[SSK]

Armas à solta no País  
Tiago Petinga/Lusa

A juíza Ana Cristina, do Tribunal de Instrução Criminal, decidiu ontem que 28 dos 50 arguidos do processo de tráfico de armas vão sentar-se no banco dos réus. A rede em causa foi desmantelada pela PSP em Março de 2006 e a surpresa, na altura, é que envolvia responsáveis da mesma força policial. O julgamento, ao que o CM apurou, só terá lugar no início do próximo ano.Armas de guerra continuam a circular no nosso país, depois de vendidas em leilões a militares, agentes e armeiros. “A segurança dos portugueses foi posta em risco. Os elementos da rede são suspeitos de corrupção, peculato e detenção de armas proibidas”, revelou fonte judicial.
 

Mas o tráfico, segundo o CM apurou, continua. É praticado por polícias, armeiros e elementos das Forças Armadas que cumpriram missões no estrangeiro: Bósnia, Iraque, Kosovo, Angola e África do Sul.

Os detidos são suspeitos de ter inundado o País com armamento bélico. Era conhecida no meio a existência de material de guerra à solta, mas poucos desconfiavam de que a maioria era vendida por agentes da própria PSP a criminosos e pessoas sem qualificações para obter a simples licença de uso e porte de arma.

A venda de armamento bélico continua em força e há mais 44 arguidos por posse de armas ilegais vendidas pelos elementos da rede agora pronunciada. Os processos são autónomos e estendem-se do Algarve ao Minho.

A conversa entre um motorista e o seu director deu origem ao único grande processo de venda ilegal de armas já com acusação. Em 2005, aquele polícia desabafou com o director do Departamento de Armas e Explosivos (DAE) da Direcção Nacional da PSP. Contou-lhe que, enquanto o esperava, ouviu vários colegas gabarem-se de atribuir licenças de armas a certas pessoas e de receberem dinheiro por fora. Empossado no cargo há poucos meses, o subintendente Waldemar Coroado informou os seus superiores e foi aberta a investigação.

A investigação é da competência exclusiva da Polícia Judiciária. Mas desta vez o Ministério Público, por ordem da então responsável do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, Francisca Van Dunen, entregou o caso à própria Polícia. Dezenas de agentes tiveram que investigar, durante largos meses, os próprios colegas.

O Departamento de Informações Policiais, espécie de secreta da PSP, foi essencial. Estes elementos, que actuaram de forma oculta, montaram vigilância a todos os suspeitos. Escutas, perseguições, observações, filmagens e recolha de documentos no próprio DAE destaparam a rede de tráfico de armas considerada uma das maiores a operar na Europa.

Assim, em Março de 2006 foi desencadeada uma vasta operação policial, nomeadamente entre a Grande Lisboa, Porto, Leiria, Alentejo e Algarve. E o resultado foi a apreensão de centenas de metralhadoras, pistolas de calibres apenas permitidos às Polícias e às Forças Armadas e, inclusive, granadas.

AGENTE DA PSP ERA CABECILHA DA REDE DE TRÁFICO
Henrique Martinho, 52 anos, em prisão preventiva e alegado cabecilha da rede de tráfico de armas, é agente da PSP há 25 anos. Trabalhou no Departamento de Armas e Explosivos (DAE) e vivia em Loures até ser detido numa enorme operação policial a 23 de Março de 2006. Com ele foram presas mais de 50 pessoas, a maioria colocada em liberdade após primeiro interrogatório judicial. O negócio do polícia começou em 2003, depois de colocado na secção de notificações da 3.ª divisão da PSP de Lisboa. Durante 16 anos foi motociclista do DAE, tendo por missão transportar documentos sobre o licenciamento de armas de fogo entre os vários serviços da PSP.

Na sequência dessas funções conheceu outro dos arguidos: Celestino Soares. Fez amizade com Celestino Rei, dono de espingardarias em Lisboa, Setúbal e Palmela, e com Fernando Pimenta, sócio-gerente de uma espingardaria em Lisboa, ambos acusados pelo Ministério Público. Segundo a CM apurou, Martinho usou todos os conhecimentos junto dos funcionários que passavam as licenças na PSP, além de relações comerciais e de amizade no meio das armas. Em 2002 associou-se a Celestino Rei. Os donos de casas de venda de armas ganhavam dinheiro na utilização dos serviços de funcionários da DAE, através da emissão de licenças aos próprios ou a clientes seus. Martinho, Celestino Rei e vários dos outros arguidos acumularam património considerável e auferiram rendimentos muito superiores aos que resultariam das respectivas actividades profissionais.

MEMBRO DO EXÉRCITO ESTÁ A SER INVESTIGADO
Um dos traficantes de armas que já está a ser investigado pelas autoridades faz parte dos quadros do Exército, tendo trabalhado na secreta militar e regressado recentemente de uma missão em África. No último mês de Março terá promovido uma espécie de leilão, com demonstrações de tiro, nas instalações militares da Carregueira, em Sintra. Trata as armas como obras de arte.

SAIBA MAIS
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Pessoas foram detidas pelas autoridades policiais em 2006 por posse ou tráfico de armas proibidas, o que representou um aumento deste tipo de crime (mais 31,9%) face ao ano anterior, adianta o Relatório de Segurança Interna.

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Armas foram apreendidas em 2006 pelas autoridades policiais só nas actividades que realizaram no âmbito do combate ao tráfico de estupefacientes, refere ainda o Relatório de Segurança Interna.

REVISÃO

O quadro legislativo das armas foi revisto no ano passado, tendo sido actualizadas as sanções e criadas fortes limitações à autorização legal de armas de calibre elevado.

