PSP - CAMIÃO É CARREIRA DE TIRO MÓVEL

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Rui Elias

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PSP - CAMIÃO É CARREIRA DE TIRO MÓVEL
« em: Outubro 16, 2006, 12:57:16 pm »
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Formação: Esteve em Viseu e agora segue para Lisboa
Camião à prova de bala

Por fora é um camião TIR igual aos outros, pintado de azul e com a inscrição Polícia de Segurança Pública em letras brancas, mas por dentro é uma carreira de tiro sofisticada, onde todos os anos cinco mil elementos da PSP fazem treino de tiro com a sua arma de serviço.

A Carreira de Tiro Móvel (CTM) da PSP ocupa toda a galera, que foi blindada e insonorizada para permitir a realização dos disparos em condições de segurança.

Além disso, dispõe de um sistema de climatização e renovação do ar que elimina com eficácia os gases próprios dos disparos e os cheiros.

No final de cada treino, os invólucros e os projécteis são recolhidos, para terem um tratamento adequado.

Tem apenas uma limitação: não permite treino com armas de grande calibre, como as ‘shotgun’ e as ‘G3’, dado que se destina somente às armas ligeiras, nomeadamente de calibre 6.35, 7,65 e 9 milímetros, por serem as que estão distribuídas aos elementos da PSP.

O plano de formação da CTM inclui duas linhas de tiro: de precisão, com alvos concêntricos e efectuados a uma distância de cinco, sete e dez metros; e de reacção policial, com um alvo de silhueta e em movimento, disparados a sete metros de distância.

Os alvos têm zonas verdes, amarelas e vermelhas indicativas das zonas do corpo, permitindo ao agente saber se atingiu uma zona letal. Em cada sessão, podem ser efectuados 33 disparos.

Por ser “altamente sofisticada”, os resultados são conhecidos “de imediato”. Tem ainda a vantagem de conjugar a componente teórica com a prática, “reforçando a formação teórica em matéria de tiro” e “permitindo ao agente “familiarizar-se e experimentar a arma de serviço”, explicou ao CM o intendente Bastos Leitão, director do departamento de formação da PSP.

A tripulação da CTM é constituída por formadores “muito rodados” e que “sabem os truques todos” por se dedicarem em exclusivo a estas acções.

Nas duas últimas semanas, esteve ao serviço do comando de Viseu, dando formação de tiro aos 250 elementos que prestam serviço na capital de distrito e na cidade de Lamego.

Esta semana, segue para o comando de Lisboa, onde permanecerá até ao final do ano.

O intendente Azevedo Ramos, comandante distrital da PSP em Viseu, elogia as capacidades da CTM, que considera “uma boa solução para aquilo que queremos, pois permite um treino eficaz e eficiente”. Além disso, “nunca houve nenhum acidente” .

“Tem uma boa rentabilidade, porque percorre todos os comandos distritais do Continente durante um ano, e está acessível a toda a gente, independentemente da sua função na PSP”, salienta o intendente Azevedo Ramos.

Em média, todos os anos cinco mil elementos da PSP fazem treino de tiro na CTM, que está a funcionar desde 2002. No próximo ano será reforçada com outra viatura – duplicando a capacidade de treino –, faltando apenas recrutar os formadores que irão constituir a tripulação da viatura.

A PSP dispõe ainda de carreiras de tiro fixas, nas instalações do Grupo de Operações Especiais, Escola Prática de Polícia e Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna.

TREINOS CHEGAM A 84 POR CENTO

A formação e o treino de tiro do efectivo da PSP, que é constituído por 21 700 elementos, engloba o tiro estático e dinâmico, praticado em carreiras de tiro fixas ou móveis ou ainda no âmbito de cursos de técnicas de intervenção policial.

No ano passado, 84 por cento do efectivo da PSP “teve uma destas práticas”, disse o intendente Bastos Leitão, director do departamento de formação da PSP e responsável pela coordenação de tiro, adiantando que o “gasto público” nesta área é “significativo”.

Para dar um “carácter rotineiro” ao treino de tiro e levá-lo a todo o País, a PSP contratou formadores, contando já com uma centena nesta área, quando em 2003 eram apenas 20. A ideia é substituir o tiro estático pelo dinâmico, que é praticado nos cursos de técnicas de intervenção policial, por onde já passaram dez mil elementos.

