📬 A notícia de que a Parpública adquiriu ações dos CTT, entre 2020 e 2021, por ordem do Governo, mantendo atualmente uma participação de 0,24% no capital da empresa que gere o serviço universal de correios, abriu uma acesa discussão sobre o processo de privatização em 2013 e sobre uma possível renacionalização.
Do lado de quem defende que os CTT devem estar na esfera pública aponta-se que os serviços postais são um setor estratégico e que, por esse motivo, devem estar sob o controlo do Estado.
Mas os números, relativos à evolução do volume do tráfego postal em diversas empresas europeias, entre 2013 e 2022, demonstram que a área de negócio está em declínio acentuado em toda a Europa. Sejam empresas públicas ou privadas. Os cidadãos enviam cada vez menos correio tradicional, mesmo as empresas recorrem cada vez menos ao envio de faturas pelo correio, fazendo-o através de meios alternativos como o email.
O volume de tráfego postal dos CTT baixou 38% entre 2013 e 2022, sendo que houve quedas ainda mais impressionantes, como por exemplo a 🇳🇴 Posten Bring na Noruega (-83%) e a 🇸🇪🇩🇰 Post Nord na Suécia e Dinamarca (-81%). No caso dos CTT, o segmento ainda é lucrativo, mas em algumas das empresas analisadas já dá elevados prejuízos.
A privatização dos CTT rendeu 909 M€ em 2013. Hoje, a empresa vale em bolsa 510 M€, menos 44%. A diversificação da oferta de serviços para setores como a distribuição de encomendas e banca alivia o declínio mas são setores com elevada concorrência. Restam poucos ou nenhuns argumentos para justificar uma eventual nacionalização de uma empresa que é cada vez mais uma distribuidora de encomendas (setor onde há dezenas de empresas a operar em Portugal) e um banco (já existe um banco público).
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