Henry Kamen - Biografia de Filipe I

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comanche

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« Responder #15 em: Março 17, 2008, 12:38:58 am »
Não queria Portugal o tanas! Este escritor é mais um burlão ao serviço de castela, que vive em Espanha aborveu a visão castelhana da história, fundamentando-se nos historiadores castelhanos, escreveu um livro e agora quer ganhar uns cobres.

Filipe I e a Coroa de Portugal

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Este foi seu grande triunfo político: obter a união ibérica, fazendo valer seus direitos de sucessão em 1581 nas Cortes de Tomar. De facto, toda a política matrimonial prévia das dinastias reinantes já buscava esta união.

Depois da morte do rei D. Sebastião na funesta batalha de Alcácer Quibir, Filipe pensou na posse do trono português, com as maiores esperanças, por ver aclamado o cardeal D. Henrique, decrépito, de quem não se podia recear sucessão. Era, antes de sua morte, preciso assegurar a posse do trono, e para isso empenhou todos os meios, intrigas e dinheiro para ganhar ao seu partido a corte de Portugal, conseguindo chamar para seu lado muitos fidalgos portugueses.

Sete pretendentes disputavam entre si a posse do reino quando morreu o rei em 1580, mas desses sete, apenas cinco baseavam as suas pretensões em fundamentos aceitáveis:

- Filipe II filho da primogênita do rei Manuel I, com seu marido Carlos V;

- Duque de Sabóia, filho da infanta D. Beatriz, filha do mesmo Rei D. Manuel I e de seu esposo o duque de Sabóia;

- Dom António, prior do Crato, filho natural do infante D. Luís, sendo este filho do mesmo rei D. Manuel;

- duque de Parma, neto por parte de mãe do Infante D. Duarte, filho do mesmo rei D. Manuel;

- D. Catarina, Duquesa de Bragança, filha legítima do mesmo Infante D. Duarte.

Os que menos direito mostravam eram Catarina de Médicis, rainha de França, descendente de D. Afonso III e de sua primeira esposa a condessa Matilde de Bolonha, e o Papa, herdeiro natural dos cardeais, que entendia portanto dever usufruir o reino que um cardeal governava assim como podia usufruir uma quinta de que fora possuidor. Dos cinco que apresentavam títulos valiosos, só três disputavam seriamente a coroa: Filipe II, o prior do Crato e a duquesa de Bragança.

Morto o cardeal D. Henrique, acendeu-se a intriga. Cristóvão de Moura, «agente infernal do rei de Espanha, o demónio do meio-dia» segundo os seus adversários, «enleava tudo nas redes da sua diplomacia corruptora, espalhando ouro castelhano com que comprava as consciências que quisessem vender-se». Filipe II dirigia os planos e auxiliava sua política.

O reino de Portugal ficara entregue a cinco governadores dependentes dos interesses dos Habsburgo, os quais, receando do povo que se agitava, hesitavam em reconhecer Filipe como Rei. Este se dispôs a conquistar Portugal pelas armas, pois os governadores das praças já eram criaturas suas. O prior do Crato se fizera aclamar em Santarém, mas dispunha de poucas tropas. Filipe reuniu exército, entregou-o ao general Duque de Alba; confiou ao Marquês de Santa Cruz o comando da esquadra, e conservou-se próximo da fronteira de Badajoz. Alba marchou sobre Setúbal; conquistando facilmente o Alentejo, atravessou para Cascais na esquadra do Marquês de Santa Cruz, marchou sobre Lisboa, derrotou o prior do Crato na batalha de Alcântara a 4 de agosto de 1580, perseguiu-o até à província do Minho, e preparou enfim o reino para receber a visita do seu novo soberano.

Filipe não procurou intervir na política interna de Portugal e entregou o governo do país a um português de sua confiança. Educado por cortesãos portugueses nos primeiros anos de vida, Filipe teve o português como primeira língua até a morte da mãe e cortava a barba à moda portuguesa. Filipe, em 9 de dezembro de 1580, atravessou a fronteira, entrou em Elvas, onde se demorou dois meses recebendo os cumprimentos dos novos súditos. Dos primeiros que o veio saudar foi o duque de Bragança. A 23 de fevereiro de 1581 Filipe II saiu de Elvas, atravessou triunfante e demoradamente o país, e a 16 de março de 1581 entrou em Tomar, para onde convocara cortes. Distribuiu recompensas, ordenou suplícios e confiscos, e recebeu a noticia de que todas as colónias haviam reconhecido a sua soberania, exceptuando a Ilha Terceira, onde se arvorara a bandeira do prior do Crato, ali jurado rei de Portugal a 16 de abril de 1581. Nas cortes, prometeu respeitar os foros e as isenções e nunca dar para governador ao país senão um português ou um membro da família real. Expediu de Lisboa tropas que subjugaram a ilha Terceira, em que D. António fora auxiliado pela França, e partiu para Espanha depois da vitória naval de Vila Franca, em que o Marquês de Santa Cruz destroçou a esquadra francesa em 26 de julho de 1582, obtendo a submissão da ilha.

Nomeando para vice-rei de Portugal seu sobrinho, o cardeal-Arquiduque Alberto, e depois lhe ter agregado um Conselho de governo e de ter nomeado os membros do conselho de Portugal, partiu finalmente a 11 de fevereiro de 1583.

A nova monarquia, sempre associada aos interesses da rama austriaca dos Habsburgo, era opulentíssima: a península ibérica, Nápoles, Sicília, Milão, Sardenha e Bélgica atual; na Ásia, feitorias na Índia, Pérsia, China, Indochina, Arábia; na África, Angola, Moçambique, Madeira, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Canárias, toda a América menos algumas ilhas das Antilhas, parte dos atuais Estados Unidos e o Canadá, e terras na Guiana; na Oceânia, as Molucas.




http://pt.wikipedia.org/wiki/Filipe_II_de_Espanha