Como é óbvio, o Método de Hondt favorece os partidos com maior votação -- basta olhar para o exemplo dado. Neste exemplo, se fosse utilizado um método puramente proporcional, PSD/CDS teriam 4 votos, PS 2 e independentes 1. Esta particularidade do Método de Hondt, adicionada às diatribes do Santana parece, aliás, incomodar o Ti Celito.
https://www.publico.pt/2018/08/27/politica/noticia/alianca-e-metodo-de-hondt-potenciam-cenario-de-maioria-absoluta-do-ps-1842116
Neste caso, se fosse aplicada uma proporcionalidade pura, o PSD/CDS elegiam 4,58 vereadores, o PS 1,52 vereadores, os independentes 0,75 vereadores e a CDU 0,15 vereadores. Mas não sendo o vereador divisível, a coisa fica complicada. Mesmo que se arredondasse ao vereador inteiro mais próximo, o PSD/CDS ficava com 5, o PS com 2, e os independentes com 1, o que nos deixava com um vereador a mais. Por isso tem de se utilizar um método qualquer.
Há outros métodos de introduzir proporcionalidade que são ainda mais favoráveis aos pequenos (basta que a divisão seja, por exemplo, 1, 3, 5...) mas daí a dizer que o d'Hont favorece os partidos com maior votação é erro. Neste caso, que é um extremo, a substancial vitória de uma coligação contra 3 forças divididas, causaram uma super maioria. Mas, como demonstrei, com apenas mais 1 voto, o PS tinha conseguido 28% dos vereadores, com apenas 21% dos votos. Ou, com mais 25 votos, a lista independente tinha eleito um vereador, apesar de ter muito menos de 1/7 dos votos expressos.
O que quanto muito se pode dizer é que o d'Hon penaliza a fragmentação, porque pode dispersar os mandatos dos pequenos, em vez de os concentrar no segundo lugar. No exemplo dado, por 25 votos, a lista independente podia ter ficado com o mesmo número de vereadores do que o PS, apesar de ter metade dos votos. Mas isso não é penalizar os mais pequenos.