Poema a Abril

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HJAB

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Re: Poema a Abril.
« Responder #15 em: Abril 27, 2010, 06:09:46 pm »
Realmente nem sei para que escrevo a denunciar este tipo de atitude de altivez de
algumas pessoas: elas acabam por fazer um melhor trabalho a expor-se ao ridículo.
Tiros no próprio pé.
Se fosse nalgum tribunal, bastaria pô-los a testemunhar (se calhar nem era preciso fazer muitas perguntas): o palratório excessivo (quer na quantidade quer no conteúdo) exporia muito bem qual o tipo de posição patética que defendem.
Agrada-me sobretudo este tipo de trocas de argumentos: o espírito de Abril está vivo e
assim continuará: vocês também contribuem para isso.
Qualquer tipo de atitude de aparente superioridade esconde sempre um profundo
sentimento de inferioridade: quem está bem consigo próprio, tem os seus conflitos
resolvidos, não necessita de proclamar aos sete ventos que é muito superior: basta ser
quem é.
Existe uma fundamental e profunda contradição no que dizem: se por um lado se sentem superiores aos demais, sentem-se inferiores o suficiente para necessitarem da ajuda de algum ser providencial que irá decidir por vós; no que é que ficamos? São superiores ao resto dos outros, mas mesmo assim necessitam de alguém para vos darem ordens?    |
Quanto ao ser providencial para salvar Portugal e (quem sabe) o mundo inteiro, espero que não seja o da imagem (avatar): esse não foi o que entregou o País aos estrangeiros, devido a loucuras da juventude não temperadas pela razão?
Se essa a solução, fique lá com ela.
Algo pior do que cometer erros e não aprender com eles...
Em suma, a posição maniqueísta, a esperança numa solução mágica para os problemas (a salvação pelo tal ser providencial), a violência verbal e ameaças veiadas, a ideia de superioridade moral em relação aos demais... um cenário deveras triste e que no passado sempre resultou em grandes retrocessos.
 

Re: Poema a Abril.
« Responder #16 em: Abril 29, 2010, 03:25:22 am »
Citação de: "mccormick"
Não se podem ignorar os factos só porque nos convem, se a ditadura para alguns foi mãe para a maioria foi madrasta ainda que muitos desse disso não se apercebam graças à ignorancia em que eram mantidos. Sim, porque um povo ignorante é um povo manso. Talvez por isso 50 por cento dos portugueses fossem analfabetos. o Próprio Salazar, de inegável inteligencia, não possuia tanta que lhe permitisse ultrapassar a sua personalidade de tirano paternalista que enquanto afaga a cabeça do filho com uma mão segura na outra o cinto com que vai castigar a prole. a sua ignorancia em certos aspectos chegava a ser confrangedora. que dizer de um homem que achava que as maternidades eram desnecessárias pois os filhos deveriam nascer em casa no seio familiar. talvez por isso Portugal tivesse a mais elevada taxa de mortalidade infantil da Europa. Que dizer de um homem, de elevada estatura académica nas ciencias jurídicas e que permitia prisões administrativas e medidas de segurança sem sentença judicial e aplicadas mesmo em casos de absolvição.
E que não se negue a existencia de corrupção, de escandalos, de compadrios, pois era para essa mesma negação que existia a censura. Não será corrupção a admissaõ de pessoal em cargos públicos sem concurso e mediante parecer favorável da PIDE. Era assim naqueles tempos. E se agora conhecemos todos os podres do actual regime podemos agradecer à liberdade de imprensa e à inexistencia de censura.

Que dizer de um homem que acumulou a pasta dos Negócios Estrangeiros sem nunca ter saido do pais, que conhecia os planos para assassinar Humberto Delgado, que conhecia as torturas perpretadas pela polcia politica sem nada fazer, que encheu os cofres estatais de ouro à custa do estado social e da fome de milhoes ( talvez por isso milhoes tenham emigrado e não foram mais porque não podiam).

Enquanto nos outros paises europeus as mulheres eram cidadãos de pleno direito em Portugal eram cidadãos de segunda.
O regime estipulava o que eram bons costumes e através disso condicionava todas as forma de arte.
As liberdades individuais eram de tal modo coarctadas que, através da justificação da segurança do estado, o simples possuir de um isqueiro estava dependente de licença.
A delação era incentivada e não se sabia se o vizinho era informador da PIDE. Esta ajudava o regime a manter-se através do medo.

