Votação

Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?

Sim
30 (47.6%)
Não
33 (52.4%)

Votos totais: 63

Votação encerrada: Janeiro 09, 2007, 07:28:51 pm

Referendo do aborto

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lurker

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« Responder #150 em: Fevereiro 11, 2007, 05:42:58 pm »
A CNE estima que a abstenção seja de 60%.
Da outra vez estava sol, hoje está a chover...
... nestes momentos, detesto mesmo a maioria dos portugueses.
 

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JoseMFernandes

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« Responder #151 em: Fevereiro 11, 2007, 06:21:40 pm »
Citação de: "ricardonunes"
Talvez que o tópico fosse bloqueado temporáriamente, e reabrisse após o acto eleitoral.

Tenho a dizer que nao podendo votar...sou eu e muitos portugueses que estamos bloqueados legalmente...e esse é um problema importante!
Eu gostaria de votar e não posso  :( ... segundo argumentação de alguns 'especialistas' isso deve-se a que apenas aos eleitores  residentes o assunto diz directamente respeito, ao contrário do que acontece com as eleições para a A.R e P.R.( e mesmo assim depois de um longo e 'desgastante' confronto com a esquerda, que supõe as ideias da 'emigração' tendencialmente conservadoras... ao contrário das 'transferencias de divisas' que sao certamente apetecíveis e políticamente neutras, tal como os impostos e taxas pagas em Portugal), e com que não estou mínimamente de acordo.
Ser integralmente português, é poder assumir todos os direitos e responsabilidades que lhe incumbem, dentro ou fora do nosso país.A  cidadania exprime-se, também, na possibilidade de poder participar no nosso destino comum.Imagino que será uma posição discutível para alguns portugueses, mas esta  é a minha forma de ver...
Cumprimentos
 

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ricardonunes

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« Responder #152 em: Fevereiro 11, 2007, 06:38:48 pm »
Citação de: "JoseMFernandes"
Citação de: "ricardonunes"
Talvez que o tópico fosse bloqueado temporáriamente, e reabrisse após o acto eleitoral.
Tenho a dizer que nao podendo votar...sou eu e muitos portugueses que estamos bloqueados legalmente...e esse é um problema importante!
Eu gostaria de votar e não posso  :evil:
Potius mori quam foedari
 

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ricardonunes

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« Responder #153 em: Fevereiro 11, 2007, 09:49:15 pm »
Ao que tudo aponta o resultado não é vinculativo ( dados oficiais), mas ao que tudo aponta é uma vitória do sim.
O que se houve é "vamos legislar" é isso não foi referendado?
Pode parecer mau perder, mas não é, apenas uma opinião critica.
Mais uma vez se prova que a questão era dúbia assim como as intenções.
Parece que venceram, acho que é um dado adquirido, não se venham queixar das repercussões posteriormente.
Potius mori quam foedari
 

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Miguel

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« Responder #154 em: Fevereiro 11, 2007, 10:08:20 pm »
 

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ricardonunes

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« Responder #155 em: Fevereiro 11, 2007, 10:46:27 pm »
RESULTADOS: Total do País
Freguesias apuradas - 4 260  
Freguesias por apurar - 0  
Inscritos - 8 832 628  
Votantes - 3 851 613 - 43.61%
Em Branco - 48 185 - 1.25%
Nulos - 26297 - 0.68%
 
Opções Votos %
Sim - 2 238 053 - 59.25
Não - 1 539 078 - 40.75
Potius mori quam foedari
 

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ricardonunes

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« Responder #156 em: Fevereiro 11, 2007, 10:57:41 pm »
Estou tão erritado que só consigo dizer carvalhadas  :evil:
Potius mori quam foedari
 

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Lancero

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« Responder #157 em: Fevereiro 11, 2007, 11:54:06 pm »
Pois é, Sócrates desertou da batalha pela prevenção - fazendo-se uma educação sexual séria (não a que hoje existe) - e já anunciou que vai legislar. Em Democracia sou obrigado a respeitar a vontade da maioria dos votantes, mas fica aqui claro que não concordo!!

Distritos onde ganhou o Não: Aveiro, Braga, Bragança, Guarda, Viana do Castelo, Vila Real, Viseu e Regiões Autónomas dos Açores e Madeira.
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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NBSVieiraPT

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« Responder #158 em: Fevereiro 12, 2007, 12:17:04 am »
Uma vergonha! ;)

No fundo, um dia triste para Portugal...
 

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Yosy

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« Responder #159 em: Fevereiro 12, 2007, 12:33:28 am »
yu23x1

Vitória do SIM. E mesmo que não seja vinculativo o Sócrates vai legislar. Assim é que é - mais um passo para nos aproximarmos da Europa desenvolvida.
 

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Luso

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« Responder #160 em: Fevereiro 12, 2007, 01:04:04 am »
Citação de: "Yosy"
yu23x1

Vitória do SIM. E mesmo que não seja vinculativo o Sócrates vai legislar. Assim é que é - mais um passo para nos aproximarmos da Europa desenvolvida.


