A segurança (máxima) de uma alta entidade é algo de muito sério e de um nível tão técnico que escapa à compreensão dos menos informados e leigos na matéria. Todos os envolvidos nesse processo têm de obedecer à mesma voz de comando e aos mesmos protocolos... é impensável, mesmo irracionável, que assim não seja.
Os militares não sabem de segurança, não a compreendem, nem têm de saber ou compreendê.la, mas como não são todos burros tomaram a atitude correcta, retiraram-se.
Eu acho que isto não é assim tão preto no branco.
Eu percebo que a segurança pessoal do Primeiro-Ministro seja responsabilidade da PSP, mas a segurança a instalações militares é feita por militares, também acho incorrecto um oficial da PSP querer mandar nos militares quando a constituição diz:
"Recorde-se que, ao abrigo da Constituição e das leis vigentes, as Forças e Serviços de Segurança são apoiadas pelas Forças Armadas em território nacional ao nível da segurança interna - os militares mantêm a sua cadeia de comando mas a autoridade (competência e legitimidade) pertence aos primeiros."
esta frase foi retirada de outro artigo de jornal.
http://www.dn.pt/politica/interior.aspx ... id=2881984O correcto seria, existir um oficial de ligação junto ao oficial da PSP responsável, e este oficial do Exército é que daria ordens aos militares da PE, mas aceito que neste caso particular, um visita de meia duzia de horas também não vale a pena estar a complicar.
Mas será que quando os militares vão ajudar nos incêndios também andam às ordens dos bombeiros? Eles tem os seus proprios oficiais, se não tiverem sensibilidade para a função que lhes foi exigida, segurança, incendios, etc, tem que haver alguém que diga a esse oficial, mete os teus homens ali ou acolá, a fazer isto ou aquilo, agora ir lá mandar neles directamente é que está mal, a propria constituição diz que as forças militares mantem a sua cadeia de comando.
Em relação aos militares não saberem de segurança, alguns sabem, em todas as vezes que o ministro da defesa recebe entidades estrangeiras no Forte S.Julião da Barra a segurança não muda da PE para a PSP como neste caso (este caso deveu-se à maior entidade portuguesa ser o primeiro-ministro, se fosse o ministro da defesa não aconteceria, foi a exepção), qualquer entidade que aterre no aeroporto de Lisboa mas saia pela parte militar (AT1 - Figo Maduro) a segurança da zona é feita pela PA, sendo reforçada com atiradores da UPF, nunca mudou para a PSP, nem com o Papa, nem com o Obama, também o ministro da defesa quando se desloca a Teatros de Operação das Forças Armadas, a sua segurança tem sido feita por militares, pessoalmente posso dizer que sempre que o Presidente ou qualquer ministro visitou unidades militares ou participou em cerimonias militares que eu tenha visto, como o dia da Força Aérea por exemplo, nunca se trocou a segurança da PA por uma Força de Segurança, o que não impede que os elementos da segurança pessoal do PR, ou a pessoa que for, queira saber o tipo de segurança que existe na unidade e achar que algumas coisas tenham que ser alteradas para a situação.
Neste artigo refere a protecção a altas entidades feita por militares no Afeganistão
http://www.operacional.pt/a-tp9mp9-a-ex ... eganistao/De salientar:
Recaiu sobre a EPP (Equipa de Protecção Pessoal) a missão e responsabilidade da protecção pessoal de Altas Entidades, que por diversas vezes visitaram a QRF / FND / ISAF X, destacando-se o Ministro da Defesa Nacional, Dr. Severiano Teixeira, o Chefe do Estado Maior das Forças Armadas (CEMGFA), General Valença Pinto e o Sr. Dr. Miranda Calha, Deputado da Assembleia Geral da NATO.