« Responder #86 em: Fevereiro 07, 2008, 03:34:47 pm »
Ministros da NATO reúnem-se para discutir AfeganistãoOs ministros da Defesa da NATO iniciaram hoje em Vilnius, Lituânia, uma reunião de dois dias para tentar superar as diferenças sobre a operação militar no Afeganistão, depois das recentes críticas dos Estados Unidos pelas acções contra os talibãs.
Os Estados Unidos querem um compromisso maior de países como a Alemanha, França, Espanha e Itália com os seus aliados europeus - sobretudo o Reino Unido Holanda e também o Canadá - que combatem diariamente as milícias fundamentalistas islâmicas dos talibãs no sul do Afeganistão.
O secretário da Defesa norte-americano, Robert Gates, acusou as forças de alguns países aliados de incompetência, numa entrevista publicada a 16 de Janeiro no jornal Los Angeles Times.
Segundo Gates, as tropas da Força Internacional de Assistência à Segurança (ISAF), sob comando da NATO e que enfrentam no sul do Afeganistão uma feroz resistência dos talibãs, não sabem levar em frente uma guerra contra a guerrilha.
Na véspera, falando durante uma audiência com congressistas em Washignton, Gates voltou a fazer duras críticas, sem citar países.
Como era de esperar, as críticas de Gates caíram mal nos países envolvidos, mesmo os não mencionados de forma expressa. No sul do Afeganistão, actuam forças do Reino Unido, Canadá e Dinamarca, além de outras tropas de países que não pertencem à NATO.
Diplomatas da NATO atribuíram a acusação à necessidade de Gates de justificar perante o Congresso norte-americano o envio por um prazo de sete meses de 3.200 soldados, dos quais 2.200 seriam mobilizados no sul do país.
No entanto, os aliados europeus já se encontram muito comprometidos noutras missões (Balcãs, África e Médio Oriente) e mostram-se reticentes em enviar mais homens para o Afeganistão.
Os EUA parecem dispostos a exercer o máximo de pressão sobre os seus aliados visando à cimeira da NATO de 2 a 4 de Abril, em Bucareste, pelo que a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, realiza esta semana um périplo pela Europa para defender a posição de Washington.
Rice tentou quarta-feira aplacar os receios de que o Afeganistão se torne uma causa perdida, antes de discutir com os seus aliados britânicos os esforços conjuntos para aumentar o número de tropas da NATO na guerra contra os talibãs.
A chefe da diplomacia norte-americana também minimizou os receios manifestados na semana passada nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha de que a NATO possa não derrotar os talibãs, mais de seis anos depois deste movimento islâmico e dos seus aliados da Al Qaeda terem sido expulsos do poder no Afeganistão.
Rice reconheceu que «há alguns desafios», mas considerou que os esforços no Afeganistão «estão a progredir» e que os talibãs não são «uma ameaça estratégica» para o governo.
Na terça-feira, o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos advertiu em Londres que o Afeganistão poderá converter-se num «Estado fracassado», enquanto que quarta-feira o grupo de especialistas do Conselho Senlis salientou que aquele país se encontra à beira de «um precipício».
Num esforço de última hora, Rice e o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico realizaram hoje uma inesperada visita ao Afeganistão, acentuando a pressão sobre os aliados da NATO.
Depois de uma breve passagem por Cabul, Condoleezza Rice e David Miliband deslocaram-se à base aérea de Kandahar, no sul do Afeganistão, em plena zona de insurreição dos talibãs.
No avião que os levava de Londres a Cabul, os responsáveis dos dois países com maior presença militar no Afeganistão voltaram a insistir em que os seus aliados devem contribuir com mais soldados à ISAF.
Os Estados Unidos têm 26.000 homens no Afeganistão, 15.000 dos quais no seio da ISAF, e os restantes na coligação internacional da «Operação Liberdade Duradoura». O Reino Unido tem 7.700 soldados no Afeganistão.
No total, a ISAF conta com 43.000 soldados de 39 países e a «Operação Liberdade Duradoura» com 20.000.
O ano 2007 foi o mais violento desde que os talibãs foram expulsos do poder no final de 2001 pela coligação internacional encabeçada pelos Estados Unidos devido ao seu apoio à rede islamita Al Qaeda.
Mais de 6.000 pessoas morreram no ano passado, entre as quais centenas de civis e 218 soldados estrangeiros.
Diário Digital / Lusa
« Última modificação: Fevereiro 07, 2008, 04:03:28 pm por André »

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