APELO DE UM MARXISTA A SARAMAGO
Há lógicas que não consigo entender.
Conheço um escritor de grande valor que se bate por várias causas, a nível mundial. Não só luta contra os "males" do Mundo, numa época em que o Capitalismo Selvagem dita a sua lei sobre governos, povo, e nações, como luta para que todos os povos tenham o direito de e governar como entenderem. Esteve até na Palestina, apelando à Independência desta em relação a Israel. Apoiou a independência de Timor. Apoia a idéia dum Curdistão independente.
Este homem apela a que deixem os povos decidir. Combate as elites iluminadas que manipulam a vontade desses mesmos povos. Nega-se a aceitar que haja povos mais ou menos inteligentes.
Este homem viu, desde 1989/1990, inúmeros povos reclamarem a sua independência e a sua constituição em Estados soberanos. Ainda recentemente, vimos o pequeno Montenegro proclamar a Independência.
O homem em questão cita o exemplo de países como a Eslovénia como capazes de ultrapassar Portugal, e sabe que a mesma se separou duma União maior chamada Jugoslávia.
Talvez tenha até ouvido o Primeiro-Ministro dinamarquês comparar Portugal e a Dinamarca, e dizer que ambos são pequenos países com pouca população (e, nestes aspectos, Portugal é superior), com um vizinho poderoso, mas que fazem o possível por sobreviver, e que, se a Dinamarca foi capaz de se tornar um dos países mais ricos do mundo, Portugal também o poderá fazer.
O nosso homem sabe que não se vislumbra, por essa Europa fora, nenhum movimento de retrocesso em relação a independências adquiridas há menos tempo que Portugal. Ninguém tem conhecimento de que a Holanda se queira reintegrar na Alemanha, ou a Bélgica, ou parte dela, na França.
Sabe, e di-lo, que um dos problemas das elites em Portugal, ao longo dos séculos, é o seu desprezo pelo povo que as sustenta e a tentação da riqueza fácil "adquirida", se necessário, vendendo-se ao estrangeiro. Sabe que o próprio povo tem varrido essas elites.
Este homem é de Esquerda, Republicano, Laico, Anti-imperialista.
Este homem chama-se José Saramago, e recebeu um Prémio Nobel pelo que escreveu em Língua Portuguesa, enchendo de alegria muitos compatriotas.
Mas este homem não aplica ao seu País o que defende para o resto do Mundo. Acha que o povo de que é fiho é menos inteligente que os demais. Acha que não tem o Direito à Independência. Como as elites que critica, acha os portugueses incapazes de se governarem sozinhos, e acena ao estrangeiro... mesmo quando este é governado por uma Monarquia... que nasceu depois de uma guerra brutal que esmagou os seus companheiros ideológicos (ressalve-se que os actuais monarcas não tiveram a culpa !). Pior, acha que "sem se encostar" a um "padrinho" poderoso, não pode subsistir, porque não tem sido capaz de se governar sozinho. E acha isto depois de 850 anos de independência... com os seus altos e baixos, naturalmente.... mas em que resistiu a tudo e todos.
Saramago, Saramago, meu caro Nobel: aplica ao teu povo o que desejas para os outros. Não cries, em quem adora tua Literatura, problemas de consciência.
Por uma vez, copia um pouco a altivez da Espanha que admiras, e aplica-a ao teu País. Contribui para a saída da crise, apelando ao amor-próprio de todos nós, em vez de agravares os nossos sintomas depressivos. Lembra-te do teu livro "Levantados do Chão".