Estes cursos têm a duração de 15 dias, começaram em 2003 e incluem exercícios de treino de abordagem de viaturas, detenções, tiro e movimento táctico, estando por isso “mais adequados à realidade”. Além disso, a maior parte das carreiras de tiro usadas pelo efectivo da PSP pertencem ao Exército e algumas foram extintas, no âmbito da reestruturação das Forças Armadas.


Isabel Jordão, Leiria
 http://www.correiomanha.pt/noticia
 

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lecavo

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« Responder #1 em: Outubro 16, 2006, 08:07:42 pm »
Viva!

Apenas uma correcção. Não foi para Lisboa, está em Aveiro, pelo menos até ao fim de semana.
Um abraço.

--Lecavo
 

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Lancero

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« Responder #2 em: Outubro 16, 2006, 10:47:42 pm »
Tá-se a ver que há aqui alguém que vai dar uns tiritos lá na galera...  :D
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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lecavo

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« Responder #3 em: Outubro 17, 2006, 05:06:06 pm »
Viva!

Já deu, foram 33! Agora até para o ano!

Haverá alguém melhor do que nós? Não creio, em que pais do mundo é que era possível considerar apto a usar a arma de fogo com mestria, apenas com 33 tiros por ano? Portanto meus amigos, o bófia português é um ás no gatilho!

PS1: Aponta aos pneus e acerta da cabeça! Mas isso é uma discussão lateral!

PS2: A PSP tem 21 mil agentes x 33 tiros = 69300 munições. Se cada uma custar 0,25€, temos um custo de 173250 €, apenas nas munições. Mas há tudo o resto a acrescentar. Imaginem que o treino era de 3 em 3 meses como eu acho que deveria ser! É muito dinheiro. Agora digam-me, onde é que se vai buscar esse dinheiro, se o governo não o dá e o orçamento das forças de segurança mal dá para segurar as pontas?
Um abraço.

--Lecavo
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #4 em: Outubro 17, 2006, 05:35:16 pm »
Citação de: "lecavo"
Viva!

Já deu, foram 33! Agora até para o ano!

Haverá alguém melhor do que nós? Não creio, em que pais do mundo é que era possível considerar apto a usar a arma de fogo com mestria, apenas com 33 tiros por ano? Portanto meus amigos, o bófia português é um ás no gatilho!

PS1: Aponta aos pneus e acerta da cabeça! Mas isso é uma discussão lateral!

PS2: A PSP tem 21 mil agentes x 33 tiros = 69300 munições. Se cada uma custar 0,25€, temos um custo de 173250 €, apenas nas munições. Mas há tudo o resto a acrescentar. Imaginem que o treino era de 3 em 3 meses como eu acho que deveria ser! É muito dinheiro. Agora digam-me, onde é que se vai buscar esse dinheiro, se o governo não o dá e o orçamento das forças de segurança mal dá para segurar as pontas?


Disseste tudo!  :oops:  :roll:
Contra a Esquerda woke e a Direita populista marchar, marchar!...

 

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Jorge Pereira

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« Responder #5 em: Outubro 27, 2006, 10:55:23 pm »
Algumas fotos do dito camião:





















Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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Yosy

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« Responder #6 em: Outubro 27, 2006, 11:11:03 pm »
Grandes fotos  :Palmas:
 

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foxtrotvictor

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« Responder #7 em: Outubro 27, 2006, 11:14:25 pm »
Muito boas as fotos. Confesso que já a algum tempo que andava com curiosidade de saber alguns pormenores sobre este camião. E o escoamento de gazes, é feito de um modo adequado?

Bem, quanto a munições a minha casa é um pouco mais rica. 120 munições repartidas em dois treinos anuais. Mesmo assim é pouco, muito pouco.
« Última modificação: Outubro 27, 2006, 11:25:46 pm por foxtrotvictor »
 

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ricardonunes

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« Responder #8 em: Outubro 27, 2006, 11:24:10 pm »
Já vi o dito estacionado várias vezes em Santarém, mas não imaginava que era para esse fim.
Potius mori quam foedari
 

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lecavo

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« Responder #9 em: Outubro 28, 2006, 09:00:50 am »
Viva!

Já dei várias vezes tiro nesta carreira de tiro móvel. Funciona de maravilla como dizem os nuestros hermanos.

