Indo buscar/puxar a conversa um bocado mais atrás: Nem a USAF quis o C-27J por causa do custo-benefício comparado com o C-130. Tudo bem que também terá sido por motivos logísticos e de doutrina, especialmente visto que no fundo eles quiseram foi roubar o C-27J ao US Army. As restantes agências quiseram o C-27 por ser de borla. A Guarda Costeira vai receber um monte deles em troca de dar uns poucos C-130 velhotes ao serviço florestal. Que sortudos. Assim também queria eu. Afinal de contas eles até têm uma variante do CN-235 (entre outras aeronaves) para fazer o trabalho a sério de patrulha marítima e SAR.
Já quanto à "
real deal" num cenário da NATO já quase ninguém utiliza aeronaves como o C-27J e C-295 para transporte táctico no TO. OK que muitos utilizam na teoria. O US Army é que queria o C-27 porque este era mais barato, até certo ponto, de operar que o C-130 e como era mais pequeno eles não tinham de estar à espera que um C-130 fosse completamente "enchido" para poder transportar equipamento. Obviamente a USAF tem os seus próprios "estudos" a dizer o contrário quanto aos custos operacionais. Mas isto também já são problemas entre os dois ramos das forças armadas. Mesmo hoje países como a Bulgária, Itália, e Espanha enviam aeronaves "pequenas" como o C-27 e C-295/235 para as missões da NATO porque é o que têm disponível para contribuir. Entretanto, outros países como a França (e futuramente Alemanha) estão é a utilizar bichos como o A-400M para o transporte táctico e não apenas transporte estratégico. A performance de aeronaves como o A-400M melhorou bastante em pistas mal preparadas e curtas e o impacto nas células também já diminui consideravelmente. Também pouca diferença faz a muitos países a vantagem a nível de custos entre ter uns tantos aparelhos médios dedicados a transporte táctico ou utilizar algo como um C-130J/A-400M. Até porque simplesmente têm doutrinas diferentes e não sentem a necessidade de ter uma infraestrutura logística como a dos norte-americanos, que até parece mais uma cadeia logística de distribuição de um mega-supermercado ao estilo do Walmart.
Os norte-americanos que se fartem à vontade, a verdade é que eles estão sempre por detrás destas missões todas. E mesmo que estas missões contribuam para a segurança dos restantes países da NATO a verdade é que elas também contribuem para os interesses dos EUA. Nós (NATO) também contribuímos financeiramente para os C-17 partilhados, e países como o Reino Unido também têm C-17s e muitos outros países têm aeronaves com capacidade de transporte estratégico, sejam eles A-400M ou cargueiros civis convertidos (MRTT).
Quanto à substituição dos F-16: aposto o meu cavalinho no Gripen. Com a Embraer por detrás daquilo agora é que vai ser e vamos no futuro ver ali uma pressão enorme nos nossos políticos. É bastante económico de operar, é a única alternativa que faz sentido quanto a aeronaves mono-motor e tem tanto componentes norte-americanos como europeus. O único problema é que nos iria dificultar o acesso à escola norte-americana.
Só recomendo que não se metam a comprar caças todos XPTO senão depois acontece-nos como aconteceu com os burros dos austríacos e do suíços:
Austria Has No Business Flying These High-Performance Fighters.
Cumprimentos,