Acidente de António Colaço afinal foi crime

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Get_It

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Acidente de António Colaço afinal foi crime
« em: Outubro 24, 2006, 03:30:32 am »
Citação de: "Manuel Catarino, Correio da Manhã"
Almodôvar - Morte de António Colaço
Acidente afinal foi crime
2006-10-24 - 00:00:00
António Colaço, o vereador da Câmara Municpal de Almodôvar encontrado carbonizado no carro que conduzia, em 5 de Agosto de 1997, foi vítima de homicídio e não de acidente rodoviário – é esta, pelo menos, a convicção dos peritos do Instituto Nacional de Medicina Legal que analisaram fragmentos do crânio do autarca.

O corpo foi sepultado como se a morte tivesse como causa um lamentável desastre. Mas um procurador do Ministério Público, desconfiado com a tese de acidente, mandou exumar o cadáver – o que foi feito no Verão de 1998. A cabeça da vítima era a chave do mistério: um ferimento na nuca com derrame cerebral, lesão que a médica da primeira autópsia não valorizou, podia explicar as causas da morte.

O crânio de António Colaço foi levado pelos peritos para o Instituto de Medicina Legal de Lisboa – onde se perdeu para sempre. Foi aberto um inquérito. Dois médicos, Isabel Pinto Ribeiro e Manuel Paulo, foram constituídos arguidos num processo disciplinar, mas acabaram por ser ilibados de qualquer responsabilidade pelo extravio.

As investigações conduzidas no Instituto de Medicina Legal de Lisboa permitiram recuperar fotografias do crânio – e os peritos conseguiram chegar a conclusões segura que interessam à Justiça: o ferimento na parte posterior da cabeça, que provocou um derrame cerebral e terá sido causa da morte, é “imcompatível” com um acidente de automóvel.

A misteriosa morte de António Colaço, que tinha sido arrumada pela Polícia Judiciária como acidente, volta a estar sob investigação.

O Opel Astra de António Colaço foi encontrado ainda a arder, na manhã de 5 de Agosto de 1997, fora de estrada de Santa Luzia, nos limites do concelho Ourique. Parecia um acidente: dava a ideia de que o carro se despistara por qualquer razão, se incendiara e o condutor não conseguira livrar-se das chamas.

O corpo carbonizado foi levado para a casa mortuária de Ourique. Uma médica do centro de saúde fez a autópsia – e nem por um momento suspeitou de crime. O relatório da GNR era claro:”O veículo incendiou antes ou depois do despiste, tendo resultado a destruição total deste e a morte do condutor”. E , segundo os bombeiros que transportaram o cadáver para a casa mortuária, o carro explodiu. A médica acreditou que o ferimento no crânio e o derrame cerebral resultaram de o corpo ter sido ‘cuspido’ pela explosão.

Uma brigada da PJ de Faro, directoria com jurisdição em todo o Baixo Alentejo, concluiu que António Colaço morreu num acidente. Mas o caso está de novo sob investigação. O Ministério Público tem 15 anos, contados desde a dada da morte, para encontrar culpados. O prazo termina em 5 de Agosto de 2012. Depois disso, ninguém pode ser acusado do crime.

(...)

Quatro mistérios
O Opel Astra ainda ardia quando foi encontrado – e lá dentro o corpo carbonizado de António Colaço.

Primeiro mistério: todas as janelas estavam fechadas. Naquele final de manhã de Agosto, já o calor torrava o Baixo Alentejo. O carro não tinha ar condicionado. Nem o mais crédulo acredita que António Colaço conduzia sob um sol abrasador com as janelas completamente fechadas – para mais, ele era um fumador inveterado.

Segundo mistério: as portas estavam trancadas. Este modelo da Opel não permite accionar por dentro o bloqueamento das portas – só por fora e com a chave.

Terceiro mistério: a chave não estava no canhão da ignição – nem tão pouco caída dentro do carro. Nunca foi encontrada.

Quarto mistério: um relatório do Laboratório de Polícia Científica, concluído escassos meses após a morte, admite que o carro explodiu em resultado de “incêndio na tubagem da gasolina”. O Opel Astra de António Colaço tinha um motor a gasóleo – e, garantem os entendidos, os motores a gasóleo não explodem.

Cronologia
1992 - Rompe com os companheiros do PS de Almodôvar devido a negócios imobiliários em curso no município

1993 - Candidata-se à câmara numa lista de independentes patrocinada pelo MDP. Eleito vereador

5 de Agosto de 1997 - Encontrado morto no carro em chamas

Verão de 1998 - O Ministério Público manda exumar o corpo. O crânio perde-se no Instituto de Medicina Legal de Lisboa

Setembro de 2002 - Ministério Público arquiva as averiguações e sustenta a teroria de acidente

Julho de 2003 - Os médicos Isabel Pinto Ribeiro e Manuel Paulos, do Instituto de Medicina legal de Lisboa, são constituídos arguidos num processo disciplinar

2005 - Os dois médicos são ilibados de qualquer responsabilidade no desaparecimento do crânio

2006 - O Instituto de Medicina Legal, através de fotografias do crânio, aponta para a hipóteses de crime. Ministério Público reabre as investigações

fonte: http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=218777&idselect=10&idCanal=10&p=200

A investigação deste acidente foi sem dúvida muito mal conduzida. Se pelo menos a série de televisão CSI tivesse sido transmitida antes de 1997 talvez as coisas tivessem corrido melhor.

Cumprimentos,
« Última modificação: Outubro 26, 2006, 04:47:05 pm por Get_It »
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Luso

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« Responder #1 em: Outubro 24, 2006, 09:50:40 am »
1997...
9 Anos...
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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dremanu

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« Responder #2 em: Outubro 26, 2006, 04:01:30 pm »
Com tantas pistas a indicarem que algo não bate certo, como é que a PJ chegou à decisão de arquivar o assunto?
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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Luso

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« Responder #3 em: Outubro 26, 2006, 08:28:26 pm »
Já agora, de que partido era?
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...