Carlos Eduardo da Cruz Luna
(um leitor/apreciador da obra de Saramago)
Estremoz, Setembro de 2007
TEXTO TORNADO OTRA VEZ ACTUAL CON LAS DECLARACIONES DEL PRESIDENTE DE PORTUGAL CONSIDERANDO "UN TOTAL ABSURDO" LA IBÉRIA DE SARAMAGO, 4-Setembro-2007
EN CASTELLANO !UN APELO DIRECTO A JOSÉ SARAMAGO (DE UM PROGRESISTA PORTUGUÉS)
UN APELO DIRECTO A JOSÉ SARAMAGO (DE UM PROGRESISTA PORTUGUÉS)
UN APELO DIRECTO A JOSÉ SARAMAGO (POR UN PROGRESISTA/"IZQUIERDISTA" PORTUGUÉS)
Hay lógicas que no consigo entender. Conozco a un escritor de gran valor que se bate por varias causas a nivel mundial. No sólo lucha contra los "males" del mundo, en una época en que el capitalismo salvaje dicta su ley sobre gobiernos, pueblo y naciones, sino que también lucha para que todos los pueblos tengan el derecho a gobernarse como entendieren. Estuvo hasta en Palestina, apelando a la independencia de ésta con relación a Israel. Apoyó la independencia de Timor Oriental. Apoya la idea de un Kurdistán independiente. Este hombre apela a que dejen decidir a los pueblos. Combate a las elites iluminadas que manipulan la voluntad de esos mismos pueblos. Se niega a aceptar que haya pueblos más o menos inteligentes que otros. Este hombre ha visto, desde 1989/1990, a innúmeros pueblos que reclamaban su independencia y su constitución en Estados
soberanos. Aún recientemente, vimos al pequeño Montenegro proclamar la independencia. El hombre en cuestión cita el ejemplo de países como Eslovenia como capaces de superar a Portugal, y sabe que la misma se separó de una unión mayor llamada Yugoslavia. Tal vez hasta haya oído al primer ministro danés comparar Portugal y Dinamarca, y decir que ambos son países pequeños con poca población (y, en esos aspectos, Portugal es superior), con un vecino poderoso, pero que hacen lo posible por sobrevivir y que, si Dinamarca fue capaz de convertirse en uno de los países más ricos del mundo, Portugal también lo podrá hacer. Nuestro hombre sabe que no se vislumbra, en Europa, ningún movimiento de retroceso con relación a independencias adquiridas hace menos tiempo que la de Portugal. Nadie tiene conocimiento de que los Países Bajos se quieran reintegrar en Alemania, o Bélgica, o parte de ella, en Francia. Sabe, y lo
dice, que uno de los problemas de las elites en Portugal, a lo largo de los siglos, es su desprecio por el pueblo que las sustenta y la tentación de la riqueza fácil "adquirida", si es necesario, vendiéndose al extranjero. Sabe que el propio pueblo ha barrido a esas elites. Este hombre es de izquierdas, republicano, laico, antiimperialista. Este hombre se llama José Saramago, y recibió un Premio Nobel por lo que escribió en lengua portuguesa, llenando de alegría a muchos compatriotas. Pero este hombre no aplica a su país lo que defiende para el resto del mundo. Cree que el pueblo del cual es hijo es menos inteligente que los demás. Cree que no tiene derecho a la independencia. Como las elites que critica, cree a los portugueses incapaces de gobernarse solos, y hace gestos al extranjero... incluso cuando éste está gobernado por una monarquía... que nació después de una guerra brutal que aplastó a sus compañeros
ideológicos (¡nótese que os actuales monarcas no tuvieron la culpa!). Peor: cree que, "sin arrimarse" a un "padrino" poderoso, no puede subsistir, porque no ha sido capaz de gobernarse solo. Y cree esto después de 850 anos de independencia... con sus sus altibajos, naturalmente.... pero en que ha resistido a todo y a todos. Saramago, Saramago, mi estimado Nobel: aplica a tu pueblo lo que deseas para los otros. No crees, en quien adora tu literatura, problemas de conciencia. Por una vez, copia un poco la altivez de la España que admiras y aplícala a tu país. Contribuye a la salida de la crisis, apelando al amor propio de todos nosotros, en vez de agravar nuestros síntomas depresivos. Acuérdate de tu libro "Levantado del suelo". Carlos Eduardo da Cruz Luna(um lector/apreciador de la obra de Saramago)Estremoz, 16 de julio de 2007
Traducido del portugués al español o castellano.