Vale a pena comprar o próximo expresso, trás a uma entrevista aquele que, no meu entender, é o melhor escritor de língua Portuguesa neste momento.
Acho fantástica a forma como este tipo trabalha e usa língua, simplificando-a sem perder objectividade, e sem se banalizar.
É sem duvida, uma leitura obrigatória para qualquer pessoa, que aspire a algo mais que uma alfabetização básica.
A África de Mia Couto
Reportagem de Manuela Goucha Soares e António Pedro Ferreira
Num conto inédito para o Expresso o escritor moçambicano Mia Couto recorda a cidade da Beira onde nasceu e cresceu, e a sua infatigável paixão por rios, cais, partidas e reencontros. Este ex-jornalista – que poderia ter sido médico – foi o cicerone do Expresso numa visita guiada à cidade de Maputo e arredores.
A África de Mia Couto
18:00 | quarta-feira, 07 FEV 07
Excerto do conto inédito de Mia Couto
Nasci e vive entre meandros de rios, preguiçosas águas que se apegavam às margens. A estação ferroviária obedecia a essa líquida paisagem. O comboio era um barco e eu entendia porque se chamava “cais” àquela plataforma onde as mães agitavam os lenços brancos.
Para mim, os modos lentos do comboio não resultavam de incapacidade motora. Eram, sim, gentileza. Uma afabilidade para com essas pequenas mortes, que são as despedidas.
http://expresso.clix.pt/Actualidade/Interior.aspx?content_id=377065