ETC,ETC,ETC.

http://lusotopia.no.sapo.pt/indexPTRepublica.html


Esse é um sapo que a muita gente custa engolir.

Como a competência de Salazar recuperou e dinamizou um País falido e com as classes sociais de rastos desde o Regicídio.

Como Salazar salvou Portugal e os Portugueses do horror comunista da defunta URSS e do jugo de Estaline.

Como Salazar salvou o Povo Português de morrer em combate na II Grande Guerra.

http://www.oliveirasalazar.org/download ... 03EA2C.pdf

Quem tivesse qualificações e formação arranjava emprego facilmente não era como agora. Quando se saía da universidade arranjava-se um bom emprego para toda a vida.
A maior partes dos emigrantes era gente com poucos estudos que vinham do campo, muitos eram quase analfabetos e decidiram tentar a sorte lá fora onde o trabalho manual não qualificado era mais bem remunerado e a procura era elevada.  Outros eram exilados e opositores do regime  e havia também os desertores que tinham medo de ir para a guerra.

Calcula-se que entre 1963 e 1974, tenham vindo para Portugal 104.767 imigrantes caboverdianos. A fim de apoiar este emigração o regime da altura criou um Centro de Apoio aos Trabalhadores Ultramarinos.  O governo português promove a vinda destes emigrantes a fim de colmatar a falta de mão-de-obra que se fazia sentir para as obras públicas (construção do metropolitano de Lisboa, Hotéis no Algarve, obras várias no Porto).

Portugal como país pequeno e periférico anda sempre a reboque dos outros países (agora ainda mais porque já não conta com o império colonial) mas se a governação  fosse incompetente e despesista duvido que crescessemos dentro da média dos outros países europeus até porque o estado intervinha directamente na economia  e era protecionista.
O mais espantoso é que Portugal teve esse crescimento enquanto travava uma guerra colonial com diversas frentes de batalha em diferentes províncias ultramarinas.

Portugal era um país rural e desde a adesão à EFTA em 1956 prosseguiu-se uma política de industrialização e de abertura ao investimento estrangeiro.

Para além das remessas de imigrantes Portugal vivia das colónias e nos anos 60 houve um forte investimento estrangeiro por  exemplo a fábrica da Opel na Azambuja foi inaugurada em 1963.

As pessoas começaram a abandonar os campos e a ir viver para os centros industrializados no litoral e a emigrar lá para fora em busca de melhores oportunidades num movimento de êxodo rural.

http://analisesocial.ics.ul.pt/document ... f87AH1.pdf

http://www.fep.up.pt/investigacao/worki ... Aguiar.pdf

http://analisesocial.ics.ul.pt/document ... s91HT1.pdf

http://www2.egi.ua.pt/xxiiaphes/Artigos ... 0Silva.pdf

http://www.gaiasul.edu.pt/pn/roteiros/P ... ial-II.pdf

http://dn.sapo.pt/especiais/interior.as ... POL%CDTICA


Existe um ditado português que diz:

Mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo.

O Estado Novo herdou um país com 60% de analfabetos e aquando da revolução já só havia 20% de analfabetos.


Evolução do analfabetismo em Portugal



[António Candeias et al. (2007): Alfabetização e Escola em Portugal nos Séculos XIX e XX. Os Censos e as Estatísticas, Fund. C. Gulbenkian, p.40; e Recenseamento da População e Habitação (Portugal) - Censos 2001 (quadro 1.03, População residente segundo o nível de ensino atingido e taxa de analfabetismo), Instituto Nacional de Estatística)]


A situação de ruralidade e anafabetismo foi herdada  desde os tempos da monarquia e da 1ª republica e o Estado Novo fez muito pela educação deste país.

Já desde o tempo da monarquia Portugal estaria atrasado em relação aos outros países europeus.
Portugal sempre foi um país mais virado para o atlântico e para as colónias do que para a europa passando ao lado da revolução industrial do séc. XIX.

Quanto à mortalidade infantil é intelectualmente desonesto comparar o regime salazarista com o pós revolução de Abril sem observar o que havia para trás e a evolução relativa do trabalho que foi feito.



