Coreia do Norte propõe ao Sul fim de hostilidadesA Coreia do Norte propôs hoje a Seul a suspensão, a partir desta semana, das provocações e atos militares hostis perto da fronteira marítima do Mar Amarelo.
A proposta foi feita pela Comissão de Defesa Nacional, a mais alta instância militar do país, poucas horas depois de Pyongyang ter confirmado a realização de um segundo teste de mísseis.
A Coreia do Norte está pronta para suspender todo o tipo de provocações e insultos a partir de sexta-feira, declarou a Comissão, num comunicado publicado pela agência estatal
KCNA, instando a Coreia do Sul a ser recíproca.
Pyongyang também apelou ao fim de manobras de fogo real e de outras atividades militares hostis em torno da linha de demarcação marítima no Mar Amarelo. O órgão pediu também a Seul para cancelar as manobras militares conjuntas anuais com os Estados Unidos, previstas para agosto, a fim de se criar uma ambiente favorável para os jogos asiáticos que se realizam, este ano, na Coreia do Sul.
A Coreia do Norte prometeu enviar uma delegação de atletas para os jogos, que vão decorrer entre 19 de setembro e 04 de outubro. A proposta surge nas vésperas da visita do Presidente chinês à Coreia do Sul, agendada para a próxima quinta e sexta-feira.
Xi Jinping vai ser recebido pela sua homóloga sul-coreana, Park Geun-hye, num encontro que deverá ser dominado pela questão do programa nuclear da Coreia do Norte. A China é o principal aliado da Coreia do Norte - uma aliança estabelecida com a participação das tropas do líder comunista Mao Tsé-Tung na Guerra da Coreia (1950-53) -, mas Xi Jinping não se encontrou com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, desde que este sucedeu ao pai, Kim Jong-il, que morreu em dezembro de 2011. Oficialmente, Pequim defende a paz, estabilidade e desnuclearização da península coreana, sem pretender medidas de retaliação demasiado fortes contra Pyongyang, que podiam resultar num colapso económico.
No final de 2012 e início de 2013, as relações entre a China e a Coreia do Norte deterioraram-se, na sequência do lançamento de mísseis e de um ensaio nuclear, realizados por Pyongyang.
Neste contexto, ao dar a primazia a Seul na primeira viagem à Coreia, Xi "está a enviar uma mensagem" a Pyongyang, segundo analistas. Contudo, a escolha de Seul prende-se também com razões económicas. A China é o primeiro parceiro comercial da Coreia do Sul, que é, por sua vez, o quarto da China (quinto se for incluída na classificação a UE).
Lusa