Este senhor foi antigo Alf Mil em Moçambique. Aparentemente saudosista, diz algumas verdades.
REFLEXÕES
Portugal é um País,
Onde qualquer badameco
Pouco mais que analfabeto
Se julga gente importante,
E ocupa os mais altos cargos
Fazendo dos outro parvos,
Ainda que mentes brilhantes.
Basta para isso que seja:
Republicano assumido,
Filiado num partido
Que se diga anti-Igreja,
E que tenha na inveja
O seu prato preferido.
P´ra o curriculo sublimar,
Deverá acrescentar:
Ser desertor militar,
Anti-guerra do Ultramar,
Dizer mal de Salazar,
- Se for mulher abortar -
E alguma vez ter sido
Pela PIDE perseguido.
Se a isto adicionar
A aptidão especial
De ex-preso do Tarrafal,
Não tem nada que enganar:
Neste País pervertido,
- Onde a honradez é pecado -
Tem futuro garantido
E será condecorado !!
Março de 2007
TRINTA E TAL ANOS DEPOIS
( ... Aqui só para nós os dois ...)
~ Acróstico ~
Democracia tem D
Como tem Desilusão,
Desgoverno, Desemprego,
Desgraça, Desunião...
Está também em Decadência,
Desespero, Dependência,
Desordem, Desobediência,
Em Desconchavo e Demência,
Em denúncia e Displicência.
Em Dislate, Deplorável,
Desvario, Descartável,
Despautério, Desavença,
Desgaste, Desconfortável,
Desconfiança e Descrença.
Continua em Delinquência,
Como em Desinteligência,
Discórdia, Depravação,
Desgosto, Devastação,
Desagravo, Divergência,
Derrocada, Desistência,
Desmando e Deformação.
Também tem D Deputado,
Demagogo, Desleixado,
Disforme, Deteriorado,
Desbragado, Discutível,
Detestado e Desprezível.
Como tem D a Deriva,
Despudor, Desnorteada,
Desastrada, Destrutiva,
Desonesta, Desonrada,
Dolosa e Destrambelhada.
Está ainda em Devassidão,
Delirante, Destemperada,
Desbocada e Desvairada,
Porque está em Demissão,
Desvergonha e Desatino,
Mesmo em Decomposição.
Também tem D Ditadura,
Ironias do Destino...
E depois de tanto D vem
E de esgoto, esquerdismo
M de máfia, maralha,
O de obsceno, oportunismo
C de corrupto, canalha
R de rasca, rufia
A de alarve, ateísmo
C de cus da Casa Pia
I de infâmia e inflação
A de aborto, aberração!
Se a rima não está correcta
Perdoai-me, por quem sois.
Mas eu não sou o poeta
Do «trinta anos depois»,
Que até já são trina e dois.
O que quero é afirmar
Que jamais me irei negar,
-Sem nunca tergiversar-
De chamar pelo nome os bois.
V.C. (Boi Ápis)
«O Poeta de Fornos de Algodres»
Ao Combatente do Ultramar Português
( Carta aberta ao Combatente do Ultramar Português)
V.C. (O Poeta de Fornos de Algodres)
Digníssimo e Nobre Combatente:
Tu que te bateste tenazmente
P´la unidade sacrossanta da Nação,
Cumprindo o teu dever estoicamente
Com acrisolado fervor e devoção,
Tu qu´és dum Nobre Povo descendente
Donde a heroicidade te advém,
Espelhas honradez e integridade,
Que herdaste de teu Pai e tua Mãe.
São para ti, todas as honras e louvores,
Junto ao teu monumento, de mil flores,
Paredes meias com a Torre de Belém.
Mas se o infortúnio glorioso te tocou,
E no mármore frio lá apostado,
O teu nome a letras de ouro ali gravou,
Serás sempre um Barão assinalado,
Daqueles que Camões então cantou,
E assim, da lei da morte libertado.
Cantaremos o Hino Nacional,
Como quem reza a Deus uma oração,
Toda respeito e preito de gratidão,
Germe da alma lusa, o testemunho.
É aqui que se celebra Portugal !
É aqui, e só aqui, o Dez de Junho !
Lido na cerimónia do 10 de Junho de 2007 no monumento em Belém