Defesa: Militares portugueses em missões internacionais já ultrapassam os 1.000 Lisboa, 22 Nov (Lusa) - A partida de 121 militares para o Líbano na sex ta-feira, integrados na força interina da ONU, fará subir para 1.020 o número de soldados portugueses em missões internacionais de paz, a maioria dos quais pres entes nos Balcãs. Os militares vão juntar-se aos 19 que já se encontram naquele país, tot alizando o efectivo de 140 elementos de engenharia militar que Portugal destacou para integrar a missão das Nações Unidas no Sul do Líbano (FINUL). Actualmente, Portugal tem destacados 880 militares (das Forças Armadas e da GNR) em missões internacionais, mas é nos Balcãs que se concentra a maioria - 506 militares - 199 efectivos do 1º Batalhão de Infantaria do Exército na Bós nia, ao serviço da União Europeia (EUFOR), e 307 militares do 1º Batalhão de Inf antaria Mecanizado e do 1º Batalhão de Infantaria Pára-quedista. Os 199 militares em missão na Bósnia vão, entretanto, começar a regress ar a casa no início do próximo ano, consumando a retirada quase integral da pres ença nacional na EUFOR decidida sexta-feira em Conselho Superior de Defesa Nacio nal. No Kosovo estão também dois militares portugueses, como observadores, n o âmbito da missão da ONU (UNMIK). No Afeganistão está presente um contingente de 153 efectivos da Brigada de Reacção Rápida dos Comandos mais sete militares da Força Aérea e quatro ofic iais no quartel-general da ISAF, a força internacional ao serviço da NATO. No Iraque, também ao serviço da NATO, estão oito instrutores militares e no Sudão (Addis Ababa) apenas um militar no quartel-general da força internaci onal sob o comando da União Europeia. Ao serviço da força da União Europeia no Congo, está no Gabão um contin gente de 52 efectivos, dos quais 33 fuzileiros da Marinha e 19 da Força Aérea, c om um avião de transporte Hércules C-130. No Congo, no âmbito da missão de aconselhamento e assistência sobre a R eforma no Sector da Segurança, estão dois portugueses que prestam serviço como a ssessores militares em Kinshasa. Integrados em missões da ONU estão ainda quatro militares portugueses e m Timor-Leste e um no Burundi, como observadores, de acordo com dados do Estado- Maior-General das Forças Armadas. Desde o início de Junho deste ano, estão também em Timor-Leste 140 mili tares da GNR e da PSP - subagrupamento Bravo -, ao serviço da Missão Integrada d as Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT). A decisão de participar na missão das Nações Unidas no Líbano (FINUL) f oi decidida em Conselho Superior de Defesa Nacional no final de Agosto, após ces sarem os ataques de Israel ao Líbano. A principal missão do contingente português será a construção horizonta l - reparação e manutenção de itinerários, aeroportos e heliportos, trabalhos de escavação, aterro, nivelamento e compactação de terrenos e trabalhos de drenage m. Os 140 militares portugueses poderão, no entanto, ser chamados a desemp enhar outro tipo de tarefas, como a construção de acantonamentos, instalações e bases logísticas da FINUL, reabilitação de edifícios, montagem de estruturas pré -fabricadas ou o fornecimento e distribuição de energia eléctrica. O contingente nacional, que deverá permanecer no terreno por um período de seis meses (que, provavelmente, será renovado), vai ficar na dependência dir ecta do comandante da Força da ONU no Sul do Líbano, o general francês Alain Pel ligrini.
