É naturalmente um tema complicado.
Em primeiro lugar não gosto da ideia da despenalização. Trata-se de um eufemismo para enganar o pagode.
Na prática, é como se votássemos uma lei a despenalizar os assaltos aos bancos.
Despenalizamos os assaltos aos bancos, mas os assaltos continuam ilegais.
Alguém acha que alguém ligaria alguma à proibição de assaltar bancos?
De que serve ser ilegal, se depois não há uma penalização adequada?
É mais uma esperteza saloia, típica de politicos saloios e eu não gosto de colaborar com mentirosos.
Por outro lado, também reconheço que não vejo que se tenha feito NADA desde o último referendo.
Sou a favor da educação sexual, sou totalmente a favor da utilização de anticoncepcionais e a favor de que as pessoas sejam ensinadas a utilizar tais métodos.
Deste ponto de vista sou absolutamente contrário às posições dogmáticas da Igreja Católica.
Mas também vejo a questão da existência de vida desde o momento da concepção e deste ponto de vista, embora seja a favor da utilização de anti-concepcionais, não aceito que se mate uma vida, sob que argumento seja.
Legalizar o aborto, porque trata-se de liberalizar e não de despenalizar (sejamos honestos e tratemos de não nos enganar uns aos outros com eufemismos) corresponde a institucionalizar a pena de morte, para quem nunca viu a luz do dia, e nunca terá possibilidade de se defender.
Critico no entanto os sacristões e falsos moralistas, que criticam o aborto, mas ao longo de anos nada fizeram para evitar que ele se faça, para evitar que sejamos um dos países europeus com mais Mães solteiras.
A Liberalização/despenalização não adianta de nada. Vão continuar a existir casos de pessoas que não cumprem os prazos e querem abortar depois das 10 semanas ou das 12 ou das 16, e por aí fora.
Abrir a caixa da Pandora, acabará onde todos sabemos: Na total desregulação.
E isto tudo num país, onde já existe uma lei que permite o aborto, em caso de violação, mal-formação do feto e violação.
O que os promotores do aborto parecem querer é transformar o aborto num anti-concepcional e encher os hospitais com filas de mulheres com a desculpa de que se enganaram nas contas...
Esta proposta de Lei, é uma triste demonstração de que não parecemos funcionar nem com as leis normais que outros países têm.