Publicação: 15-10-2008 18:35 | Última actualização: 15-10-2008 18:54
Morte de líder de extrema-direita da Áustria
Haider ia bêbado a conduzir
O líder da Aliança para o Futuro da Áustria, Joerg Haider, 58 anos, que morreu num acidente de viação no passado dia 11, estava bêbado, de acordo com fonte do seu partido. O carro do político, do qual era o único ocupante, despistou-se e capotou em Klagenfurt, no estado da Caríntia.
SIC
Haider conduzia, bêbado, a uma velocidade de 142 quilómetros por hora, quando teve o acidente que lhe causou graves ferimentos na cabeça e tórax e que resultaram na sua morte pouco depois de ter sido transportado ao hospital.
"Confirma-se que Joerg Haider estava sob influência do álcool no momento do acidente. Posso e devo confirmar esse facto", disse Stefan Petzner, 27 anos, o novo líder da Aliança para o Futuro da Áustria, que obteve 11% dos votos nas eleições legislativas do mês passado.
Petzner confirma dados revelados pela imprensa de que Haider tinha uma taxa de alcoolemia quatro vezes superior ao permitido por lei.
O político tinha estado numa festa e decidiu conduzir o carro de serviço (de luxo e apenas com três meses de uso), de madrugada e alcoolizado, até a uma casa de família no campo, onde deveria participar na festa de aniversário da mãe, que fez 90 anos.
O funeral de Haider está marcado para o próximo domingo, dia 19, em Klagenfurt. O político deixou mulher e duas filhas.
Percurso político
O trampolim que tornou Haider conhecido em toda a Europa foi a sua demagogia populista de cariz xenófobo e a sua ambiguidade relativamente ao nacional-socialismo, embora durante os últimos anos tenha moderado o seu discurso para atrair os eleitores democrata-cristãos.
A sua entrada para o Governo austríaco em 2000 liderado pelo conservador Wolfgang Schussel desencadeou uma medida única de 14 membros da União Europeia (UE) contra um dos seus parceiros: congelamento durante oito meses dos contactos bilaterais com a república alpina.
O falecimento de Haider ocorre quando tinha voltado ao primeiro plano da política nacional, liderando a Aliança para o Futuro da Áustria (BZO), a formação mais bem sucedida nas últimas eleições, em que triplicou o número de assentos no Parlamento e obteve 11% por cento dos votos.
Era desde 1999 governador do Estado federal de Carintia, onde dispunha de níveis de popularidade próximo dos 45%.
A sua ascensão na política austríaca deveu-se ao Partido Liberal (FPO), de que assumiu a liderança em 1986 e que levou em 1999, com quase 27% dos votos, ao melhor resultado da sua história perante a incredibilidade de toda a Europa.
Com Lusa