Desactivação da Base aérea nº 6 do Montijo

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Lightning

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Re: Desactivação da Base aérea nº 6 do Montijo
« Responder #45 em: Dezembro 20, 2016, 04:12:01 pm »
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Força Aérea aceita saída da base, mas ministro quer saber quem paga mudança

Ministro Azeredo Lopes considera que custos de transferir aeronaves ou de treinarem noutras bases têm de ser pagos por terceiros.

http://www.dn.pt/portugal/interior/forca-aerea-aceita-saida-da-base-mas-ministro-quer-saber-quem-paga-mudanca-5561693.html
 

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tenente

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Re: Desactivação da Base aérea nº 6 do Montijo
« Responder #46 em: Dezembro 20, 2016, 07:32:27 pm »
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Força Aérea aceita saída da base, mas ministro quer saber quem paga mudança

Ministro Azeredo Lopes considera que custos de transferir aeronaves ou de treinarem noutras bases têm de ser pagos por terceiros.

http://www.dn.pt/portugal/interior/forca-aerea-aceita-saida-da-base-mas-ministro-quer-saber-quem-paga-mudanca-5561693.html

Depois de ler o artigo, irei repetir-me ao dizer que, novamente estão os decisores políticos deste País, a levantar um problema que não existe, para uma vez mais arrastar, aliás empurrar com a BARRIGA, a decisão termos um Aeroporto de Lisboa + 1 VS Novo Aeroporto de Lisboa.

A área que alberga a BA6 é mais suficiente para o ALS + 1 e para ser utilizada pelos acfts SAR, Transporte e EHM, não venham com tretas e invenções para continuarmos a prolongar a agonia do Aeroporto de Lisboa em termos de capacidade, ou não sabem os valores de pax processados no aeroporto de Lisboa até ao fim do Mês de Novembro ??????
São 21 milhões meus senhores (IR)responsáveis políticos deste País, 21 milhões para um máximo de 22 que será ainda atingido este Mês ou o mais tardar, por projecção, no inicio de Janeiro o que nos diz que em 2017 teremos bem mais de 22 milhões de pax processados !!!!

Se com os actuais valores as limitações em estacionamento, movimentos hora/pista já estão mesmo no máximo das capacidades, com as actuais alocações de slots pedidos pelos operadores deste Aeroporto, estamos á espera de quê para iniciarmos a construção das novas infraestruturas aeroportuárias, para dialogar com a FAP, ASAP ??????

Devemos estar á espera que ocorra um acidente e depois sim vamos fazer tudo a correr como é habitual quando somos geridos por pessoas que de gestão aeronáutica nada percebem e mais grave são assessorados por alguns capangas que servem os interesses de outros que só estão á espera que uns TROCOS, MUITOS, lhes caiam nos bolsos !!!

Interessante esta polémica sobre quem pagaria a transferência da FAP da BA6 para outras bases, então até um ignorante como eu sabe que teria de ser o Explorador das infraestruturas aeroportuárias que fossem construídas no Montijo........ ou,........Não será a ANA que vai explorar as ditas ?? será que está mais alguém já na corrida e ninguém sabe ???:G-deal: :G-deal: :G-deal: :G-deal:
Serão mais Chineses ?? :banana: :rir: :banana: :rir: :banana: :rir: :banana: :rir:

Agora digam-se srs inteligentes, onde se vão colocar as aeronaves SAR ???
Há melhor localização no continente que a BA6 ?????? :G-Ok: :G-Ok: :G-Ok: :G-Ok:
Como em outros fóruns já alguns entendidos se manifestam, que vão para TANCOS, BEJA, OVAR etc, etc, LINDO !!!
Claro que uns dez minutos de voo a mais para compensar da actual localização, de certeza que em nada afectam quem de ajuda no MAR aguarda ansiosamente a chegada de socorro, quem espera uma hora pode esperar mais dez minutos, SINCERAMENTE, ESPERTEZA SALOIA. :bang: :bang: :bang:
Só peço que a haver tal deslocalização, que sejam as famílias destes decisores, muito inteligentes a sofrer com as consequências dessa decisão, da demora na chegada do socorro, desculpem a minha frieza, mas para gente estúpida tem de ser assim. :diabo: :diabo: :diabo: :diabo: :diabo:

Quanto ás aeronaves de transporte até podem ir para Vila Real.......ou mesmo Bragança......... pois como outros já dizem como estão velhas estão em hangares na MNT.
Santa Paciência Sr Ministro veja se cuida da FAP com mais respeito, deixe-se de delongas e não se enrole com os lobies da podridão que assola este País no que diz respeito ao novo Aeroporto de Lisboa
A FAP merece não só o seu respeito mas e também a sua admiração, se não for por outra coisa que seja SÓ pelos milhares de vidas que até hoje salvou . :G-Ok: :G-Ok: :G-Ok: :G-Ok:

Abraços
« Última modificação: Dezembro 20, 2016, 07:39:49 pm por tenente »
Quando um Povo/Governo não Respeita as Suas FFAA, Não Respeita a Sua História nem se Respeita a Si Próprio  !!
 

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Re: Desactivação da Base aérea nº 6 do Montijo
« Responder #47 em: Dezembro 20, 2016, 09:18:19 pm »
Qual é o problema da BA1 para os helis SAR, camarada tenente? Ainda fica mais perto do mar ;D Já existe a estrutura de treino, pelo que os novos helis de treino se deveriam integrar facilmente e fica suficientemente perto do Alfeite para os Lynx da Marinha.

Quanto a Ovar, penso que, durante o inverno (quando as condições meteorológicas são piores), deveria haver aí um destacamento permanente de, pelo menos, um heli SAR. Isso sim retiraria muito tempo de resposta (entre 40 a 60 min), numa área em que existe elevada concentração de embarcações de pesca.

Mas, com toda a honestidade, concordo contigo quanto ao resto. É mais uma palhaçada à tuga.
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miguelbud

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Re: Desactivação da Base aérea nº 6 do Montijo
« Responder #48 em: Dezembro 20, 2016, 09:56:07 pm »
Só agora é que reparei o quao perto a Ba6 fica da ponte Vasco da Gama. A Vinci nao tem uma participaçao na Lusoponte?
« Última modificação: Dezembro 20, 2016, 09:57:59 pm por miguelbud »
 

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Lightning

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Re: Desactivação da Base aérea nº 6 do Montijo
« Responder #49 em: Dezembro 21, 2016, 01:14:36 am »
Agora digam-se srs inteligentes, onde se vão colocar as aeronaves SAR ???
Há melhor localização no continente que a BA6 ?????? :G-Ok: :G-Ok: :G-Ok: :G-Ok:
Como em outros fóruns já alguns entendidos se manifestam, que vão para TANCOS, BEJA, OVAR etc, etc, LINDO !!!

Como o NVF disse, para os helis SAR tem-se falado na BA1 Sintra, mas não acredito no que o NVF disse de lá colocar os helicopteros todos.

Aquilo já teve duas esquadras de Aviocar lá colocadas, uns 20 aparelhos, mas os hangars não servem para os EH101, até porque penso que alguns dos hangars foram absorvidos pelo Museu do Ar..

Base Aérea nº1 - Sintra


Como dá para perceber pela foto, a Base de Sintra é de tamanho pequeno/médio, não possui muito espaço para estacionamento de aeronaves, ainda com a agravante de uma parte da placa que se vê mais perto estar ocupada por aeronaves do Museu do Ar.

Nesta foto vê-se essa parte melhor.


O Hangar cilíndrico a meio e a placa lá ao fundo eram ocupadas pelo Aviocar, penso que agora serão do Epsilon que também tem um bom numero de aeronaves, acho que são 16.