Este é o tipo de comparação  que a propaganda manipuladora de opiniões marxista costuma fazer e que beneficiou daquilo que já tinha sido feito de bom no passado.

Agora comparando com a 1ª Republica observa-se que não houve estagnação e que houve uma evolução positiva.

Durante o período do estado novo passámos de uma taxa de mortalidade infantil de 140% para algo a rondar 40%.

Passámos de uma esperança de vida de 49 anos para as mulheres e de 44 anos para os homens em 1930 para 70 anos para as mulheres e de 64 anos para os homens em 1970.

A variação relativa positiva foi superior nos anos do estado novo do que no pós 25 de Abril.





http://www.ensp.unl.pt/lgraca/data2.html


Quando eclodiu o golpe militar de Abril, o mundo estava em plena recessão, como rescaldo do choque petrolífero de 1973.

Apesar de ter alguma indústria Portugal ainda era um país relativamente atrasado comparando com o resto da europa ocidental, existiam desequilíbrios e forte emigração. Encontrava-se, no entanto, em fase de integração na comunidade dos países europeus ditos democráticos.

Em 1973, a Time Magazine acenava com a iminência de um "milagre económico português".

Quais eram os indicadores de tal milagre?

Taxas de crescimento anual nunca inferiores a 5%, surgimento de indústrias metalomecânica e petroquímica de relevo, indústria pesada portuguesa - sobretudo de construção naval - movimento accionista, investimento estrangeiro, com fixação de multinacionais em Portugal e consolidação de uma classe média empresarial e mudança do perfil da população.

O regime foi derrubado porque as pessoas estavam cansadas da guerra e de certa forma a independência daqueles territórios era inevitável mesmo em plena guerra fria.

Os militares doutrinados pelos marxistas  não queriam ir para África para  lutar contra os camaradas africanos dos movimentos de libertação pois estes recebiam o apoio de Cuba e Moscovo.

Desde o Maio de 1968 que existia na europa ocidental um espírito revolucionário, de rebeldia e de insurreição popular inflamado por ideias esquerdistas, comunistas ou anarquistas que com o pretexto da "liberdade" difamavam os valores da "velha sociedade".

O melhor escravo é aquele que pensa que é livre.

A acção dos partidos, quadros militares e grupos de esquerda conduziram o processo político  do pós 25 de Abril entre efervescente agitação popular e alguma desordem «rumo ao socialismo».

Ocupações de terras e casas abandonadas,  Reforma Agrária, estabelecimento do salário mínimo, desmantelamento de grupos económicos ligados ao regime deposto, entre os quais a CUF, nacionalização de empresas consideradas de interesse público, na banca, seguros, transportes, comunicações, siderurgia, cimento, indústrias químicas, celulose, etc ...

Fazem-se  «saneamentos» no aparelho do Estado, nos meios de comunicação social, em empresas, com vista a afastar elementos indesejáveis do velho regime, substituindo-os por quadros das forças esquerdistas.

Começam a surgir uma miríade de políticas sociais, greves e paralisações e de luta contra o autoritarismo (em todas suas frentes), contra a exploração e a opressão dos trabalhadores em suma "contra o fascismo" e cria-se um  “monstro” (social) chamado Estado.

http://repositorio.iscte.pt/bitstream/10071/872/1/2.pdf

A consequência foi uma crise económica .

Portugal atingiu um tal nível de endividamento que, com o escudo a valer cada vez menos nos mercados internacionais, deixou de conseguir cumprir os seus compromissos.

 A solução encontrada em 1978 e em 1983 foi pedir um empréstimo ao FMI e sujeitar-se às regras impostas pela instituição.

As medidas impostas foram: subidas de preços nos bens subsidiados pelo Estado, como o pão ou o açúcar, aumentos salariais da função pública abaixo da taxa de inflação, congelamento dos programas de investimento público, subidas fortes das taxas de juro, desvalorizações acentuadas da taxa de câmbio e, no final, a cobrança do que ficou conhecido como o imposto sobre o subsídio de Natal.

Todas estas medidas conseguiram diminuir o défice da balança de pagamentos portuguesa, o principal objectivo do FMI.

Como afirma o ex-governador do Banco de Portugal, José Silva Lopes, no livro A Economia Portuguesa desde 1960, "o êxito conseguido na balança de pagamentos teve, porém, como contrapartida, dificuldades para o resto da economia e custos sociais bastante mais graves do que os do programa de 1978".