Defesa: 10 militares portugueses morreram em missão no exterior desde 1995 Lisboa, 22 Nov (Lusa) - A participação em missões internacionais custou a vida a 10 militares portugueses desde 1995, o último dos quais um sargento do s Comandos morto em patrulha na capital do Afeganistão, Cabul. Em 1996, de acordo com dados do Estado-Maior das Forças Armadas, quatro militares portugueses que integravam a "Implementation Force" (IFOR) da NATO na Bósnia morreram na explosão de uma munição não detonada que tinham levado para o interior de uma das casernas. Vários outros militares italianos que se encontravam no local morreram devido à explosão. Portugal manteve na Bósnia no âmbito da IFOR uma unidade de combate, ou tra de apoio de serviços e um destacamento de ligação à estrutura multinacional, com um efectivo total de cerca de 1.000 homens e mulheres. Entre 2000 e 2003, morreram quatro militares portugueses em Timor-Leste , em serviço no decorrer da missão das Nações Unidas UNTAET-PKF, na qual Portuga l empenhou cerca de mil militares dos três ramos das Forças Armadas, parte dos q uais "capacetes azuis". Dois deles morreram num acidente de aviação, na queda de um helicóptero da Força Aérea Portuguesa nas montanhas em Same (sul de Timor-Leste), outro mor reu em 2002 e um quarto militar, um fuzileiro da Armada, morreu de ataque cardía co, em 2003. Mais recentemente, em Julho do ano passado, morreu um soldado pára-qued ista na Bósnia, vítima de um acidente enquanto efectuava uma descarga de aliment os com uma viatura empilhadora. Além destes dez casos, um outro militar morreu em 2002 no estrangeiro, mas devido ao atentado terrorista que vitimou 202 pessoas em Bali, Indonésia, on de se encontrava em férias. Em 2005, em Cabul, a deflagração de um engenho explosivo "com uma carga muito forte" - de acordo com o Estado-Maior do Exército - colocado na estrada v itimou o sargento João Paulo Roma Pereira, de 33 anos, quando o veículo em que s eguia patrulhava as ruas da capital afegã. Além do sargento Roma Pereira, ficaram feridos outros três militares po rtugueses, um deles, o primeiro-cabo Horácio Mourão, com gravidade.
Defesa: 58 milhões de euros orçamentados para missões, mas custos são superiores Lisboa, 22 Nov (Lusa) - O Governo prevê gastar no próximo ano 58 milhõe s de euros com a participação de militares portugueses em missões de paz no estr angeiro, o mesmo que o orçamentado no ano de 2006. Os números, inscritos nas transferências do Estado para o Ministério da Defesa, não traduzem, no entanto a totalidade dos gastos com o envio e sustenta ção de militares para países e territórios como o Kosovo, Bósnia-Herzegovina, Af eganistão, Congo ou Líbano. Numa auditoria realizada às contas do Exército no ano passado, o Tribun al de Contas (TC) sustenta que, para fazer face àquelas despesas, que inclui a a limentação e remuneração dos militares em missão, "o Exército tem tido como únic o instrumento disponível o recurso a verbas da Lei de Programação Militar". "A não terem sido utilizadas tais verbas, as missões não poderiam ter s ido cumpridas", sublinha mesmo o relatório do TC. No documento, o órgão fiscalizador das contas do Estado acrescenta que este é um problema "a que o Exército sempre prestou a maior atenção, tendo sido objecto de sucessivos memorandos" do Chefe de Estado-Maior do ramo para os suces sivos ministros da Defesa. Em Outubro, num debate com as comissões parlamentares de Defesa e Orçam ento e Finanças, sobre o Orçamento de Estado para 2007 na área da Defesa, o mini stro da tutela detalhou os custos previstos para o próximo ano com missões inter nacionais. De acordo com Nuno Severiano Teixeira, a missão portuguesa no Líbano cu stará 9,2 milhões de euros, no Kosovo 18 milhões, no Afeganistão 11,8 milhões, n o Congo 3,2 milhões e na Bósnia-Herzegovina 900 mil euros/mês. Em 2005 foram orçamentados 60 milhões de euros para pagar a participaçã o de militares portugueses em missões internacionais, um salto de 150 por cento face ao previsto para o ano anterior (24 milhões de euros).