O que quero dizer é que dificilmente dá para colocar em Sintra os helicópteros todos da FAP e Marinha, teriam que mandar os epsilon para outro lado (regresso a Beja?) e mesmo assim não sei, mesmo que seja só a esquadra 751 algumas obras teriam que fazer pois só os epsilon e o Museu do Ar deixam pouco espaço de placa livre,

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Quanto ás aeronaves de transporte até podem ir para Vila Real.......ou mesmo Bragança......... pois como outros já dizem como estão velhas estão em hangares na MNT.

Não me importava pois até sou do norte ;D, um jornal falou em Tancos (que até é do Exército, mas não sei se o sr jornalista sabe isso) e Ovar, eu apostava as minhas fichas em Beja, aquilo tem espaço que cabia lá a FAP toda, tem placas grandes, tem hangars grandes, e por causa dos Real Thaw, Tridente, etc, aquilo até tem levado obras nos alojamentos de pessoal.

Aerodromo Militar de Tancos (foto do DN)


Aerodromo de Manobra nº1 -  Ovar


Base Aérea nº11 - Beja

(foto anterior à construção do aeroporto de Beja)

Aerodromo de Manobra nº3 - Porto Santo ;D (este foi a brincar)
« Última modificação: Dezembro 22, 2016, 08:11:46 pm por Lightning »
 

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Re: Desactivação da Base aérea nº 6 do Montijo
« Responder #50 em: Dezembro 21, 2016, 01:30:40 am »
Quanto a Ovar, penso que, durante o inverno (quando as condições meteorológicas são piores), deveria haver aí um destacamento permanente de, pelo menos, um heli SAR. Isso sim retiraria muito tempo de resposta (entre 40 a 60 min), numa área em que existe elevada concentração de embarcações de pesca

Não sei se sabe, mas já existe um destacamento SAR permanente de Alouette III em Ovar.
 
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Re: Desactivação da Base aérea nº 6 do Montijo
« Responder #51 em: Dezembro 21, 2016, 02:27:15 pm »
Não fazia ideia, mas estava a pensar num Merlin, pois helis ligeiros têm capacidades muito limitadas em termos de SAR oceânico. Mas, se calhar, 'não há procura' suficiente.
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Re: Desactivação da Base aérea nº 6 do Montijo
« Responder #52 em: Dezembro 21, 2016, 04:06:12 pm »
Não fazia ideia, mas estava a pensar num Merlin, pois helis ligeiros têm capacidades muito limitadas em termos de SAR oceânico. Mas, se calhar, 'não há procura' suficiente.

Faz o que pode, principalmente junto à costa, quando é algo superior às suas capacidades vem o Merlin.
http://www.emfa.pt/www/mobile/noticia-299-helicoptero-alouette-iii-em-missao-de-busca-e-salvamento

O Alouette III também não tem capacidade de operações noturnas, de noite é tudo para o EH101.
 

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Re: Desactivação da Base aérea nº 6 do Montijo
« Responder #53 em: Dezembro 21, 2016, 04:25:35 pm »
Quanto a Ovar, penso que, durante o inverno (quando as condições meteorológicas são piores), deveria haver aí um destacamento permanente de, pelo menos, um heli SAR. Isso sim retiraria muito tempo de resposta (entre 40 a 60 min), numa área em que existe elevada concentração de embarcações de pesca

Não sei se sabe, mas já existe um destacamento SAR permanente de Alouette III em Ovar.
Afirmativo, com as limitações inerentes ao equipamento referido, depois de esgotadas que venha o grandalhão............mas com os tempos dispendidos ...........que venham as consequências disso !!!!

A BA6 está geograficamente muito melhor colocada que OVAR e afins.

Abraços
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Re: Desactivação da Base aérea nº 6 do Montijo
« Responder #54 em: Dezembro 21, 2016, 06:47:21 pm »
Afirmativo, com as limitações inerentes ao equipamento referido, depois de esgotadas que venha o grandalhão............mas com os tempos dispendidos ...........que venham as consequências disso !!!!

É verdade, mas ai já vamos para outro assunto que é o substituto do Alouette III, se deveria ser um aparelho com mais capacidades, como operações nocturnas, 2 motores, um bocadinho mais de autonomia, etc.