A economia contraiu-se, o desemprego bateu novos recordes, o número de empresas falidas disparou e o número de trabalhadores com salários em atraso atingiu quase os cem mil.

O facto de se arranjar bons empregos para a vida inteira no tempo do estado novo não tinha  tanto a ver com o ser privilegiado ou de boas famílias como agora. Aconteceu porque foi uma época de grande expansão económica e industrialização.
Conheço pessoas cujos pais eram agricultores e que tiraram o curso comercial e tiveram bons empregos para uma vida inteira e agora têm reformas na casa dos 1000€.

No início o regime era muito conservador baseado numa economia capitalista controlada e regulada por cartéis constituídos e supervisionados pelo Governo, detentores de grandes privilégios,  que só admitirá a abertura da economia e a entrada regulada de capitais estrangeiros  na década de 50.

O regime tentou controlar o processo de modernização do País, pois Salazar temia que se esta não fosse controlada, iria destruir os valores religiosos, culturais e rurais da Nação o que contribuiu para o distanciameto progressivo de Portugal em relação a outros países ocidentais, principalmente nas áreas das ciências, da tecnologia e da cultura.

Mas já desde o tempo da monarquia Portugal estaria atrasado em relação aos outros países europeus cerca de 100 anos.

http://dn.sapo.pt/especiais/interior.as ... POL%CDTICA

Os regimes mudam mas as elites não, a maioria das famílias que eram importantes antes do 25 de Abril continuam a o ser hoje em dia.

Tanto antes do 25 de Abril como após o 25 de Abril quem cumprisse as regras e a lei não tinha problemas.

Quem se envolve em coisas proibidas está a procurar problemas e mais tarde ou mais cedo corre o risco de ir para a cadeia ou leva com o cacetete.

Salazar não gostava de ideologias estrangeiras em Portugal e perseguiu  movimentos comunistas, nazistas e fascistas.

O Estado Novo tinha alguma inspiração fascista mas mais moderado e adaptado ao caso  português.

Os tais «capitães de Abril» desencadearam um movimento militar por razões de ordem corporativa.

A Contra-Revolução não sai à rua, fundamentalmente porque o então Presidente do Conselho, Marcello José das Neves Alves Caetano, dá ordem para que não haja confronto com os militares contrários.

Segue-se a troca de Poder, não com um «capitão de Abril», mas com um general, no caso, António Sebastião Ribeiro de Spínola, que juntamente com outras altas patentes das Forças Armadas toma o controlo da situação.

Tempos depois, há a tentativa da criação do mito dos «capitães de Abril», e foi escolhido como símbolo desse mito, Salgueiro Maia.

E a Esquerda anti-democrática “aceitou”, se bem que primeiramente fosse Otelo Saraiva de Carvalho, o terrorista das FP – 25 de Abril, organização para-militar entretanto desmantelada, o “herói” da Abrilada de 1974.

Em suma, a expressão «capitães de Abril» é de tipo panfletária, sem qualquer relevância, um grupo de militares no posto de capitão insatisfeitos com o processo das carreiras e de cariz pecuniário.

Nunca foi ideológico. A ideologia do Socialismo à Portuguesa é outra coisa, outra “história!

E foi por ordem de Marcelo Caetano que no dia 25 de Abril não houve uma contra revolução que podia ter acabado num banho de sangue.

Às 10 horas da manhã do dia 25 de Abril o general Fernando Resende telefona de Monsanto para o quartel onde o presidente do Conselho se refugiara a dizer:« temos aqui dois aviões preparados para bombardear o Largo do Carmo. Venho pedir autorização para o fazer.» Ao que Marcello Caetano respondeu: «o senhor não bombardeia nada, isso iria provocar centenas de vítimas e desencadear o ódio sobre nós. Não autorizo tal, seja o que Deus quiser.»

Nessa altura ele já estava velho e doente e viu que não tinha apoios suficientes na sociedade e achou sensato não combater a sublevação em curso.

Deve-se-lhe a criação daquilo a que se chama um estado social entre nós, como as pensões para as empregadas domésticas e os trabalhadores rurais, e o 13.º mês.