Tem um sistema que cria uma atmosfera artificial no seu interior. Nas fotos não se vê, mas sob o camião há uma máquina de ar condicionado brutal. Depois, conjugada com um equipamento de sucção tão potente, que quando está ligado, há até alguma dificuldade em abrir a porta. Quanto e esse item, não há que ter receio. Estou em crer, que os atiradores respiram menos gases tóxicos dentro deste equipamento do que ao ar livre.  

Permite fazer tiro estático e de reacção policial. Foi uma bela compra que a DN da PSP fez. Apenas apresenta um problema, que devido ás suas características é insolúvel. Devido à exiguidade do espaço, o atirador tem de ficar estático no seu posto de tiro.
Um abraço.

--Lecavo
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #10 em: Outubro 28, 2006, 10:03:28 am »
Citação de: "lecavo"
Permite fazer tiro estático e de reacção policial. Foi uma bela compra que a DN da PSP fez. Apenas apresenta um problema, que devido ás suas características é insolúvel. Devido à exiguidade do espaço, o atirador tem de ficar estático no seu posto de tiro.


Excelentes informações lecavo.   :wink:
Eu quando vi as fotos também pensei nisso, mas entretanto o lecavo já respondeu à minha dúvida, por isso já não tenho essa questão. Agora que comprem outro camião destes e que aumentem as seções de tiro, porque esse número é realmente abaixo do necessário.
Contra a Esquerda woke e a Direita populista marchar, marchar!...

 

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foxtrotvictor

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« Responder #11 em: Outubro 28, 2006, 10:22:25 am »
Também se nota que no geral a pontaria anda afinada, com a maioria dos impactos a atingirem o objectivo. Temos alguns impactos altos, provavelmente devidos ao mau bloqueio da elevação da arma. Melhor levar a arma em direcção ao alvo em  linha recta do que em movimento pendular (Javier Pecci “dixe”, não é lecavo?), alguns impactos baixos, provavelmente devidos a quebra do punho e a gatilhadas e alguma tendência em impactar a esquerda, provavelmente devido a uma má colocação do dedo no gatilho (pouco dedo) e a gatilhadas. Isto partindo do princípio de que se fez um correcto alinhamento das miras, mas até distâncias de dez metros este não tem de ser muito rigoroso. Se a arma estiver bem dirigida para o alvo os impactos vão lá. A maioria dos erros de tiro, nestas distâncias, são devidos a um incorrecto empunhe, a um incorrecto arrastar do gatilho e a uma má postura. Esta carreira de tiro móvel é a ideal para corrigir essas falhas.
 

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lecavo

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« Responder #12 em: Outubro 28, 2006, 07:17:30 pm »
Viva!

Estamos a falar de um grupo muito heterogéneo de atiradores. Alterna-se operacionais com treino regular, com administrativos que não vão tantas vezes à carreira de tiro. Isto só por si, já pode ser justificativo de alguns disparos que aparecem por ali meio "tresmalhados".

Mas estou convencido, que alguns dos disparos que se vêm um pouco fora do local esperado, têm outra origem. Faz parte do treino, fazer tiro de reacção policial. O atirador parte para o exercício com a pistola no coldre e sem munição na câmara (obrigação regulamentar na PSP), tendo apenas dois segundos para fazer fogo contra um alvo ameaçador. Passados os dois segundos o alvo esconde-se novamente. Na ânsia de efectuar o disparo dentro do tempo e na zona correspondente ao grau de ameaça, (o atirador tem de sacar a arma, introduzir munição na câmara, apontar e fazer fogo) alguns elementos com menos treino e mais ansiedade provocam alguns daqueles impactos “tresmalhados” (normalmente acontece no primeiro disparo).

Como passam por ali cerca de vinte elementos por dia, semanas a fio, não admira que a zona de tiro apresente aquela imagem. Este equipamento não para, funciona de segunda a sexta-feira. Sempre que é terminada a instrução num lugar, a carreira de tiro móvel é deslocada durante a noite, para às 09H00 do dia seguinte ser iniciada a instrução a mais vinte elementos por dia.

Este equipamento foi caríssimo, mas o benefício dele resultante justificou e justifica o investimento. Alguém aqui sugeriu a compra de outro equipamento, para dar uma maior resposta ás necessidades. Pois a DN da PSP já pensou nisso e parece que no próximo ano, vai entrar uma segunda carreira de tiro móvel em funcionamento.
Um abraço.

--Lecavo