LEIS

A Lei n.º 5/2006, de 23 de Fevereiro, regula o regime jurídico das armas e munições; a Lei n.º 42/2006, de 25 de Agosto, estabelece o regime especial de aquisição, detenção, uso e porte de armas de fogo destinadas a práticas desportivas e coleccionismo.

CRÍTICAS À INVESTIGAÇÃO
O advogado Carlos Carvalho (foto) ontem à saída do TIC criticou o facto de a investigação não ter sido feita pela Judiciária, mas sim pela própria PSP

ARSENAL DE GUERRA APREENDIDO DURANTE A A MEGAOPERAÇÃO DA PSP EM MARÇO DO ANO PASSADO

STEYR AUG
Dispara 30 balas/seg e é usada por elementos das forças especiais

AK 47 - KALASHNIKOV
Arma de guerra. Eficaz até 300 metros. Milhões em todo o Mundo

AK 74
Utilizada apenas por forças de elite. Utiliza munições 5.54 mm

HECHLER & KOCH G3
Usada pelo Exército português no Ultramar. Custa três mil euros

SAR 80
Custa menos de 500 euros e dispara entre 20 a 30 tiros por segundo

ARMALITE AR-10
Conhecida no mundo militar por M-16. Vinte munições por segundo

MAUSER SNIPER RIFLES
Arma de atiradores furtivos. Leva nove balas letais no carregador

UZI
Pistola-metralhadora e verdadeira máquina de guerra israelita

STAR Z-84
Imitação da UZI, só leva 25 balas no carregador. Cerca de mil euros

THOMPSON
Usada por gangsters nos Estados Unidos e terroristas do IRA

EMPRESÁRIOS ARMADOS
Metralhadoras estão entregues a criminosos, seguranças e empresários ligados ao tráfico humano e espaços de diversão nocturna

MERCADO INTERNACIONAL
Um motorista e um gestor de contas foram recrutados por dominarem a língua inglesa para contactos no mercado internacional

Carlos Tomás

 

[Luso]

Este jornalista é um pândego.  :shock:
E a AR10 é conhecida por M16.

Depois é cada tiro cada melro. Porque é que se põem a inventar quando há o Google?

[Upham]

Boa tarde!

Realmente, armas de ficção cientifíca. Uma cadência de 20 a 30 disparos por segundo?? Supera mesmo a MG 42, que se não estou errado terá uma cadência de apróximadamente 900 disparos por minuto.
E balas letais? Será que o autor pensa que existirão tambem projécteis não letais para este tipo de armas, só para fazer cócegas? Será que o jornalista sabe o que está a escrever?

Quanto ao caso investigado, se a justica apurar a culpa, mão pesada para os que pisaram o risco. Não se pode viver de ambos os lados da Lei e quem representa a autoridade do Estado deveria saber isso muito bem.

Cumprimentos!

[SSK]

Será que o jornalista sabe o que está a escrever?

É um problema de muitos os jornalistas, não todos, escrevem artigos sem investigar os assuntos que estam a escrever e depois saem coisas destas

[sniper14]

sinceramente este artigo é uma palhaçada... :lol:

AK 74
Utilizada apenas por forças de elite. Utiliza munições 5.54 mm
apenas ...? nem sei o que dizer... 5.54 ou 5.45mm que falta de profissionalismo

MAUSER SNIPER RIFLES
Arma de atiradores furtivos. Leva nove balas letais no carregador
aonde é que ele foi buscar as nove???

... e continua mas o que se pode dizer mais é a comunicação social que temos , qualquer escreve sobre qualquer coisa e depois dá nisto.

abraços

[Upham]

Boa noite!

que se não estou errado terá uma cadência de apróximadamente 900 disparos por minuto.

Estava mesmo errado, por informação incorrecta. Sabia que a MG 42 tinha uma cadência de disparos muito elevada, e pensava, por ter lido não me recordo onde, que seria de aproximadamente 900 disparos por minuto, mas segundo a página areamilitar era muito mais elevado, 1500 disparos por minuto.

Cumprimentos!

[Aponez]

Boa noite! :roll:

http://www.dday-overlord.com/mg_42.htm

Na wiki italiana de 1200 a 1500 dpm

http://it.wikipedia.org/wiki/MG_42

Na wiki inglesa 1200 dpm

http://en.wikipedia.org/wiki/MG42

[FAP]

Deve ser do gatilho reóstato.
Quanto mais apertas mais depressa dispara. :shock:  

[Upham]

Boa tarde!

Pois realmente.....com tanta variedade de fontes, sabe-se lá qual a que mais se aproxima da realidade.
De qualquer modo era uma arma com soluções técnicas invadoras para a época e com uma construção excelente (ao que se diz) e a prova disso será, que as suas netinhas ainda andam por aí e são usadas. (tal como a AK 47 que já tem a provecta idade de 61 anos, 1946??).
Uma vez peguei numa MG3?? (com autorização do soldado da Brigada Aero Transportada) numa exposição na FIL e aquilo pesa como catano, dasss.........  


Cumprimentos!

[papatango]

Esclarecimento sobre as fichas do areamilitar sobre a MG-42
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A cadência de tiro da MG-42 segundo as várias fontes consultadas é de facto de 1500 dpm para a MG-42 conforme começou a ser entregue ao exército alemão no final de 1942.

Há de facto vários valores mas o mais comum é de 1500 dpm.

A referência a 1800dpm, tem a ver com a substituta da MG-42 que foi lançada mesmo no final da guerra e que tinha una cadência de tiro maior e que ficou conhecida como MG-45.

O valor mais baixo é na maioria dos casos relativo à antecessora da MG-42, a MG-34 que era esse sim de 900 dpm.

Nos dois casos a velocidade do projectil eta de 755m/s.