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A BA6 está geograficamente muito melhor colocada que OVAR e afins.

Pois, mas parece que também está muito bem colocada para futuro aeroporto de Lisboa, se der para conciliar tudo, maravilha, mas se não ser, é isso que estamos aqui a falar.

É que os outros locais que se falaram para aeroporto também tem os seus problemas, impacto ambiental, povoações nos arredores, rio como no caso de Alverca, terrenos pantanosos, montes na aproximação à pista, problemas de ligação a outros meios de transporte, no caso da Ota.

DGMFA - Alverca (e OGMA)


CFMTFA - Ota

« Última modificação: Dezembro 21, 2016, 07:07:35 pm por Lightning »
 

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Re: Desactivação da Base aérea nº 6 do Montijo
« Responder #55 em: Dezembro 21, 2016, 07:39:44 pm »
Afirmativo, com as limitações inerentes ao equipamento referido, depois de esgotadas que venha o grandalhão............mas com os tempos dispendidos ...........que venham as consequências disso !!!!

É verdade, mas ai já vamos para outro assunto que é o substituto do Alouette III, se deveria ser um aparelho com mais capacidades, como operações nocturnas, 2 motores, um bocadinho mais de autonomia, etc.

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A BA6 está geograficamente muito melhor colocada que OVAR e afins.

Pois, mas parece que também está muito bem colocada para futuro aeroporto de Lisboa, se der para conciliar tudo, maravilha, mas se não ser, é isso que estamos aqui a falar.

É que os outros locais que se falaram para aeroporto também tem os seus problemas, impacto ambiental, povoações nos arredores, rio como no caso de Alverca, terrenos pantanosos, montes na aproximação à pista, problemas de ligação a outros meios de transporte, no caso da Ota.


Os problemas do Montijo como aeroporto satélite de Lisboa são/serão :

1) a orientação da Pista principal/única;
2) a proximidade desta em relação á 03/21 de Lisboa;

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Re: Desactivação da Base aérea nº 6 do Montijo
« Responder #56 em: Dezembro 21, 2016, 07:52:10 pm »
Qual é o problema da BA1 para os helis SAR, camarada tenente? Ainda fica mais perto do mar ;D Já existe a estrutura de treino, pelo que os novos helis de treino se deveriam integrar facilmente e fica suficientemente perto do Alfeite para os Lynx da Marinha.

Quanto a Ovar, penso que, durante o inverno (quando as condições meteorológicas são piores), deveria haver aí um destacamento permanente de, pelo menos, um heli SAR. Isso sim retiraria muito tempo de resposta (entre 40 a 60 min), numa área em que existe elevada concentração de embarcações de pesca.

Mas, com toda a honestidade, concordo contigo quanto ao resto. É mais uma palhaçada à tuga.

Mas eu nem mencionei a BA1, NVF .
É a única com localização geográfica semelhante á BA6, estando numa zona central do nosso território, permite uma cobertura mais eficaz da nossa Costa, mas se se pudesse,  dispersar os meios SAR, eu por mim acho que seria muito mais eficaz, mas......
com que meios se faria???  :conf: :conf: :conf:
Não teríamos Helis disponíveis H24 em duas localizações/bases muitos menos se fossem três localizações Norte/Centro/Sul
perto ou mesmo mais afastados da costa, para acorrer aos pedidos de socorro, seria o ideal meus camaradas foristas, mas não temos ACFTS/CREWS suficientes, nem dinheiro para tal proeza. :crit: :crit: :crit:
Acho e digo acho que os meios SAR conseguiriam ser todos colocados na Granja do Marquês sem grandes problemas...... a ANA que pagasse as instalações para os EH101 e até poderia, se fosse pessoa de Bem, coadjuvar a FAP na compra de mais um EH101, com as centenas de milhões de euros de lucros anuais, nem lhe ficava nada mal !! :G-beer2: :G-beer2:

Abraços
« Última modificação: Dezembro 21, 2016, 07:53:43 pm por tenente »
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Re: Desactivação da Base aérea nº 6 do Montijo
« Responder #57 em: Dezembro 22, 2016, 11:15:59 am »
Eu por acaso não estava a considerar realmente à hipotese dos aviões de carga da FAP irem para Tancos, mas afinal à quem esteja...