TIMOR-LESTE Timor-Leste: PM Ramos-Horta vai formalizar pedido envio mais uma companhia GNR Díli, 22 Nov (Lusa) - Timor-Leste vai formalizar junto das Nações Unida s e de Portugal o pedido para o envio de uma segunda companhia da GNR, afirmou h oje à Lusa o primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta. "Eu, pessoalmente, já tinha levantado a questão com as Nações Unidas e com Portugal, com o ministro da Administração Interna, António Costa, de que tal vez seja útil considerarmos uma segunda companhia adicional da GNR", disse Ramos -Horta. O primeiro-ministro timorense falava à Lusa no final da cerimónia de de spedida do 1º contingente do subagrupamento Bravo da GNR, que na próxima sexta-f eira termina a missão em Timor-Leste, onde chegou a 04 de Junho. "As Nações Unidas estão a ver [a possibilidade do envio de uma segunda companhia da GNR] com receptividade e necessidade, e tendo feito já as consultas necessárias, vamos agora formalizar o pedido à ONU e a Portugal. Tendo em vista as eleições de 2007", sublinhou. O 1º contingente do subagrupamento Bravo, composto por 140 militares, c omandados pelo capitão Gonçalo Carvalho, regressa sexta-feira a Portugal, e será substituído pelo 2º contingente, que terá 143 militares e será comandado pelo c apitão Jorge Barradas. A missão dos militares da GNR correspondeu a um pedido dos órgãos de so berania timorenses, extensivo à Austrália, Malásia e Nova Zelândia para que envi assem efectivos militares e policiais para assegurarem a manutenção da ordem e s egurança públicas. O pedido foi feito na sequência da desintegração da Polícia Nacional de Timor-Leste e das divisões no seio das forças armadas, face à crise político-mi litar desencadeada em Abril, e que provocou até agora cerca de 60 mortos. A violência provocou também 180 mil deslocados, metade dos quais regres saram entretanto às suas áreas de residência. Os efectivos da GNR foram o primeiro grupo policial a chegar a Timor-Le ste, face ao pedido das autoridades timorenses, integrando presentemente a Políc ia das Nações Unidas (UNPOL) no país.
Líbano: Militares portugueses por terras do Hezbollah Lisboa, 23 Nov (Lusa) - Quando chegarem a Shama, sul do Líbano, os soldados portugueses vão ver-se rodeados por muçulmanos xiitas, homens e mulheres que constituem sustentáculo, abrigo e base de recrutamento de uma das maiores dores de cabeça de Israel na região: o Hezbollah. É já na sexta-feira que o contingente de 140 militares portugueses vai engrossar a Força Interina das Nações Unidas (FINUL), ficando estacionado em Shama, seis quilómetros a nordeste da cidade de Naqoura, no sul do Líbano, bastião xiita e do Hezbollah. O Hezbollah, ou Partido de Deus, foi congeminado, em 1982, por um grupo de sacerdotes muçulmanos, após a invasão israelita do Líbano desse ano, que contou com o apoio de cerca de 2.000 Guardas Revolucionários iranianos, estacionados no Vale de Bekaa e que se encontravam no país para apoiar a resistência contra a ocupação judaica. O manifesto do grupo, claramente inspirado pela revolução islâmica iraniana, foi tornado público em Fevereiro de 1985, pelo xeque Ibrahim al-Amin, e definia três objectivos fundamentais: a erradicação do imperialismo ocidental do Líbano, a transformação do Estado multiconfessional libanês num Estado islâmico, e a completa destruição do Estado de Israel. Tido como uma organização terrorista, para além de Israel, pelos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Holanda, o Hezbollah não consta contudo da lista da União Europeia para os grupos terroristas e o facto de ter parlamentares eleitos e de participar no governo libanês leva a cuidados redobrados na designação a aplicar ao Partido de Deus. Além disso, o Hezbollah, que representa a comunidade xiita - a maior do Líbano -, tem em marcha um vasto programa de desenvolvimento social, administra hospitais e escolas e conta com vários órgãos de comunicação social. A sua Campanha de Reconstrução (Jihad al-Bina) é responsável por numerosos projectos de desenvolvimento económico e criação de infra-estruturas do Líbano. No entanto, a sua história, principalmente a que coincidiu com a ocupação israelita, que terminou em 2000, foi feita sobretudo de violência. Durante anos, o Hezbollah foi sinónimo de atentados bombistas e raptos e foi das primeiras organizações do mundo a utilizar os atentados suicidas como arma. Na guerra que travou com Israel no Verão passado, a posição do Hezbollah no Líbano saiu reforçada, tendo a generalidade da população visto a conclusão do conflito como uma vitória do movimento, que se "atreveu" a atacar alvos bem no interior de Israel. Com