O mais irónico - caso Obama seja eleito - é que dentro de alguns meses ou anos, quando os obamaníacos de hoje estiverem a manifestar contra o seu ex-ídolo, provavelmente estarei eu a defender grande parte da actuação da sua administração.
Nada a que não esteja habituado, porém...
Na verdade, eu acho que isso vai acontecer.
Eu pessoalmente se estivesse nos Estados Unidos votaria no Obama. Acima de tudo por causa da simbologia.
A moldura legal que limita os poderes dos presidentes nos Estados Unidos não lhes permite efectuar modificações radicais.
Obama vai ser uma grande desilusão para alguns dos sectores que não entendem os Estados Unidos nem como funciona a Democracia Americana.
A ideia de que um homem que nasceu numa cubata no meio de um vale em África pode imigrar para os Estados Unidos e ver o seu filho, mulato, ser eleito presidente, é uma incrivel «chapada» na cara por exemplo dos europeus, que costumam acusar os Estados Unidos de todos os males do mundo, apontando o racismo como um dos seus mais graves problemas.
Como já disse anteriormente, a grande vantagem e superioridade das democracias é a sua capacidade de mudança e de regeneração.
A eleição de um candidado como o Obama, seria acima de tudo inspiradora por causa disso.
Especialmente num mundo em que por causa dos problemas da economia, aparecem já as viuvas de Estaline a explicar a necessidade de voltar às velhas práticas e a dar o exemplo de Cuba, como luz para resolver os problemas do mundo.
Gostem ou não, a América continuará a ser uma referência. A sua capacidade de mudança e regeneração - caso Obama vença - aumenta ainda mais a importância do resultado.
Os que prenunciam a decadência da América, vão ter que esperar ainda muito tempo. Morreremos todos e os nossos netos, até que isso aconteça...