Camionistas "conduzem a dormir"

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comanche

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Camionistas "conduzem a dormir"
« em: Janeiro 15, 2008, 01:33:08 pm »
Camionistas "conduzem a dormir"



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Trabalham horas a mais e causam acidentes devido ao cansaço
Os sucessivos acidentes envolvendo camiões de mercadorias, que que se têm multiplicado nos últimos meses, "são causados, em 95% dos casos, por falta de descanso", denuncia ao DN o motorista de um camião-cisterna de transporte de combustíveis. "As empresas obrigam-nos a trabalhar horas sem parar e andamos a dormir ao volante", diz José (nome fictício), denunciando já ter "andado a conduzir 18 horas seguidas sem descanso". O problema, segundo explicou, é que "as empresas pagam um salário-base muito baixo. Para conseguirmos receber alguma coisa de jeito no fim do mês, temos de trabalhar essas horas todas que as empresas mandam".

"Acordei e não caí lá em baixo"

"Já me aconteceu ir a conduzir e não ver a estrada", confessou, contando já ter sofrido dois acidentes: "Uma vez adormeci e arranquei os rails da berma. Acordei com o barulho e consegui imobilizar o veículo, senão tinha caído por uma ribanceira abaixo. Outra vez ia a dormir ao volante e bati num carro, mas não houve feridos".

"Isto é um perigo, porque colocamos em perigo os outros utentes da via. É que nós andamos aqui com uma bomba às costas", alerta José. Salienta que, "por lei, as mercadorias perigosas têm de circular nas auto-estradas para evitar as zonas urbanas. Mas nas empresas dizem-nos para não andar nas auto-estradas para pouparem nas portagens. Se houver algum acidente, com fuga de produto ou uma explosão, é uma tragédia, porque transitamos junto das casas".

"Nunca trabalho menos de 12 horas por dia, mas a lei determina que oito é o limite", conta o camionista. Adianta que "alguns colegas trabalham 24 sobre 24 horas e dormem dentro da viatura à beira da estrada. Os períodos de repouso não chegam para uma pessoa se restabelecer".

"Normas desrespeitadas"

"Cada vez são mais desrespeitadas as normas de segurança", refere este motorista, já com 26 anos de serviço: "A lei determina um período mínimo de 11 horas de descanso entre dois dias de trabalho, mas ninguém o faz, porque o serviço não permite. Temos de trabalhar pela noite dentro e voltamos a pegar logo de manhã cedo".

Queixa-se que "as autoridades, como a Brigada de Trânsito da GNR, conhecem a situação e não actuam. Verificam o tacógrafo, mas só se preocupam com a velocidade. Um dia, um agente alertou-me que tinha ultrapassado os 90 quilómetros por hora. Disse-lhe que nem tinha reparado, porque já estava cansado a conduzir há 13 horas. Ele respondeu que não tinha nada com isso, porque é com a inspecção do trabalho".

Mas não. De facto, como apurámos, junto de fonte oficial da BT da GNR, esta autoridade também tem a função de fiscalizar os períodos de condução e de descanso dos motoristas de pesados. "Fazemos queixa à inspecção do trabalho, mas não dão seguimento às denúncias e fica tudo na mesma, porque não têm inspectores suficientes para isso", conclui José.

A história de Augusto (nome fictício), que também transporta combustíveis, é semelhante à de José e de muitos outros colegas: "No outro dia estava tão cansado, que parei no semáforo vermelho e adormeci. Só quando começaram a buzinar os outros carros que estavam atrás é que eu acordei, reparei que o sinal já estava verde e avancei".

"Uma vez adormeci ao volante e acordei com a cisterna virada ao contrário. Estava carregada com 36 mil litros de gasolina e 75% derramou-se na estrada. O camião foi para a sucata, mas ninguém ficou ferido, porque não atingiu nenhuma viatura", contou Augusto.

Lembra que "a lei só permite conduzir, no máximo, oito horas por dia, e obriga a descansar pelo menos 45 minutos após quatro horas de serviço. Mas não é possível fazê-lo. Eu trabalho, em média, entre 15 e 17 horas por dia."

"Dormir à pressa"

"Muitas vezes chego a trabalhar três semanas seguidas sem folgar. Dorme-se à pressa, cinco ou seis horas por noite, muitas vezes dentro do camião, à beira da estrada", relata o motorista ao DN.

"Mesmo que eu queira cumprir a lei, não posso, porque a empresa manda-me embora se não cumprir o serviço e arranja logo outro motorista para o meu lugar", queixa-se este profissional.

Na sua opinião, "o mal é que as autoridades não actuam. A BT pede o disco do tacógrafo e passa multa se ultrapassar o limite de velocidade. Mas nem olham para as horas de serviço. Era bom que passassem muitas multas para as empresas deixarem de nos obrigar a trabalhar em excesso e a infringir a lei".


http://dn.sapo.pt/2008/01/15/cidades/camionistas_conduzem_a_dormir.html
 

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Titos

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accidente en Valladolid
« Responder #1 em: Janeiro 22, 2008, 07:47:07 pm »
Hola a todos no sabia esactamente donde ubicar este mensaje , pero el caso es que hace uno o dos dias hubo un accidente cerca de donde yo vivo con el resultado de cuatro muertos y heridos muy graves de nacionalidad portuguesa mi mas sincero pesame UN SALUDO