cerca de um milhar de homens armados em permanência e uma capacidade de mobilização de até 10.000 em alturas de crise, o arsenal do Hezbollah inclui lança- foguetes de vários tipos e armamento moderno originário da Síria, Irão, Rússia ou China. A captura pelo Hezbollah de dois soldados israelitas, em 12 de Julho, numa operação em território judaico, serviu de pretexto a Israel para lançar uma maciça operação militar no Líbano, com o objectivo último de eliminar o Hezbollah e libertar os militares capturados. A 14 de Agosto foi decretado um cessar-fogo e, apesar da destruição sofrida pelo Líbano em resultado dos bombardeamentos indiscriminados de Israel, o Hezbollah sobreviveu, ainda com mais força, e os dois soldados israelitas continuaram nas masmorras da milícia xiita. A reivindicação de vitória do grupo não é, portanto, descabida. Com apoios mais ou menos encapotados de Teerão e Damasco, o Hezbollah obtém contudo grande parte das suas receitas de contribuições da comunidade xiita libanesa, a mesma que garante os homens para as milícias, e de libaneses no estrangeiro ou de cidadãos de países amigos, sobretudo, iranianos e sírios. Hoje liderado pelo xeque Hassan Nasrallah, o Partido de Deus vê o seu peso assumir um papel cada vez mais determinante na política libanesa, tendo os seus ministros apresentado a demissão do governo devido sobretudo às posições pró-ocidentais do primeiro-ministro Fouad Siniora, cuja resignação exigem. A sua influência no seio da poderosa comunidade xiita libanesa - a par do Amal, um antigo grupo armado reconvertido em partido político pacífico - faz do Hezbollah determinante para a paz e o desenvolvimento do Líbano. A sua vontade de participar na vida política libanesa levou já a que desistisse, na prática, do objectivo de criar um Estado islâmico no Líbano, preferindo agora apelar a sentimentos nacionalistas. Sobretudo, os libaneses, mesmo os que não apoiam a política e a actuação do Hezbollah, mostram-se cada vez mais conscientes das dificuldades de impor a paz e o desenvolvimento no país sem o Hezbollah ou, pior ainda, contra o Hezbollah. E, a nível internacional, compreende-se as hesitações em apodar de terrorista uma organização que se limita a combater Israel, desistiu aparentemente dos atentados terroristas a nível interno e participa activamente no desenvolvimento do país.
Timor-Leste: Portugal só decide se alarga contingente, depois de pedido à ONU Lisboa, 23 Nov (Lusa) - Portugal só decidirá se pode ampliar o seu cont ingente em Timor-Leste, como sugeriu quarta-feira o primeiro-ministro José Ramos -Horta, após um pedido formal nesse sentido, dirigido pelo governo timorense à O NU, assinalou o secretário da Administração Interna, em Lisboa. José Magalhães, que quarta-feira à noite, no Aeroporto de Figo Maduro, se despediu do contingente de militares da GNR que vai integrar a missão da ONU em Timor-Leste, sublinhou que "ainda não foi proposto formalmente à ONU" o alarg amento do número de soldados. "É claro que é nossa intenção reforçar mais e mais as condições de segu rança em Timor-Leste" mas "tudo acontece no tempo próprio e ao ritmo próprio", a firmou José Magalhães a propósito da intenção expressa pelo governo maubere. Reconhecendo que "Portugal não tem meios infinitos e inesgotáveis", o s ecretário da Administração Interna salientou que, caso a hipótese de ampliação d o contingente seja formalmente colocada, será "necessário ponderar". José Magalhães cumprimentou diversos militares que se despediam das res pectivas famílias no aeroporto, desejando para esta missão "os mesmos excelentes resultados alcançados pelo contingente anterior", que regressa sábado a Lisboa. Igualmente presente no aeroporto, o general Mourato Nunes afirmou també m aos jornalistas que, "se o Governo decidir ampliar o contingente para Timor, a GNR tem capacidade de resposta". Face à missão que agora se inicia, o general indicou que, como vai abra nger um período de eleições, "serão tomados alguns cuidados", embora tenha "a ex pectativa de que tudo vai correr bem, pois Timor é uma jovem democracia mas já t em os seus órgão de soberania" definidos. O militar afirmou ainda ter "grande orgulho" no contingente e depositar "confiança na vontade que os militares levam de cumprir a sua função". "É claro que todas as missões têm riscos mas estou tranquilo porque os soldados estão preparados para o que vão enfrentar", concluiu. Partiram rumo a Díli 108 dos 140 militares que integram o 2º Contingent e do Sub Agrupamento "Bravo" da GNR e que vão render os do 1º Contingente que, d esde 26 de Agosto, participam numa missão das Nações Unidas (UNMIT).