Yosy...
É a despenalização do aborto que nos vai "apróximar da Europa desenvolvida"?
 :roll:
Valha-nos N. Sr.ª dos Caramelos...
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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JLRC

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« Responder #161 em: Fevereiro 12, 2007, 03:06:32 am »
Citação de: "NBSVieiraPT"
Uma vergonha! ;)

No fundo, um dia triste para Portugal...


Felizmente que está cá você para moralizar o país  :oops:
Opine por você mas não generalize e sobretudo deixe de olhar para o umbigo, você não é o centro do mundo nem o dono da razão. O sim ganhou e foi um dia feliz para mim e para todos os que fizeram campanha pelo sim e para todos os que votaram sim. Triste para Portugal é haverem pessoas que não conseguem lidar com opiniões contrárias às suas. E depois dizem-se muito democratas, são os chamados democratas da treta. Mais uma vez este forum votou contra corrente. É esclarecedor, não acham?
 

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NBSVieiraPT

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« Responder #162 em: Fevereiro 12, 2007, 03:51:05 am »
Moralizar o País?
Apenas expressei o meu estado de espírito sem faltar ao respeito a ninguém ou às regras deste Fórum.
Quer dizer, posso como toda a gente dizer que o Exército tá uma vergonha, blablabla, mas não posso falar sobre um País? :roll:
Agora estar desgostoso de acontecer algo que eu não gosto é ter mau perder? Oh Claro! Sou do Benfica, perdi contra o Varzim mas tenho de tar contente e vir aqui dar os parabéns a quem veste as cores alvinegras?

Tanto se queixa o JLRC de "pessoas que não conseguem lidar com opiniões contrárias às suas" que mal viu um post contrário ao que acredita, ataca o seu autor (eu). Grande moral. :roll:

Desculpe lá se fui honesto e directo e não vim com demagogismos hipócritas (que graças a Deus ainda não vi neste fórum).
 

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« Responder #163 em: Fevereiro 12, 2007, 11:04:51 am »
Citação de: "JLRC"
Citação de: "NBSVieiraPT"
Uma vergonha! ;)

No fundo, um dia triste para Portugal...

Felizmente que está cá você para moralizar o país  :oops:
Opine por você mas não generalize e sobretudo deixe de olhar para o umbigo, você não é o centro do mundo nem o dono da razão. O sim ganhou e foi um dia feliz para mim e para todos os que fizeram campanha pelo sim e para todos os que votaram sim. Triste para Portugal é haverem pessoas que não conseguem lidar com opiniões contrárias às suas. E depois dizem-se muito democratas, são os chamados democratas da treta. Mais uma vez este forum votou contra corrente. É esclarecedor, não acham?

Amigo JLRC, mas tu esperavas outra coisa? :wink:

Ainda vão havedo alguns mas é espécie em vias de extinção :twisted:

Citar
Mais um milhão de votos que na consulta de 1998



Fernando Madaíl
José Carlos Carvalho (imagem)    
 
A questão do aborto, no Portugal do século XXI, já não é "tema fracturante". Enquanto o "sim" cresceu um milhão de votos em relação a 1998, o "não" apenas subiu 200 mil. E se se considerar que a esmagadora maioria do "não" concorda que nenhuma mulher deve ser investigada - quanto mais julgada e, eventualmente, presa - então a questão central ficou resolvida: os portugueses votaram a despenalização.

Neste cenário, não seria legítima qualquer interpretação partidária dos resultados. E José Sócrates, que poderia ser tentado a fazê-lo, preferiu destacar o facto de o referendo não se destinar "a derrotar ninguém" e a sublinhar o "novo consenso social". Respondia, assim, no mesmo tom moderado, à outra intervenção que marcou a noite do escrutínio - a de Marques Mendes, que sugeriu que se evitassem as "clivagens" entre ambos os lados e apelou para que a lei seja feita com "prudência e equilíbrio".

Afinal, parte significativa do PSD esteve envolvida no "sim", surgindo ao lado de figuras do PS e, também, do BE - o PCP manteve-se mais afastado dos movimentos em que se misturaram origens, tendências e ideologias. Aliás, raros serão os temas em que se poderão ver os mesmos protagonistas a fazer campanha juntos.

Desta forma, quando seis em cada dez portugueses votaram "sim", só por oportunismo ou dislate se poderia falar de uma vitória da esquerda e de uma derrota da direita. E - como sugeriram, na argumentação da campanha, alguns dirigentes socialistas, decerto para mobilizar o seu eleitorado - falar num triunfo do Governo seria pura estultícia. Encerrando a ronda de intervenções dos líderes, foi o próprio Sócrates a calar esta tese, frisando que "não foi um confronto entre os partidos".

