Nau Portugal

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Hammerhead

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Nau Portugal
« em: Abril 16, 2009, 09:10:41 am »
Ola caros compatriotas,

estava a surfar no youtube quando cai neste video que mostra a nau Portugal nos anos 40  ... alguem ja tinha conhecimento desta estoria?
Acho que ardeu num incendio... alguem tem mais informaçoes sobre este navio magnifico?


http://www.youtube.com/watch?v=gUOSRL7HpAY

 
E porque nao voltar construir uma outra nau como esta?

comprimentos !
O verdadeiro sinal de inteligência não é o conhecimento, mas sim a imaginação.

 

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luis filipe silva

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« Responder #1 em: Abril 16, 2009, 11:17:21 am »
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OS NAVIOS DO INFANTE

E OS BARCOS DA COSTA DE PORTUGAL
 

Artigo publicado no Diário de Notícias de 29 de Agosto de 1960

 

            A mera construção do barco antigo de pequeno porte, prescinde como vemos, e com vantagem, de mais saber técnico do que as regres tradicionais que os mestres, os carpinteiros de machado e os calafates herdaram de seus pais e avós e trazem no sangue.

O rigor da matemática é aqui tão descabido como seria a colaboração de um engenheiro de automóveis na mecânica de um carro de bois.

Foi assim que, declinando, como me competia qualquer responsabilidade quanto às condições de equilíbrio dos navios, abertamente confiava na velha prática do construtor, que logo à vista dos desenhos os achou bons. E não me admirei que ele, impaciente com a demora da fiscalização oficial, experimentasse a primeira nau com 70 pessoas a bordo, e depois outra com cerca de 140. Com todas essas pessoas encostados a uma banda, os navios apenas acusaram uma pequena inclinação.

Para um barco de grande porte o caso é diferente e, com muito mais razão, nunca nos poderíamos responsabilizar pela estabilidade de um grande navio verdadeiro. Foi o que fizemos com a «Nau Portugal» e talvez ainda valha a pena falar nisso.

A bela iniciativa de Leitão de Bairros encontrou-me em Paris, onde estudava outras coisas. Ali, por indicação de Quirino da Fonseca, a quem o grande La Roërie escrevia respeitosamente tratando-o por «mon maitre et ami» procurei saber a opinião deste sobre o caso. Aconselhou-nos, como ponto de partida, um plano inglês, visto não haver a seguir à Restauração (época escolhida para a nau), originalidade portuguesa na arte de construir navios, embora houvesse talvez alguns caracteres especiais na sua ornamentação.

La Roërie estava muito ao par dos problemas histórico-navais desde que Quirino lhe enviara. os seus livros (ele lia o português), apesar de na obra do sábio francês as referências a Portugal serem poucas, embora sempre agradáveis aos nossos sentimentos.

Essa deficiência dera-se porque as repetidas solicitações de elementos dirigidas por La Roërie às nossas instituições oficiais para isso indicadas não obtiveram qualquer resposta.

O comandante Quirino concordou com a sugestão trazida, e nessa base estabeleceu, com a sua indiscutível competência e com os necessários cálculos, um plano de formas que o construtor Manuel Mónica (o mesmo de quem um jornal americano disse fazer melhores barcos americanos do que os próprios americanos), executou com a sua mestria habitual.

Mas a nau tombou logo depois de lançada à água. Porquê? Não se podendo duvidar da competência técnica do comandante Quirino, nem da do construtor, claro que as suspeitas... caíram sobre os planos arqueológicos-artísticos, embora o seu autor se confinasse a estudos independentes dos cálculos de estabilidade e os seus projectos tenham sido plenamente aceites por aqueles dois técnicos!

Era necessário esclarecer o caso, e Leitão de Barros, interessado bambém, porque além da direcção artística geral, era a alma e o motor da iniciativa, confiou ao Sr. Engenheiro construtor naval Lemos Viana, inspector-chefe das construções navais do Ministério da Marinha, a análise do navio quanto às suas possibilidades náuticas.

Das conclusões a que chegou este técnico superior, no final do seu minucioso estudo, extraio as seguintes palavras: «O navio pode fazer a sua entrada nos portos, todo arvorado e com o seu velame completo, nas condições de tempo definidas no relatório. Os acidentes sofridos até agora nada têm que ver com a sua construção. A «Nau Portugal» é uma bela peça, etc. etc., e quanto mais a estudo mais admirável me parece. Em minha opinião, este navio invulgar, nunca deverá deixar de ser aquilo que é, qualquer que seja a despesa a fazer para a sua manutenção...».

Mas a nau desventurada, afinal deixou de ser aquilo que era; e, vencida pelo temporal dos homens, sulcou ainda os mares, como navio de carga, durante 12 anos e sem um acidente. E ninguém mais a reconheceu! Mudou apenas de nome.

O barco é uma das mais belas criações utilitárias do homem e para muitos, a mais bela


http://www.geocities.com/martinsbarata/ ... scosta.htm
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saudações:
Luis Filipe Silva
 

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Heraklion

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« Responder #2 em: Abril 19, 2009, 11:04:31 pm »
iNCRIVEL!!!!
De facto pergunto-me porque hoje não se faz algo de semelhante.
É por esta e por muitas outras razões que se acaba por ganhar algum respeito pelo Drº Oliveira Salazar.
Belíssimo navio, um verdadeiro sonho.
VIVA PORTUGAL!!!!!!!!
Nos liberi sumus;
Rex noster liber est;
Manus nostrae nos liberverunt
 

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HSMW

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« Responder #3 em: Abril 20, 2009, 12:22:39 am »

Para que fazer uma se ainda temos esta, e mal aproveitada.
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

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Farinha

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« Responder #4 em: Abril 30, 2009, 03:27:06 pm »
Ouvi, em tempos, que os restos desta nau se encontravam junto a um estaleiro na Amora(Reportagem da rtp2, em 2004, acho)... Fui la pessoalmente, e confirmei que la se encontram os restos de uma nau, destruída pelo fogo. Não me foi possível, no entanto, confirmar se se tratava da mesma nau.
"E das profundezas da alma da Pátria surgiu então o anseio por uma bandeira que todos pudéssemos seguir"
A.O.S.

    Filipe Farinha