Defesa: Portugal mantém militares no Kosovo em ano "crítico" para província Lisboa, 22 Dez (Lusa) - O secretário de Estado da Defesa, João Mira Gom es, assegurou hoje que Portugal vai "manter o mesmo nível de presença militar" n o Kosovo ao longo de 2007, ano em que será definido o estatuto final da provínci a sérvia de maioria albanesa. "O Kosovo vai atravessar no próximo ano um período muito crítico. Sabem os que as negociações têm sido complicadas (...) isso implica que tenha de ser m antida uma presença militar robusta e credível", disse João Mira Gomes, que hoje terminou a sua visita de três dias aos contingentes nacionais na Bósnia e Kosov o. O enviado especial da ONU ao Kosovo, Martti Ahtisaari, prometeu a apres entação de propostas sobre o estatuto do Kosovo para depois das eleições parlame ntares sérvias previstas para 21 de Janeiro. Segundo diversas hipóteses, este novo estatuto poderá levar a uma "sobe rania limitada" para o Kosovo, o que pode ser visto pelos sérvios como um revés, uma vez que a província é considerada como o berço da sua história e da sua cul tura (a província é administrada pela ONU desde 1999, habitada maioritariamente por albaneses - 90 por cento). Antes, o secretário de Estado da Defesa visitou os militares portuguese s em missão na Bósnia-Herzegovina, cujo regresso marca o fim de 10 anos de prese nça militar portuguesa na federação (a partir do início de 2007, apenas se mantê m 12 dos 199 militares que até aqui compunham o contingente nacional). Na Bósnia, João Mira Gomes testemunhou o "entrosamento" que os militare s alcançaram com a população civil, tendo recebido do comandante da EUFOR (a for ça da União Europeia) "elogios ao comportamento das tropas nacionais". "Portugal tem um óptimo nome na Bósnia", disse. O périplo do governante teve início na Croácia, com uma visita bilatera l que teve por objectivo estreitar os contactos com este país no âmbito da Defes a, numa altura em que Zagreb se prepara para aderir à União Europeia e Aliança A tlântica e a poucos meses de Portugal assumir a presidência dos Vinte e Cinco. No encontro com o seu homólogo croata foi firmado um acordo de cooperaç ão em matéria de Defesa, que dá aos dois países um "quadro institucional" para d esenvolver a cooperação na área da Defesa, nomeadamente em matéria de modernizaç ão das Forças Armadas, formação de oficiais superiores, cartografia militar e in dústria de armamento.
¿Cantos gomes tedes no extranxeiro? ¿tedes tope como en España?
Defesa: Última missão portuguesa na Bósnia terminou hoje Lisboa, 18 Mar (Lusa) - A última missão portuguesa na Bósnia- Herzegovina terminou hoje com o regresso dos 48 militares portugueses do primeiro Batalhão de Infantaria da Brigada de Intervenção à Base Militar de Figo Maduro, onde foram recebidos pelos ministro da Defesa. "Podemos hoje dizer com orgulho que a Bósnia-Herzegovina é uma missão cumprida", disse hoje o ministro no seu discurso de boas- vindas aos militares, acrescentando que "esta missão humanitária e de Paz foi apenas cumprida graças ao profissionalismo e a dedicação dos militares portugueses". Segundo Nuno Severiano Teixeira, a missão foi cumprida "não só pelo desempenho técnico, característico do valor dos soldados portugueses, mas também com o espírito solidário e a relação de proximidade que só os portugueses sabem construir e criar junto das comunidades em que se integram" "Isto é essencial neste tipo de missões e neste tipo de reconstrução das sociedades depois do conflito", frisou o ministro. De acordo Severiano Teixeira, quando os portugueses chegaram à Bósnia há mais de uma década atrás "o país era um país em guerra civil, destroçado e com milhares de mortos e milhões refugiados". "Hoje a Bósnia é um país estabelecido, tem uma economia a crescer e é uma democracia em consolidação", sublinhou Teixeira. Para o ministro da Defesa, o serviço prestado à causa da paz na Bósnia-Herzegovina "permitiu ao mesmo tempo uma produção de segurança internacional e a defesa do interesse nacional e a credibilidade externa de Portugal no mundo". "A Bósnia é uma missão muito importante por três razões, primeiro porque marcou uma viragem fundamental na própria Bósnia, que era um país em guerra civil há dez anos e