Aviação israelita mata importante dirigente do HamasIsrael marcou o sexto dia de bombardeamentos na Faixa de Gaza com a morte de um importante dirigente do Hamas, Nizar Rayan, e uma série de outros ataques que fizeram subir o balanço para mais de 400 mortos.
A par desta escalada, e apesar de insistir na prontidão do exército para avançar para uma ofensiva terrestre, o governo israelita deu os primeiros sinais de abertura a uma solução diplomática para o conflito, exigindo observadores internacionais como condição para uma trégua com o movimento radical islâmico.
O lançamento de uma bomba de uma tonelada que destruiu o prédio de quatro andares do campo de refugiados de Jebalya em que vivia Nizar Rayan, e que matou mais onze pessoas, incluindo mulheres e filhos do dirigente do Hamas, mostrou que nesta ofensiva nenhum líder do movimento está a salvo.
"Estamos a tentar atingir todas as pessoas com funções dirigentes no movimento e hoje atingimos um dos seus líderes", declarou o vice-primeiro-ministro israelita, Haim Ramon, numa entrevista à televisão.
Nizar Rayan, de 50 anos, era um dos cinco principais decisores do Hamas e foi o mais importante dirigente do movimento a ser morto na actual ofensiva.
Professor de lei islâmica, era conhecido pelas suas ligações estreitas à ala militar do movimento e respeitado em Gaza por participar pessoalmente em ataques contra as forças israelitas, como quando em Outubro de 2001 enviou um dos seus filhos numa missão suicida que matou dois colonos israelitas em Gaza.
Eminente orador e partidário da linha mais radical do Hamas, prometeu em Outubro de 2007 que o movimento que tomou pela força o controlo da Faixa de Gaza iria fazê-lo igualmente na Cisjordânia.
Mais de 400 habitantes da Faixa de Gaza foram mortos desde o início dos bombardeamentos, sábado passado, e cerca de 1.700 foram feridos.
As Nações Unidas dizem que o balanço total de mortos inclui mais de 60 civis, 34 deles crianças.
Do lado israelita, três civis e um soldado morreram em ataques com "rockets" disparados da Faixa de Gaza para distâncias cada vez mais longas, que nesta altura colocam um oitavo da população israelita sob o seu alcance.
Até agora, a ofensiva israelita lançada depois de uma série de ataques do Hamas que quebrou uma trégua em vigor há seis meses tem sido exclusivamente aérea, mas o porta-voz militar major Avital Leibovich disse hoje que os preparativos para uma ofensiva terrestre estão concluídos.
"A infantaria, a artilharia e outras forças estão prontas. Estão posicionadas em volta da Faixa de Gaza, à espera de ordem para avançar", disse.
A campanha militar israelita não conseguiu até agora pôr fim aos lançamentos de "rockets". Segundo o exército, ao longo do dia de hoje foram lançados mais de 30 "rockets" que não fizeram qualquer vítima, mas apenas danos materiais.
Quarta-feira, o primeiro-ministro israelita recusou uma proposta francesa para uma trégua de 48 horas mas, hoje, deu sinais de abertura a uma solução diplomática ao dizer à chefe da diplomacia norte-americana, Condoleezza Rice, que Israel só aceitará uma trégua se observadores internacionais se responsabilizarem pela sua aplicação, segundo fontes do governo israelita.
Em 2006, quando bombardeou o Líbano, Israel aceitou uma trégua mediada e acompanhada pela comunidade internacional, em que a ONU aceitou destacar forças de manutenção de paz no sul do Líbano.
JN