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Reativar base de Tancos como alternativa à saída do Montijo

http://www.dn.pt/portugal/interior/reativar-base-de-tancos-como-alternativa-a-saida-do-montijo-5565862.html
 

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Charlie Jaguar

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Re: Desactivação da Base aérea nº 6 do Montijo
« Responder #58 em: Dezembro 22, 2016, 12:50:00 pm »
Eu por acaso não estava a considerar realmente à hipotese dos aviões de carga da FAP irem para Tancos, mas afinal à quem esteja...

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Reativar base de Tancos como alternativa à saída do Montijo

http://www.dn.pt/portugal/interior/reativar-base-de-tancos-como-alternativa-a-saida-do-montijo-5565862.html

Não estavas, mas desde que se começou a falar cada vez com maior frequência da hipotética saída da FAP do Montijo que isso se fala e bastante. Como referi num post anterior em tom irónico, deve dar jeito ao Exército ter meios aéreos ao seu dispor, mesmo que oficialmente não lhes pertençam, já que a UALE é e continuará a ser uma miragem.

Só uma nota que é para mim importante e que, se calhar, vai destoar um pouco de todas as opiniões técnicas, logísticas e financeiras que aqui têm vindo a ser expressas: o factor humano. É a última coisa que se tem falado, se é que tem sido de todo falada: o impacto nos homens e mulheres que servem na BA6, que têm a sua vida estruturada em função do local onde trabalham. Dizem certos ignorantes que os militares só têm é de cumprir ordens e que vâo para onde os ordenarem... é uma afirmação que tem um fundo de razão - como é óbvio os militares obedecem a ordens -, mas que esquece em absoluto que esses militares são também pessoas como todos nós, com vida própria, famílias, problemas e dilemas. E a deslocalização ou desenraizamento da área geográfica onde se encontra o seu local de trabalho decerto afectará muitos, a vários níveis.

Conhecendo muito bem a BA6 e muitas pessoas que lá trabalham diariamente, recordo-me por exemplo de uma coisa tão "simples" como foi a transferência da Esquadra 601 "Lobos" para a Base Aérea de Beja em 2008; a taxa de divórcios dentro desta Esquadra atingiu os 70% naquela altura (são dados não oficiais, mas sobejamente conhecidos dentro da Força Aérea), muito porque os familiares e cônjuges de membros desta unidade, trabalhando na área da Grande Lisboa, não estavam para abandonar o seu emprego, tirar os filhos da escola X ou Y, abdicar dos seus planos de vida e se mudar para Beja de armas e bagagens.

Não sendo o factor fundamental referido quer aqui, quer nos órgãos de comunicação social, é, apesar de tudo, um que se reveste de grande importância. É verdade, os militares cumprem ordens, porém numa altura em que não se encontram especialmente motivados devido aos sucessivos anos de aperto orçamental que lhes condiciona a carreira e a operacionalidade, poderá ser mais um que dê azo a desmotivação entre as fileiras. Decerto que o grupo de trabalho que está a estudar a opção Portela + 1 não estará a estudar o impacto humano e social do hipotético abandono e deslocalização dos militares da Força Aérea do Montijo para outras unidades.
Saudações Aeronáuticas,
Charlie Jaguar

"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
DE NADA A FORTE GENTE SE TEMIA
"

Luís Vaz de Camões (Os Lusíadas, Canto I - Estrofe 97)
 
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Re: Desactivação da Base aérea nº 6 do Montijo
« Responder #59 em: Dezembro 22, 2016, 02:21:43 pm »
Não estavas, mas desde que se começou a falar cada vez com maior frequência da hipotética saída da FAP do Montijo que isso se fala e bastante. Como referi num post anterior em tom irónico, deve dar jeito ao Exército ter meios aéreos ao seu dispor, mesmo que oficialmente não lhes pertençam, já que a UALE é e continuará a ser uma miragem.

