« em: Abril 07, 2007, 02:25:44 pm »
PSD quer privatização do canal 1 da RTPOs custos elevados e a semelhança de conteúdos com os outros canais generalistas são os argumentos do PSD para defender a privatização do canal 1 da RTP, que segundo os sociais-democratas custa 75 euros por ano a cada família.
«É duvidoso pedir aos portugueses para continuarem a sustentar um canal generalista igual aos outros», disse à Lusa o deputado do PSD Agostinho Branquinho.
A notícia de que o PSD pretende apresentar uma proposta de privatização da RTP é avançada na edição de hoje do semanário Sol, que adianta que se trata de um projecto que «terá o aval de Francisco Pinto Balsemão».
«A posição do PSD tem por base acabar com uma situação que, segundo Marques Mendes (e também Balsemão), é de «concorrência desleal», visto que a RTP recebe dinheiros públicos mas usa-os para concorrer com os canais privados, através da RTP1», revela o Sol.
Em declarações à Lusa, o deputado Agostinho Branquinho adiantou que os sociais-democratas estão, neste momento, a fazer «uma reflexão» sobre esta matéria, que deverá ser incluída no programa eleitoral do PSD para as legislativas de 2009.
Os principais argumentos utilizados pelos sociais-democratas para defender a privatização da RTP1 são os custos elevados da televisão pública e o facto de não existirem, actualmente, «diferenças nenhumas» em relação à programação que é oferecida pelos canais privados da SIC e da TVI.
«A única diferença é que, em 2007, a RTP vai custar aos portugueses 300 milhões de euros, que serão pagos através da taxa de audiovisual e dos seus impostos. Ou seja, em 2007, cada família vai pagar 75 euros para a RTP», afirmou.
Além disso, acrescentou o deputado social-democrata, depois de anos de forte contenção orçamental, em 2006 a RTP «começou o desperdício», aumentando os custos correntes, principalmente com pessoal.
«A juntar a isto, a RTP hoje em dia faz contra-programação em relação aos outros canais privados», sublinhou Agostinho Branquinho.
Por outro lado, adiantou, numa altura de «mudanças tecnológicas» constantes, «é necessário redefinir o papel do serviço público» e equacionar se o esforço do Estado deve manter-se.
«Temos de definir o perímetro do serviço público», referiu Agostinho Branquinho, considerando que «não faz qualquer sentido que a RTPN seja serviço público», quando «em nada é diferente da SIC Notícias».
A presença de «menos Estado» no audiovisual levará também, continuou Agostinho Branquinho, a que haja «menores possibilidades de governamentalizar a informação e a programação da RTP».
Relativamente ao modelo que deve ser seguido para a privatização do canal 1 da RTP, Agostinho Branquinho disse que esse é ainda uma questão que está a ser estudada, havendo «várias hipóteses em cima da mesa», que poderão passar pela concessão da gestão daquele canal a privados e poderá ou não incluir a privatização da RTPN.
Sobre a RTP 2, cuja gestão foi entregue a instituições da sociedade civil durante os Governos de maioria PSD/CDS-PP, Agostinho Branquinho disse ser uma matéria também em estudo e que, por princípio, os sociais-democratas defendem que a sua gestão «deve ser entregue à sociedade».
http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=794845&div_id=291RTP: «proposta é péssima»O deputado socialista Arons de Carvalho classificou hoje como «péssima» e «absolutamente populista» a proposta do PSD para privatizar o canal 1 da RTP, considerando que prejudicaria «gravemente» o serviço público, noticia a Lusa.
«É uma medida absolutamente populista e que contraria as posições que o PSD tem vindo a assumir nos últimos anos», disse à agência Lusa Arons de Carvalho, secretário de Estado da Comunicação Social nos Governos de António Guterres.
A notícia de que o PSD pretende apresentar uma proposta de privatização da RTP é avançada na edição de hoje do semanário Sol, que adianta que se trata de um projecto que «terá o aval de Francisco Pinto Balsemão».
Em declarações à Lusa, o deputado do PSD Agostinho Branquinho considerou mesmo «duvidoso pedir aos portugueses para continuarem a sustentar um canal generalista igual aos outros».
Instado a comentar a proposta social-democrata, Arons de Carvalho rejeitou os argumentos apresentados pelo PSD, considerando que, pelo contrário, a privatização do canal 1 da RTP «sairia mais caro» e levaria a uma «diminuição da diversidade de programação».
«O serviço público sairia mais caro, pois o canal 2 seria mais caro que é actualmente», sustentou o deputado socialista, acrescentando que, além disso, «a oferta da televisão ficaria muito mais pobre». «É uma medida que prejudicaria gravemente o serviço público e a televisão portuguesa em geral», sublinhou.
Por outro lado, continuou o antigo secretário de Estado, esta proposta contraria todas as experiências dos restantes países europeus, onde se está mesmo a debater «a diversidade da oferta do serviço público de televisão».
«É uma proposta péssima», salientou, lembrando que é na RTP1 que se podem encontrar «os grandes debates, as grandes reportagens, os programas sobre a língua portuguesa, o humor de qualidade». «É o Fiel ou Infiel que é serviço público? A sucessão de telenovelas que é serviço público», questionou Arons de Carvalho.
http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=794908&div_id=291