A minha opinião é que «ou comem todos ou há moralidade». Se se consentem partidos comunistas (cujo mal que fizeram por todo o mundo é desnecessário lembrar: guerras, holocaustos, miséria, fanatismo), não há razão para que o oposto não se possa exprimir. Mas se o critério é o de não consentir em ideologias anti-democráticas, então que se proíbam todas, sem discriminações positivas.
Mas, mesmo não partilhando as ideias desses movimentos, penso que seria saudável para a democracia se houvesse um elemento exterior cuja ameaça obrigasse os actuais partidos a empenharem-se no progresso do país. Assim, como está, os partidos se sempre têm tudo na mão. A menos que aconteça um terramoto político totalmente imprevisto, o PSD e o PS (apoiados nos respectivos média, na Maçonaria e na Opus Dei) continuarão a dominar a vida política, a governação e, assim sendo, o destino do país. Os nossos filhos, netos e bisnetos continuarão a ser governados pelo PS e pelo PSD, a mesma gente, por muito descontentes e agastados que estejam (e como muitos de nós estamos hoje) com as prespectivas para o país. Nem que a abstenção chegue aos 90%, a coisa continuará na mesma. É preciso abrir os olhos para o facto de que as democracias facilmente se transformam em partidocracias, que mais não são do que oligarquias sujeitas a sufrágio. E na nossa, isso aconteceu muito prematuramente. Pode-se dizer que, por exemplo, no Reino Unido e nos EUA isso aconteceu ainda há mais tempo. Mas a nossa classe política deixa muito a desejar e é praticamente irreformável, porque os partidos são herméticos à dita «sociedade civil». A mera distinção mostra como os governantes estão distantes dos governados. A reforma só pode ser provocada a partir de fora dos actuais partidos, e como quase não há espaço político disponível para o fazer, seria importante que - pelo menos - todos os sectores se pudessem exprimir, quanto mais ameaçar o poder eleitoral do partidos implantados.
Além disso, o conceito de ideias de Extrema Direita é muito relativo. Por exemplo, antes do 11 de Setembro, quem defendia restrições à imigração, nomeadamente dos países islâmicos, era chamado de nazi, xenófobo e racista. Hoje, todos os governos europeus, independentemente da côr política não só restringiram ao máximo a imigração muçulmana e servem-se de todos os pretextos para expulsar os imigrantes que já têm nos seus países. Já ninguém, nem mesmo a Extrema Esquerda, tem coragem de defender a abertura das fronteiras e a legalização imediata de todos os imigrantes. Este é apenas um exemplo.
O que vale são as ideias, não os rótulos.
JQT