A Ossétia não tem nem teve qualquer afinidade com a Georgia, nem NUNCA fez parte do seu território até 1921.
Naquela data Estaline, que era georgiano, separou a Ossétia em Norte e Sul e integrou a parte Sul na Georgia, provavelmente porque já nessa altura uma pequena parte da população dessa área era de origem georgiana.
Ou seja, se não fosse esse acto, até mais ver injustificável, do "tio José", este problema nunca ocorreria.
Por isso me pergunto se, do ponto de vista da Georgia, vale a pena alimentar uma guerra pela Ossétia do Sul?
As fronteiras da Georgia, estão delimitadas por um claríssimo macisso montanhoso. Não foi o Estaline que o criou.
A Georgia incluia não só a Ossétia, como incluia mesmo partes da actual Arménia e Azerbeijão.
Durante o periodo soviético, como ocorreu em muitos outros lugares, os russos enviaram pessoas de étnias eslavas para procederem a um processo de «harmonização étnica», ou seja mais ou menos como os chineses de étnia Han no Tibete, que neste momento são a maioria da população.
De qualquer das formas, a Georgia não vale o trabalho.
O problema não é esse. O problema é que os russos montaram uma gigantesca mentira, inventaram um genocídio e invadiram um país com base numa mentira.
Existem minorias russas nos países bálticos.
O Putin, é um criminoso e um mentiroso, como está mais que provado, e lidera a facção do ex-KGB (os falcões de Moscovo).
Quando a luta pelo poder entre o ex-KGB - ou seja os antigos funcionários do Partido Comunista (e os seus descendentes) - e os oligarcas da GAZPROM e de outras empresas atingir o rubro, o KGB, vai utilizar o mesmo argumento para invadir qualquer Estado Báltico e começar uma guerra, para assim unir os russos e garantir o dominio do país.
Eles controlam completamente a imprensa e na Rússia, como sabemos qualquer jornalista que divulgue este tipo de notícias, é imediatamente ameaçado e se não se submeter, o Putin manda matar. (vide Ana Politkovskaya).
Já vi há uns temos num artigo da BBC que os oligarcas negociaram com o Putin, dar-lhe um cargo na GAZPROM, mas para já ele está a marcar terreno.
O problema não é a Georgia, mas sim o precedente.
A Europa tem uma história trágica, por causa das concessões que fez a Hitler. A invasão da Geórgia é como a invasão da Checoslováquia em 1938. A seguir para onde se voltará o novo Hitler?
A lógica da Rússia Imperial, é - E SEMPRE FOI - uma lógica de conquista. O Império Russo, é o último grande império europeu que ainda resiste.
O Império Otomano desapareceu, como desapareceu o Austro-Hungaro, o Inglês ou o Português.
O Império Russo não é um império colonial com possessões ultramarinas, mas não deixa de ser um Império.
A Guerra na Georgia, não é um aviso da Rússia, é um sintoma da saúde do Império. E nenhum Império sobrevive como Democracía.
Quando um Império como o Russo, tem necessidade de morder, ele não está necessáriamente a mostrar força, ele pode estar a mostrar que é um animal ferido.
A invasão da Georgia e o comportamento animalesco dos russos, desde o Putin e do vice-primeiro ministro, aos soldados das unidades correccionais, devem ser entendidos pelo mundo civilizado como um aviso.
Os Mongóis continuam à porta da Europa.
Foi um erro acreditar neles. Quando puderem vão-nos cravar as suas garras fétidas no pescoço.
E a Europa, está desarmada. Patéticamente acreditando que a guerra chegou ao fim. Confiou demasiado e está demasiado embrulhada com as politicas sociais de integração, de defesa dos direitos humanos até de grupos de bandidos.
O exército russo é uma amalgama de latas velhas, é verdade, mas como no passado eles estão organizados em hordas. Não vencem pelas tácticas militares, mas sim pela força brutal do terror.