Eu estava mais virado para Beja, tal como aconteceu ao P-3, seria a Base que daria menos trabalho à FAP de recolocação de esquadras de transporte.
Para o Exército até é capaz de dar jeito a FAP regressar a Tancos, pois deixa de ter necessidade de manter o aerodromo, e talvez outros serviços.

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Só uma nota que é para mim importante e que, se calhar, vai destoar um pouco de todas as opiniões técnicas, logísticas e financeiras que aqui têm vindo a ser expressas: o factor humano. É a última coisa que se tem falado, se é que tem sido de todo falada: o impacto nos homens e mulheres que servem na BA6, que têm a sua vida estruturada em função do local onde trabalham. Dizem certos ignorantes que os militares só têm é de cumprir ordens e que vâo para onde os ordenarem... é uma afirmação que tem um fundo de razão - como é óbvio os militares obedecem a ordens -, mas que esquece em absoluto que esses militares são também pessoas como todos nós, com vida própria, famílias, problemas e dilemas. E a deslocalização ou desenraizamento da área geográfica onde se encontra o seu local de trabalho decerto afectará muitos, a vários níveis.

Conhecendo muito bem a BA6 e muitas pessoas que lá trabalham diariamente, recordo-me por exemplo de uma coisa tão "simples" como foi a transferência da Esquadra 601 "Lobos" para a Base Aérea de Beja em 2008; a taxa de divórcios dentro desta Esquadra atingiu os 70% naquela altura (são dados não oficiais, mas sobejamente conhecidos dentro da Força Aérea), muito porque os familiares e cônjuges de membros desta unidade, trabalhando na área da Grande Lisboa, não estavam para abandonar o seu emprego, tirar os filhos da escola X ou Y, abdicar dos seus planos de vida e se mudar para Beja de armas e bagagens.

Nos anos 90 também aconteceu isso, ai a FAP mexeu quase as esquadras todas, toda a gente saiu de Tancos e com a saida dos alemães da Base de Beja muita gente teve que ir para Beja, nessa época tivemos esquadra 103 (T-33 e T-38) de Monte Real para Beja, esquadra 301 (passou dos Fiats para os Alpha Jet) do Montijo para Beja, esquadra 502 (Aviocar) de Tancos para Sintra, esquadra 552 (Alouette III) de Tancos para Beja e penso que a esquadra 101 (Epsilon) de Sintra para Beja também foi nessa época.

Ainda hoje muitos camaradas que servem em Monte Real prestavam serviço na BA3 - Tancos e tinham a vida organizada por esse zona, agora fazem muitos kms todos os dias de casa para a base, outros devem ter refeito a vida nas unidades onde foram parar.

É claro que não fico contente pelo pessoal que for afectado por essas movimentações, mas faz parte da vida de ser militar.
É que mesmo que isso não acontecesse os militares vão sendo transferidos de unidade de tempos a tempos, ninguém faz a carreira toda na mesma unidade, mas claro que é diferente eu saber que tenho que ir 1 ou 2 anos para Beja mas que depois posso regressar ao Montijo do que ser transferido e a base fechar, impossibilitando-me o regresso. No caso dos P-3 sei que alguns dos seus elementos, passado alguns anos, regressaram ao Montijo, por exemplo integrando agora os C-295, outros devem ter ficado por Beja, mas se a Base fechar, não há regresso.

Esse drama é também devido à perca de poder de compra e maior dificuldade de arranjar emprego para os conjuges, se nos anos 90 não havia grande drama nessas movimentações pois o ordenado do militar era suficiente para a familia enquanto o conjuge arranjava emprego, que na época eventualmente acabaria por arranjar, actualmente não é nada assim, um dos elementos da familia ter que se despedir do emprego (se tiver) é um luxo, e dificilmente volta a ter algo parecido com o que tinha.
« Última modificação: Dezembro 22, 2016, 02:48:41 pm por Lightning »
 
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