hoje é um país em paz", disse. "Em segundo lugar porque esta missão alterou o conceito que temos da segurança europeia e foi fundamental para a constituição de um politica europeia de segurança e defesa, uma vez que hoje a segurança europeia defende-se não nas fronteiras dos Estados, mas sim projectando segurança na fronteira da Europa", acrescentou. "Esta missão também foi fundamental para Portugal porque fez a reviragem na política externa e na política da defesa, de maneira a que Portugal passasse a ser um estado credível, produtor de segurança internacional". Desde 1996, ano em que partiu o primeiro contingente português para os Balcãs, passaram pelo teatro de operações da Bósnia- Herzegovina mais de 8.500 soldados portugueses. Na Bósnia-Herzegovina vão continuar, ao serviço da EUFOR, a Força da União Europeia (UE), 12 militares portugueses - duas equipas de observação e ligação, constituídas por seis efectivos cada. A União vai reduzir até Junho em mais de metade a sua presença internacional na Bósnia, de 6.500 para 2.500 soldados. Na fase final da missão, os soldados portugueses estavam estacionados no aquartelamento Camp Doboj, Norte da Bósnia, onde asseguravam o patrulhamento da região, em articulação com a polícia local.
LISBOA - LISBOA - PORTUGAL Chegada do ultimo contingente militar da Bosnia, domingo 18 Marco 2007, ao aeroporto de Figo Maduro. MANUEL DE ALMEIDA / LUSALUSA / STF / MANUEL DE ALMEIDA
¿Cantos soldados tedes en misións no exterior, fora de Portugal?
Recentemente, contabilizando a GNR, chegava salvo erro aos 1100. Agora com a redução na Bósnia e o regresso do Congo devem ser uns 850.
Discurso do Presidente da República nas Cerimónias Militares de Recepção às Forças Nacionais destacadas na Bósnia-HerzegovinaSta. Margarida, 20 de Março de 2007 Clique aqui para ouvirSenhor Primeiro-MinistroSenhor Ministro da Defesa NacionalSenhores DeputadosSenhor Chefe do Estado-Maior General das Forças ArmadasMilitares,Desde há quase 50 anos que Portugal partilha do esforço internacional para a preservação da paz e da segurança em várias regiões do mundo. Um esforço que tem mobilizado capacidades, recursos e generosidades ao serviço de causas nobres, em resposta a solicitações de países amigos e aliados ou das organizações internacionais onde nos inserimos.As alterações que, sobretudo a partir do início da década de noventa, foram mundialmente sentidas no âmbito da segurança, levaram a um envolvimento internacional cada vez mais expressivo em missões de paz e de cariz humanitário. Portugal como membro das Nações Unidas, da Aliança Atlântica ou da União Europeia, empenhou, até ao momento, cerca de 30.000 portugueses, entre diplomatas, militares e elementos de forças de segurança, na procura da resolução de crises e na promoção dos valores da paz, da democracia, da liberdade e do respeito pelos direitos humanos.O envolvimento nacional nestas missões, consolida a condição de Portugal como país “produtor de segurança”, num momento em que se assiste a uma crescente e progressiva internacionalização das questões de segurança e defesa e em que a protecção dos interesses nacionais beneficia, cada vez mais, de uma actuação fora das fronteiras geográficas.Cumprindo de forma exemplar as missões de soberania que constitucionalmente lhes cabem, bem como as actividades inerentes às outras missões de interesse público, as Forças Armadas portuguesas têm constituído um pilar fundamental no apoio à política externa do Estado, através da sua participação em missões de paz e humanitárias e em acções de cooperação técnico-militar. Têm-no feito de forma modelar e altamente dignificante, contribuindo para o prestígio e a credibilidade de Portugal no seio das nações.