Verificou-se mesmo, no seu tempo, uma subida nos ordenados e uma melhoria do nível de vida, com o desemprego quase inexistente. Por outro lado, reforçou as reservas de ouro, o que manteve o escudo na terceira moeda do mundo, depois do dólar e do franco suíço.»

Liberdade de pensamento sempre houve, ninguém controla a tua mente embora haja pessoas que sejam mais susceptíveis ao hipnotismo que outras.

No entanto através da propaganda dos meios de comunicação pode-se fazer lavagem cerebral e criar uma imagem pública para enganar a população e isso parece-me que não tenha mudado significativamente.

Em teoria como não existe o lápis azul existe liberdade de expressão.

Mas isso é uma falácia, existem indícios de manipulação jornalística e tentativa de controlo dos meios de comunicação por parte de grupos de pressão ligado ao poder e existem pressões para as personas non-gratas (todo aquele que não diz "Amén") serem ostracizadas e em último caso demitidas por serem consideradas opositores.

Nem os partidos políticos têm todos a mesma exposição nos media e aquilo que dá nas notícias é algo que foi formatado por uma agência noticiosa tipo a Lusa que é controlada pelo estado.

Neste fórum és censurado pela moderação e tens que respeitar as regras do fórum e em último caso não podes falar de coisas que são contrárias à "lei" e se dissermos algo muito desagradável ou inconveniente podem-lhe mover um processo por difamação, atentado ao pudor, à honra, danos morais, discriminação, etc ...

http://blasfemias.net/2009/03/04/liberd ... pressao-2/

Por esse mundo fora nas "democracias" existem presos políticos, prisioneiros por crimes de  pensamento, movimentos  independentistas que são abafados, partidos políticos que são  ilegalizados, opositores do regime são considerados "terroristas", etc ...

Em suma a liberdade só existe nos olhos de quem a vê ou de quem anda cego.

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Duarte

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Re: Poema a Abril.
« Responder #17 em: Abril 29, 2010, 04:01:08 am »
Excelente texto, Sô Doutor!  :mrgreen:
слава Україна!
“Putin’s failing Ukraine invasion proves Russia is no superpower"
The Only Good Fascist Is a Dead Fascist
 

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mccormick

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Re: Poema a Abril.
« Responder #18 em: Abril 29, 2010, 10:57:35 am »
O texto é bom mas faccioso e esquece factos incontornáveis como, avanços cientificos que nada têm a ver com o regime, conjuctura internacional, etc. e deixa lá de bater nos comunistas que eles não terão culpa de tudo o que lhes imputa.

Esquece inclusive que muito do mal que agora atravessamos não se deve ao 25 de abril nem ao caminho imediatamente tomado, mas sim ao desvio ocasionado pelo outro 25, o de Novembro.Esse, que ajudou a colocar a elite mediocre através do medo que se incutia à classe média e alta, através da figura do papão comunista.
 Acho piada à afirmação de que no tempo do Sr.Dr. Botas os licenciados obtinham emprego. É verdade, obtinham e nem sequer precisavam pois os licenciados pertenciam ás classes favorecidas e eram em pequeno numero. obtinham o emprego se não estivessem ligados a movimentos estudantis porque ai ...
 

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TOMSK

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Re: Poema a Abril.
« Responder #19 em: Abril 29, 2010, 03:21:59 pm »
Citação de: "mccormick"
Esquece inclusive que muito do mal que agora atravessamos não se deve ao 25 de abril nem ao caminho imediatamente tomado, mas sim ao desvio ocasionado pelo outro 25, o de Novembro.  

Já falaste demais!


"Na eleição presidencial, de 1976, organiza-se o comício de Ramalho Eanes em Évora. Grupos de esquerda apoiantes de Otelo Saraiva de Carvalho, já habituados a tentar impedir as manifestações dos partidos de direita, concentram-se frente à entrada do recinto para vaiarem os adversários e, sobretudo, Eanes.
Terminado o comício, que teve grande participação, um carro abandona a Praça com Ramalho Eanes acenando através da abertura do tejadilho do banco traseiro, escoltado por seguranças a pé. Um coro de vaias, pedras e até tiros são dirigidos a Ramalho Eanes. É então que este, subindo para o tejadilho do carro, poê-se de pé e com o peito aberto às balas e pedras, em tom de desafio à malta comuna."
 

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mccormick

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Re: Poema a Abril.
« Responder #20 em: Abril 29, 2010, 04:41:08 pm »
É pá malandros dos comunas :mrgreen:

Realmente os comunas têm as costas largas, tão largas que até têm mérito por coisas que não fizeram. Qualquer dia até dizem que os Comunistas serraram a cadeira do Botas.
 

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mccormick

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Re: Poema a Abril.
« Responder #21 em: Abril 29, 2010, 04:42:42 pm »
MUITO BONITA A POSE ENSAIADA DO SR.GENERAL EM CIMA DA VIATURA. PARECIA "IL DUCE"
 

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mccormick

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Re: Poema a Abril.
« Responder #22 em: Abril 29, 2010, 04:45:33 pm »
Citação de: "TOMSK"
Já falaste demais!

???? NÃO PERCEBO!!!
 

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Cabecinhas

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Re: Poema a Abril.
« Responder #23 em: Abril 29, 2010, 05:37:07 pm »
Caro mccornik, por acaso tem noção do que está a dizer... por acaso sabe a bandalheira que isto era entre 25 de Abril e 25 de Novembro?!

Por acaso sabe o que é que o MRPP andava a fazer nas ruas, ou mesmo o PCP, ou outros tantos partidos e partiduzitos... inhos... ildos, etc?
Um galego é um português que se rendeu ou será que um português é um galego que não se rendeu?
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HJAB

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Re: Poema a Abril.
« Responder #24 em: Abril 29, 2010, 06:30:52 pm »
Tentarei dar uma resposta apenas aos dados apresentados como factos, os dados estatísticos.
Sugiro a consulta do estudo feito pelo INE (nos 30 anos do 25 de Abril) disponível em
 http://ine-lnx01.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=72499&DESTAQUESmodo=2

Numa análise mais geral, significa que nos indicadores económicos e sociais, o estado novo foi melhor que a primeira república e que o estado democrático tem sido melhor que o estado novo.
Assim  sendo, estamos melhor servidos com a democracia.
Desta forma, chegamos a outra conclusão: os dirigentes do estado novo, mesmo possuindo "o queijo e a faca na mão" e dispondo de mais tempo que os outros dois períodos (48 anos contra 18 e 36), mesmo assim apenas melhoraram uma situação que era péssima, sem no entanto atingir um patamar de desenvolvimento aceitável (tendo em conta dos dois factores atrás referidos- domínio total dos destinos do pais, estabilidade conseguida graças à repressão e maior tempo disponível para o fazer).
Existem factos indesmentíveis:
- O estado novo era uma ditadura
- Salazar era um ditador
- existia uma policia politica, presos políticos, tortura e assassinatos políticos;
- partido único;
- ausência de eleições;
- censura
- ...
Quando se apresentam assim os factos, não percebo a argumentação: mas não era tão mau assim...???
No final de contas, se não tivesse existido o 25 de Abril e o 25 de Novembro não viveríamos no estado democrático em que vivemos.
Quem quiser poderá sempre argumentar que gostava mais do regime Salazarista do que do estado democrático: eu como não gosto de injustiças (mesmo disfarçadas de uma moralidade oca) nem tenho espírito masoquista, digo: não obrigado: prefiro um milhão de vezes a democracia.
Uma democracia por apresentar defeitos não é em si defeituosa: decorre da participação de todos que existam imperfeições; uma ditadura, em que tudo marcha a um só ritmo, aparentemente apresenta-se mais harmoniosa (acham que os norte-coreanos vitimas de outra ditadura - são assim tão "felizes e harmoniosos"???)
O grau de relatividade onde tentam encaixar a ditadura portuguesa (comparando com outras ditaduras) é ridículo: uma ditadura é uma ditadura!
Qualquer um de nós pode acreditar no que quiser (Salazaristas incluídos): e isso foi uma conquista do estado democrático  :D  :D
 

Re: Poema a Abril.
« Responder #25 em: Abril 30, 2010, 04:44:50 am »
Citação de: "mccormick"
Esquece inclusive que muito do mal que agora atravessamos não se deve ao 25 de abril nem ao caminho imediatamente tomado, mas sim ao desvio ocasionado pelo outro 25, o de Novembro.Esse, que ajudou a colocar a elite mediocre através do medo que se incutia à classe média e alta, através da figura do papão comunista.

