:49   |  Última actualização: 01-09-2010 11:08

Avião da TAP retido em Maputo devido a protestos nas ruas

O avião da TAP que chegou hoje de manhã a Maputo, Moçambique, continua retido naquela cidade porque a tripulação não consegue chegar ao aeroporto, disse hoje à Agência Lusa o embaixador de Portugal na capital moçambicana.

http://sic.sapo.pt/online/noticias/mund ... s+ruas.htm

[Crypter]

Em caso de necessidade de evacuação de Portugueses, qual a nossa capacidade actual?? Só o C130 é que lá são capazes de ir! Correcto? Ou poderia enviar-se aviões civis?

[Cabecinhas]

Temos as fragatas... se foram à Madeira porque não podem fazer mais um biscate!

[Cabeça de Martelo]

Se o governo manda-se C-130 para todos os países em que há greves e problemas sociais, os pobres Hércules nem paravam em Portugal...

[PereiraMarques]

Temos as fragatas... se foram à Madeira porque não podem fazer mais um biscate!

E quantas semanas demoram a chegar? E quantos passageiros conseguem levar?

[Cabecinhas]

Caro Pereira Marques,

Estava a ser irónico em relação às fragatas... porque elas são sempre as sacrificadas para este tipo de situações, exemplo Guiné.

[P44]

Militares nas ruas
por Raquel Ramalho Lopes, RTP actualizado às 15:31 - 02 Setembro '10
Governo de Moçambique mantém subida de preços
publicado 13:22 02 Setembro '10



O porta-voz do Governo confirma sete vítimas mortais em resultado da violência António Silva, Lusa

As Forças Armadas e a polícia andaram nas ruas de Maputo a desfazer as barricadas montadas nas vias de acesso à capital. O executivo, que esteve hoje em reunião de emergência, anunciou ainda que vai manter o aumento dos preços. Os protestos, convocados por sms e boca-a-boca, contestam a subida dos preços da electricidade e água e o aumento generalizado custo de vida.

O Governo mantém, desta forma, o braço de ferro com os populares que participam nos tumultos dos últimos dois dias. O Governo moçambicano prefere, contudo, sublinhar que mantém "a determinação em prosseguir com o programa para o combate à pobreza".

Os prejuízos decorrentes das manifestações de ontem e hoje estão estimados em 122 milhões de meticais (2,5 milhões de euros). O porta-voz do executivo acrescenta que causaram a perda de 3910 postos de trabalho.

Em declarações após uma reunião de emergência do conselho de ministros, Alberto Nkutumula refere que o número oficial de vítimas nos confrontos entre populares e polícia é de sete mortes e 288 feridos. Ontem, ao final do dia, a RTP e meios de comunicação social moçambicanos davam conta de 10 mortes e cinco dezenas de feridos.

Os militares andam a ajudar na patrulha e nas operações de limpeza das vias de acesso a Maputo.

Após uma noite calma, voltaram a verificar-se confrontos nos bairros periféricos de Maputo tendo provocado mais dois mortos.

A comunidade portuguesa em Maputo segue com preocupação o que está a acontecer e a cônsul de Portugal em Moçambique, Graça Gonçalves Pereira, aconselhou "prudência e circunspecção".

O ministro da Presidência confirma que a comunidade portuguesa "não foi particularmente atingida" pelos conflitos e "não há portugueses entre as vítimas mortais ou os feridos que entretanto se verificaram".

http://tv1.rtp.pt/noticias/?t=Governo-d ... ut=10&tm=7

[papatango]

Eu não sei é como é que não se revoltaram há mais tempo.
A situação é incrivel.
Em Moçambique podemos ir a um restaurante e o que pagamos (entre 5 a 10 Euros) é o salário de dias de trabalho.

Quando se vai para fora de Maputo é diferente, porque não se nota tanto a diferença, mas em Maputo e na Matola parece que coexistem países diferentes. Além disso as elites moçambicanas tratam as pessoas mais humildes de forma indigna. É de ficar envergonhado.

Há restaurantes em Maputo em que se vê gente a comer muito bem, e são africanos não são europeus.
Acho que é resultado da proximidade da África do Sul: Aceita-se com demasiada facilidade as diferenças sociais.
Na maior parte dos casos a maioria dos moçambicanos baixa a cabeça quando se dá uma ordem e não responde.

Mas até os mais mansos chegam a um ponto de ruptura.

[Snowmeow]

O Governo mantém, desta forma, o braço de ferro com os populares que participam nos tumultos dos últimos dois dias. O Governo moçambicano prefere, contudo, sublinhar que mantém "a determinação em prosseguir com o programa para o combate à pobreza".

Combate à pobreza? Com aumento de preços?!?
Pra mim, parece mais "Combate aos pobres"!

[P44]

O Governo mantém, desta forma, o braço de ferro com os populares que participam nos tumultos dos últimos dois dias. O Governo moçambicano prefere, contudo, sublinhar que mantém "a determinação em prosseguir com o programa para o combate à pobreza".

Combate à pobreza? Com aumento de preços?!?
Pra mim, parece mais "Combate aos pobres"! :x