E, no entanto, pode-se ver uma linha geográfica que divide o País: acima de Coimbra, só no Porto ganhou o "sim" - excluindo Açores e Madeira, os melhores resultados do "não" foram em Vila Real e Viseu. Abaixo dos distritos do IP5 (Aveiro-Viseu- -Guarda), todo o mapa foi pelo "sim" (incluindo Leiria, que, assim como o Porto, mudou o sentido de voto relativamente a 1998), com resultados "exagerados" em Beja e Setúbal.

A outra questão que esteve suspensa durante todo o dia foi o facto de uma afluência inferior a metade dos eleitores inscritos poder "matar" o instituto do referendo. Mal tinha acabado de votar, Cavaco avisava que, qualquer que fosse o resultado, excluir desde já aquele instrumento de consulta seria "precipitação".

A tese acabaria por se esvaziar rapidamente. Primeiro, politólogos como André Freire chamavam a atenção para os "eleitores-fantasmas" (das duplas inscrições de cidadãos que mudam de residência ao facto de as pessoas que morrem não serem abatidas), que podem atingir, actualmente, quase 10% - em 1998, os cadernos foram expurgados. Depois, os próprios políticos rotulavam de significativa a afluência registada - sobretudo porque noutros países não há quorum para o referendo ser vinculativo ou, então, é inferior a 50%.

Em suma: hoje, é o primeiro dia em que as boas intenções da campanha têm o dever de se tornar realidade. E, vencedores e derrotados, todos esperam que, no mais breve espaço de tempo possível, se erradique de vez a expressão que tanto se ouviu nas últimas semanas (meses? anos?): "O aborto em vão de escada."  

 
http://dn.sapo.pt/2007/02/12/tema/mais_ ... _1998.html

Também é com muito orgulho que vi que o meu Distrito (Setúbal) registou uma votação maciça no SIM.
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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« Responder #164 em: Fevereiro 12, 2007, 11:09:48 am »
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Legislem, senhores deputados


António José Teixeira  
 
Os cidadãos eleitores que quiseram ter uma palavra a dizer sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez (IVG) disseram maioritariamente que "sim". Quem se sentiu interpelado a assumir uma posição assumiu-a. Tal como aconteceu em 1998, o eleitorado interessado na decisão política disse de sua justiça. Há pouco mais de oito anos um "não" inibiu os legisladores de alterarem a lei. Agora, os interessados disseram "sim" e nada deve condicionar os deputados na concretização do sentido referendado no voto.

Não deve ignorar-se que, tal como em 1998, o referendo não foi vinculativo. Isto é, mais de 50% dos eleitores optaram por não se pronunciar. Estiveram e estão no seu legítimo direito. O mesmo legítimo direito que confere aos deputados liberdade para legislar. O carácter não vinculativo do referendo apenas retira a obrigação legislativa ao Parlamento. Não a proíbe nem sequer a condiciona. Logo, se há algum sinal válido a respeitar é aquele que se tornou maioritário entre os cidadãos que têm uma opinião validamente expressa. E esse sinal é o "sim".

O valor da abstenção foi mais uma vez elevado. Não tanto como da primeira vez, mas ainda muito elevado. E, mesmo que descontemos a margem dos eleitores-fantasmas que continuam a viciar os cadernos eleitorais, a taxa de abstenção é preocupante. Há muitas leituras possíveis para o desinteresse dos cidadãos. Além do desgaste do sistema político, há outras tentativas de explicação:

> muitos eleitores não terão considerado esta questão essencial;

> não terão sentido a IVG como problema seu;

> não afirmam uma cultura de conquista de direitos (tal como no passado, herdaram e não conquistaram o direito ao divórcio);

> não sentiram o referendo na órbita de um conflito partidário, o que poderia estimular a participação (o PSD dividiu-se, não se assumiu);

> revelam algum conservadorismo paralisante quando são colocados perante mudanças sociais;

> desconfiam de que a sua decisão não contribua para coisa nenhuma. Há demasiados exemplos de inconsequência legislativa ou, pior, de falta de concretização. Ainda hoje as actuais possibilidades legais de IVG não têm aplicação acessível;

> finalmente, nos últimos dias de campanha, houve tentativas de confundir os eleitores. A certa altura já não se sabia quem defendia afinal a despenalização da IVG.

O "sim" de ontem demonstra em qualquer caso que a Igreja Católica, que se mobilizou fortemente através da sua hierarquia e dos seus leigos mais influentes, não tem a influência social que já teve. Não se deve desvalorizar, mas já terá sido mais decisiva para a definição dos valores e dos costumes.

A vitória do "sim" não deve ser lida co- mo uma vitória partidária, mesmo se a esquerda tem razões de contentamento. A IVG não é um troféu. É um drama que deve exigir acompanhamento e regras claras para atitudes responsáveis. Cabe agora aos deputados legislar e ao Governo aplicar decididamente a vontade dos cidadãos interessados.  
 
 
 
 

 
 
http://dn.sapo.pt/2007/02/12/editorial/ ... tados.html
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas