Arcebispo de Kirkuk contra saída dos EUA do Iraque - Ecclesia
O arcebispo de Kirkurk, Louis Sako, alertou para o perigo de guerra civil e para uma divisão do Iraque, caso os militares norte-americanos deixem o país, noticiou segunda-feira a agência Ecclesia.
Recentemente, o secretário norte-americano da Defesa, Robert Gates, assegurou que a desmobilização norte-americana será um «processo lento», defendendo que ela deve realizar-se sem precipitações, sob pena de pesadas consequências para os Estados Unidos.
As advertências do arcebispo, no contexto da influência que têm no Iraque os países da área como o Irão, Síria e Turquia, foram feitas em Milão por ocasião da entrega do prémio «Defensor Fidei», pelo bimestral Il Tiomne.
A distinção reconhece o compromisso do prelado em favor do diálogo inter-religioso, assinala a Agência.
«A Igreja caldeia - explicou Dom Sako- é a Igreja das origens também para o Ocidente. Hoje somos poucos mas, se desaparecessemos, seria uma grande perda para o Ocidente, mas também para o mundo muçulmano».
Sectores do governo iraquiano e os Estados Unidos advogam a criação de uma zona de protecção nas planícies de Nínive, a Norte do Iraque, para defender os territórios históricos do povo assírio-caldeu e dar abrigo aos cristãos perseguidos.
Presentes no Iraque desde o século II, muitos cristãos são perseguidos por extremistas islâmicos e optam por fugir do país.
Todavia, o arcebispo de Kirkuk não perde o optimismo: «Antes havia uma ditadura absoluta. Com a queda do regime que controlava tudo voltou a liberdade e agora é necessário educar as pessoas e respeitar os outros. Por isso, queremos o diálogo com os muçulmanos», vincou.
Segundo a Ecclesia, o arcebispo está confiante na possibilidade de um encontro do presidente do Irão, Mahamud Ahmadinejad com o papa Bento XVI.
«Se houver um diálogo sincero, poderá vir uma ajuda para o Iraque e para todo o Médio Oriente», comentou ele.
O presidente do Irão, Mahmud Ahamdinejad, é esperado hoje em Roma para participar para participar na cimeira sobre segurança alimentar da FAO.
A cimeira, que decorre na sede da Agência das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) em Roma, reúne meia centena de chefes de Estado e de Governo, assim como organizações internacionais.
Lusa