É pois para mim, como Comandante Supremo das Forças Armadas, um privilégio partilhar hoje convosco, nesta cerimónia, o sentimento do dever cumprido, naquela que constituiu a mais longa participação nacional numa missão de paz.O significativo empenho nacional na Bósnia-Herzegovina contribuiu de forma directa e decisiva para que aquele país e sua população possam usufruir da segurança e da estabilidade necessárias ao seu desenvolvimento, progresso e saudável relacionamento no concerto das nações.Esta missão contribuiu igualmente para o reforço da nossa própria segurança e defesa, porquanto fortaleceu a posição portuguesa nas organizações internacionais em que o País se integra e permitiu reduzir um potencial foco de instabilidade, com imprevisíveis consequências para todos os europeus.Tendo visitado as nossas forças militares naquele teatro de operações e constatado o alto apreço em que era tido o seu trabalho e tendo participado na decisão do seu regresso a território nacional, sinto-me particularmente satisfeito pelo esforço dos mais de 11.000 militares e elementos das forças de segurança que, ao longo destes quase 15 anos, no território da Bósnia-Herzegovina, no céu dos Balcãs ou no mar Adriático, como elementos isolados ou integrando unidades militares, serviram Portugal e os portugueses, aliando uma competência internacionalmente reconhecida a uma singular forma de relacionamento com as populações locais.Para além do elevado profissionalismo e valor militar, reconhecidos pelos comandos aliados, sobressai nos nossos militares a franca e sentida relação que mantiveram com as populações locais. As suas características humanas, típicas da maneira de ser lusitana, projectaram dos portugueses a imagem de um povo amigo e amante da paz, como o demonstram as manifestações de carinho e também de tristeza pela partida da última unidade nacional. Seguramente, a palavra “saudade” fará agora parte do léxico das populações da Bósnia-Herzegovina.A angústia e a ansiedade das famílias dos nossos militares, provocadas pela ausência e distância, atenua-se agora com o conforto do seu regresso e com a vaidade sã do que por eles foi conseguido.O esforço dos nossos militares encontra a sua justa recompensa na normalidade com que os habitantes da Bósnia-Herzegovina encaram hoje o seu dia-a-dia, na confiança com que aquele jovem País visualiza o seu futuro e na maior tranquilidade de que a Europa desfruta.Militares,O sucesso do empenhamento nacional em missões no exterior depende em grande medida do apoio institucional dos diferentes órgãos de soberania e do amplo consenso político de que beneficiam. Também neste sentido, testemunhamos hoje aqui um exemplo de convergência política que é importante que continue a nortear futuros envolvimentos nacionais neste tipo de missões.A participação em operações de paz, nas quais esta missão constituiu um importante marco, teve evidentes influências na estrutura, efectivos, equipamentos e modo de actuação das nossas Forças Armadas, as quais constituem hoje um corpo mais versátil e dotado de vasta experiência internacional, preparado para transportar além fronteiras não só o seu código ético e a capacidade e firme vontade de elevar o nome de Portugal, mas também a identidade que nos é própria – a nossa personalidade colectiva.Desta forma, as Forças Armadas constituem-se, mais do que nunca, numa Instituição estruturante da identidade nacional e pilar indispensável do Estado, merecedoras da confiança que o País nelas deposita e onde a Nação se revê com elevado sentido patriótico.No momento em que a Comunidade Internacional prepara a passagem do testemunho no teatro de operações da Bósnia-Herzegovina e as Forças Armadas regressam a Portugal, é de particular importância que os portugueses conheçam melhor o trabalho das Forças Nacionais Destacadas e a relevância que estas missões assumem para o País.Portugal está hoje aqui representado ao mais alto nível do Estado, para testemunhar a dignidade dos feitos dos seus militares e para lhes transmitir o respeito e a estima de que são justos credores.É também fundamental que os portugueses conheçam igualmente o que ainda se faz em lugares tão longínquos como o Afeganistão ou Timor, o Kosovo ou o Líbano, o Iraque ou a República Democrática do Congo, onde militares lusos continuam, briosamente, a afirmar Portugal.O Comandante Supremo das Forças Armadas assinala com particular satisfação e orgulho o regresso das suas forças a território nacional. Missão cumprida.
ABRANTES - SANTAREM - PORTUGAL Militares do contingente portugues que esteve destacado na BosniaHerzegovina perfilados em parada nas cerimonias de hoje Tercafeira 20 de marco de 2007 na Base Militar de Santa Margarida. TIAGO PETINGA/LUSALUSA / STF / TIAGO PETINGA