Relativamente ao que o NPO deveria ter, muita coisa já foi escrita ...
Essencialmente precisamos de navios que possam efetuar missões de policiamento e navios que possam efectuar missões de patrulha durante todo o ano nas águas portuguesas.
É claro que isto é simples mas coloca problemas que à primeira vista não são claros.
Para missões de policiamento e combate à pirataria, a necessidade de um qualquer tipo de helicóptero é importante. Os piratas utilizam muitas vezes navios rápidos, que podem desenvolver 12 a 16 nós (há pirataria com embarcações muito mais velozes, mas estas precisam de um navio-mãe, porque a autonomia que possuem é minima).
É igualmente necessário um grupo de fuzileiros e pessoal para abordagem, que poderá andar antre 12 a 24.
Para possuir um helicoptero, caso haja necessidade de um hangar, o navio fica menos estável.
Isto não é um problema nos mares onde os navios desempenham estas funções, já que o golfo da Guiné ou o mar vermelho e índico ocidental são mares relativamente calmos.
O problema coloca-se no que respeita à utilização de navios que também vão servir no Atlantico norte, onde as condições são muito piores e onde tudo se deve fazer para garantir a estabilidade das plataformas.
Nesse caso, como já vimos (excluindo as exceções e há especialistas em exceções por aí) todas as marinhas europeias a norte, optaram por plataformas maiores, muito maiores, com mais de 2500t e até mesmo 4000t de deslocamento.
Fazem isto porque querem ter navios com capacidade para operar helicopteros, que possam ser enviados para missões anti-pirataria evitando a utilização de fragatas caríssimas e ao mesmo tempo que possam ser utilizadas no Atlântico.
Para fazermos a mesma coisa com os nossos NPO, precisávamos desenvolver um NPO-tropical, com capacidade para hangar e helicópteros, e um NPO-atlântico, mais estável, sem hangar e sem helicópteros orgânicos e com maior capacidade para se manter durante dias a fio no mar.
Se quisermos esquecer a questão do helicoptero, ainda assim um navio do tipo, para ter capacidade militar antisubmarina, precisa além dos sistemas de sonar, uma peça de até 40mm de tiro rápido, um sistema CIWS e dois a quatro anti-aéreos de curto alcance, que podem ser utilizados contra pequenos navios ou contra submarinos, além de torpedos claro.
Portanto...
Ter navios de defesa aérea ( com três ou quatro tipos diferentes de míssil )
Ter navios de luta anti-submarina para operar no Atlântico
Ter navios para luta contra a pirataria
É coisa para países que tenham capacidade para os comprar.
Como na questão do mapa cor-de-rosa queremos morder mais que o que podemos mastigar (já para não falar em digerir).
O custo de manutenção do primeiro tipo de navio pode atingir os 100 a 120 milhões por ano.
O custo do segundo, pode atingir os 15 milhões
O custo do terceiro pode ficar pelos 5 milhões (não contando com os custos de pessoal, que neste caso são proporcionalmente mais elevados)
Na realidade os NPO deixam-nos numa espécie de limbo...
Quanto mais depressa perdermos a ideia de que o país vai garantir cinco fragatas, melhor ... por muito trágico que isso seja...