Talvez uma explicação mais simples seja a própria capacidade do estaleiro segundo o seu relatório de contas
link: www.arsenal-alfeite.pt/downloads/file189_pt.pdf
pode-se ver nas págs 17-23 (refiro-me principalmente ao dito na pág.23)
As pág 227 a 231 também poderão ter interesse para o que se costuma discutir por aqui.
Cumprimentos
Eu como vejo os relatórios de contas de outra perspectiva, vejo alguns números estranhos ou nem por isso!
- O volume de negócios recuou 3 milhões de euros de 2014 para 2015!!!! O que é preocupante, atendendo a que o estaleiro passou de lucro folgado (+ de 2 milhões de euros) para quase zero, 50 mil euros em 20 milhões não é nada);
- Os custos de pessoal representam 2/3 de todos os gastos..... e como há reversão dos cortes.....
- Os estaleiros têem 15,5 milhões de euros a receber dos 19 milhões de volume de negócios! Ou seja, cerca de 10 meses de atrasos nos recebimentos..... atendendo a que o estado é o principal cliente, quem será o caloteiro?

- Também é interessante ver que tinham em caixa e bancos 11 milhões de euros!!!! Apesar dos atrasos nos recebimentos! 9,25 milhões de euros a render!!!!
- Outro aspecto muito positivo é a muito elevada capitalização do Estaleiro. Muito anormal atendendo a que quase todas as empresas públicas estão tecnicamente falidas. E pelo que vejo, os resultados continuam a acumular nos capitais próprios;
- Também positivo o facto do prazo de pagamento a fornecedores ser de 43 dias;
- Aspecto negativo é a redução de 11 milhões de euros no volume de negócios em 5 anos;
- Um dado engraçado, a Empordef é a única accionista dos Estaleiros, mas são os estaleiros que vão emprestando dinheiro à Empordef. Em finais de 2015 ainda tinha emprestados 13 milhões de euros à Empordef;
- As prestações de serviços caíram 3 milhões de euros de 2014 para 2015 e a esmagadora maioria, mais de 90% diz respeito a reparação naval militar (nacional e internacional);
- Aspecto positivo as prestações de serviços a Marrocos que renderam mais de 6 milhões de euros em 2014 e 2015, mas..... não há mais clientes internacionais...
- Principais receitas com as reparações dos estaleiros em 2015:
- NRP Corte Real = 2,664,486,00€ e continua em 2016;
- PHM EL Lahiq = 2.649,593,99€ e continua em 2016;
- NRP Tejo = 616.395,00€ e continua em 2016;
- NRP - Alvares Cabral = 710.603,00€ e continua em 2016;
- NRP - Zaire = 1.656.300,00;
- Outros = 7 milhões de euros (não explica em quê).
- Nos gastos com FSE (Fornecimento de Serviços Externos), que representam mais de 2,3 milhões de euros, ressalta que apenas foram gastos 6.500€ com publicidade!!!!! É muito pouco para conseguirem mais clientes estrangeiros!
- Continua redução do efectivo, passando para 500 no fim de 2015, 16 a menos que 1 ano antes;
- 332.000€ recebidos dos juros das aplicações financeiras;
- Percentagens de acabamento dos trabalhos em curso a 31 de Dezembro de 2015:
NRP - Alvares Cabral 60,24%
NRP - Tejo 30,00%
NRP - Corte Real 35,00%
PHM EL Lahiq 91,84%
- Em carteira tem projectos em curso de quase 18 milhões de euros, ou seja, menos de 1 ano de laboração, o que me parece pouco!!!!!
- Nos salários, o que ressalta é o enorme peso na estrutura de custos, como referi pesa 2/3! O salário máximo bruto ronda os 51.600€ ano para a Presidente e daí para baixo;
- 6 Quadros superiores têem atribuídas viaturas de 32.000€ a cada uma e é pago um leasing mensal de 562,62€ de cada carro!!
- O Revisor de Contas (PWC ou Price waterhouse Coopers), apenas colocou em causa todo o dinheiro emprestado à empresa mãe, a Empordef, que ascende a 14,8 milhões de euros incluindo juros e os respectivos contratos não esclarecem como é que vão ser pagos os montantes!!!!
Resumindo, empresa bem capitalizada, mas muito subaproveitada! Não conheço os estaleiros de Alfeite, mas é isso o que transparece pelos números que publicaram!!!!