Avivo a memória de alguns, para que não hajam dois pesos e duas medidas, em termos de territórios ou regiões ocupadas no Magrebe, lamentalvelmente a história não perdoa.
Quando, em 1975, a Espanha abandonou a sua antiga colônia, deixou para trás um país sem quaisquer infra-estruturas, com uma população completamente analfabeta e desprovida de tudo. O vazio criado pela Espanha foi aproveitado pela Mauritânia (que assenhora-se de 1/3 do território) e por Marrocos (que fica com o restante) para, ambos invocando direitos históricos, invadirem o território.
Os sarauís haviam fundado a Frente Polisário, que iria expulsar do sul o pequeno exército da Mauritânia. Frente a frente ficariam, nas areias do deserto, os guerrilheiros da Frente Polisário e as forças marroquinas de Hassan II. O exército marroquino retirou-se para uma zona restrita do deserto, mais próxima da sua fronteira e constituindo o chamado "triângulo de segurança", que compreende as duas únicas cidades costeiras e a zona dos fosfatos. Aí a engenharia militar construiu um imenso muro de concreto armado, por trás do qual os soldados marroquinos vivem entrincheirados, protegendo a extração do minério.
Desde então, a guerra, vista do lado da Frente Polisário, resume-se a uma série de ataques esporádicos à zona dos fosfatos tentando interromper o seu escoamento. Em 1987, uma missão da ONU visitou a região para averiguar a possibilidade da realização de um referendo sobre o futuro do território. Uma iniciativa difícil, dado que grande parte da população é nómade. Até 1993 foi impossível realizar o referendo.
Em 2001, a África do Sul torna-se o sexagésimo país a reconhecer a independência do Saara Ocidental. O Marrocos protesta.
Marrocos e a Frente Polisário reiniciaram conversações em Agosto de 2007 na cidade nova-iorquina de Manhasset, com o patrocínio da ONU, para debater o estatuto do território.
Quanto, a conversas de independência, referendos e nem sequer comento sondagens, penso que os nossos vizinhos, deviam repensar de uma forma preocupada para a realidade de serem um país constítuido por várias nações, disfarsados por uma suposta unidade e superioridade castelhana, cultivado ao longo do tempo e imposta ao longo do período da ditadura franquista; não devemos atirar pedras aos outros, quando temos telhados de vidro!
Penso no entanto, que já não faz muito sentido continuar este tipo de discussão, pelo menos neste tópico.
Cumprimentos,