O 25 de Novembro é a data fundadora da democracia portuguesa.

 25 de Novembro sempre, Comunismo nunca mais!

http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx? ... 000019&h=5

Citação de: "mccormick"
Acho piada à afirmação de que no tempo do Sr.Dr. Botas os licenciados obtinham emprego. É verdade, obtinham e nem sequer precisavam pois os licenciados pertenciam ás classes favorecidas e eram em pequeno numero. obtinham o emprego se não estivessem ligados a movimentos estudantis porque ai ...

Salazar proibiu o dia do estudante porque os estudantes contestavam o regime e protestavam contra a Guerra Colonial  pondo em causa a autoridade do Estado o que óbviamente era ilegal e tinha consequências repressivas.

Estes movimentos estudantis enquadravam-se em três tendências: a do PCP (que aglutinava outras sensibilidades ditas de "esquerda"), a da Igreja (através das JUC, Juventudes Universitárias Católicas) e da chamada "direita académica".

A politização entre os estudantes crescia a olhos vistos, nomeadamente à "esquerda", com a acção de células comunistas (o PCP apostava cada vez mais nas organizações associativas estudantis) e radicais em crescendo nos meios universitários.

Estes focos "subversivos e revolucionários", levou ao aparecimento de inúmeros grupos marxistas-leninistas no seio das faculdades, como estrutura combativa e de oposição ao regime.

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mccormick

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Re: Poema a Abril.
« Responder #26 em: Abril 30, 2010, 09:42:59 am »
Realmente, :mrgreen:
as Universidades deviam formar autómatos licenciados em Direito e Especialistas em finanças públicas, sem qualquer politização que não fosse a do partido
" O meu Umbigo" ( omu).

 :mrgreen:

Onde não há Liberdade é natural que as pessoas fiquem descontentes e esse descontentamento, gerado por uma ditadura de direita é natural que causasse simpatias à esquerda. é também natural que sejam os estudantes uma das forças mais politizadas e interventivas. Afinal são estudantes, espera-se que pensem e mudem a realidade. Eram pessoas ilucidadas e fartas de não se poderem expressar.
 muito da quilo que mais tarde deu origem ao 25/4 deve-se á integração de estudantes em grande número nas fileiras das Forças Armadas, sob a forma de Oficiais Milicianos. Bem hajam os Estudantes.
 

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Cabecinhas

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Re: Poema a Abril.
« Responder #27 em: Abril 30, 2010, 11:20:01 am »
Citar
Existem factos indesmentíveis:
- O estado novo era uma ditadura
- Salazar era um ditador
- existia uma policia politica, presos políticos, tortura e assassinatos políticos;
- partido único;
- ausência de eleições;
- censura
- ...

É preciso falar na prisão de Alcoentre na altura do PREC?
Um galego é um português que se rendeu ou será que um português é um galego que não se rendeu?
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Cabecinhas

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Re: Poema a Abril.
« Responder #28 em: Abril 30, 2010, 11:35:34 am »
Um galego é um português que se rendeu ou será que um português é um galego que não se rendeu?
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HJAB

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Re: Poema a Abril.
« Responder #29 em: Abril 30, 2010, 07:40:09 pm »
Como referi anteriormente. agradeço ao 25 de Abril pela liberdade e ao 25 de Novembro pela democracia.
Os factos referidos, como exemplo, são válidos para a classificação do estado novo como uma ditadura.
O período entre o 25 de Abril e o 25 de Novembro foi um período de excessos (em ambos os extremos- existiram também grupos terroristas de direita).
O que não podemos esquecer é que sem o 25 de Abril não existia o 25 de Novembro.
O meu modelo de estado é o que , globalmente temos: uma democracia.
Dito isto, é importante perceber que muita coisa falta fazer.
Agora pretender que por ainda existirem coisa más na democracia então não se pode criticar a ditadura Salazarista, é ridículo!
O fundamental existe no estado português: liberdade de imprensa, separação do poder judicial, liberdade de associação politica, eleições livres, etc.
Estas liberdades necessitam de serem ainda aperfeiçoadas (como em muitas outras democracias).
Esta é a diferença fundamental entre o regime Salazarista e o pós-25 de Abril: o Salazar nunca quis ter estas liberdades; o regime democrática baseia-se nelas.