Forças iraquianas lançam grande ofensiva contra o Estado Islâmico
A região de Baiji, localizada 200 km a norte de Bagdade, é um ponto de controlo essencial para garantir o sucesso das operações contra o EI nos seus principais redutos do norte e do oeste, de acordo com altos oficiais do exército iraquiano.
A região foi palco de combates ininterruptos desde que o EI tomou grandes regiões do Iraque no ano passado, mas nesta quinta-feira comandantes militares afirmaram ter conseguido uma vitória significativa, ao recuperar o controlo da maior refinaria do país.
As forças armadas e os seus aliados paramilitares que actuam na Hachd al-Chaabi, unidades de mobilização popular xiitas apoiadas pelo Irão, fizeram, no entanto, declarações contraditórias sobre a tomada desta refinaria.
Alguns afirmaram que o local estava «completamente limpo», enquanto outros foram mais cautelosos, dizendo que ainda não estava totalmente sob controlo das forças pró-governo.
A refinaria, que chegava a produzir até 300.000 barris de petróleo por dia, satisfazendo as necessidades de metade do país, foi danificada e já não tem mais o mesmo interesse estratégico.
Por seu turno, a região de Baiji está localizada num entroncamento entre diversas frentes importantes no Iraque e as forças de segurança iraquianas avançam para tentar cortar os canais de abastecimento do EI.
«Conseguimos cortar as rotas de abastecimento e evitar a comunicação entre os combatentes do Daech» (acrónimo em árabe para o EI) entre Tikrit e Al-Sharqat, a norte de Bagdade, e Al-Anbar, a oeste, declarou um general iraquiano.
As forças iraquianas visam agora outro reduto jihadista importante, a cidade de Ramadi, capital da província de Al-Anbar.
Na quarta-feira, oficiais militares disseram que a ofensiva para recuperar Ramadi será lançada em breve.
Desde Outubro, as forças de segurança iraquianas, apoiadas pelos ataques aéreos da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, têm-se aproximado gradualmente de Ramadi, região localizada 100 km a oeste de Bagdade.
A cidade foi conquistada pelos jihadistas do EI em Maio deste ano, um dos mais amargos reveses do exército iraquiano.
O primeiro-ministro Haider al-Abadi tinha prometido recuperar o controlo da cidade «numa questão de dias», mas as defesas criadas pelo EI e as altas temperaturas do Verão derrotaram o exército, forçando-o a fazer várias «pausas operacionais».
«Acreditamos que as forças iraquianas estão prontas para recuperar a cidade», garantiu na quarta-feira o coronel Steve Warren, porta-voz dos Estados Unidos para a coligação em Bagdade, estimando entre 600 e 1.000 o número de combatentes do EI ainda presentes em Ramadi.
Por enquanto, as forças iraquianas tomaram posições no norte de Ramadi, em Albu Farraj. Entretanto, ataques da coligação evitaram hoje dois ataques suicidas realizados por jihadistas naquela zona, disse à AFP o comandante de operações em Al-Anbar, o general Ismail Mahalawi.
Lusa