« Responder #3562 em: Março 26, 2014, 07:25:00 pm »
Certo Chamites, mas À excepção do controle de danos e dos tanques de combustível, tudo o resto é encontrado em navios civis ou não combatentes. E qual é o tipo de projéctil que a borracha balística aguenta? 12,7mm, 20mm, 40 mm? A construção interior usa que componentes? Qual resistência do Aço tipo A à ogiva dum exocet? a uma bomba de 250kg? a um projéctil de 76mm? a um RPG? Existe alguma matéria entre o casco duplo do navio? Onde são acomodadas as munições? Etc.
Estamos a falar de questões importantes antes de artilhar o navio e o enviar para uma zona de guerra. Ainda por cima tem uma motorização para uma velocidade a rondar os 20 nós, possui apenas radares de navegação e o sistema de controle da peça de artilharia é electo-optico. Não tem contra-medidas, chaff e quando se fala em instalar uma peça de artilharia de 57 ou 76mm é preciso ver até que ponto isso pode alterar o cento de gravidade do navio (no Brasil colocar torres de 114 mm em corvetas deu mau resultado).
Volto a lembrar que as tipo XXI também tinham muitas destas características e o resultado com apenas bombas de 250kg foi o que se viu.
Bem parece-me a mim que a utilização de borracha balistica apenas interessa enquanto estiver-mos a falar de projecteis não explosivos. Portanto tudo o que seja munições acima de 20 mm provavelmente não relevante que a borracha consiga vedar ou não. Penso também que um navio civil não seja construido com aço de classe tão elevada, mas não sei. Relativamente a aguentar uma bomba de 250 kg, bem se uma fragata de deslocamento muito superior não aguenta não se acredita que um navio patrulha menor aguente. No entanto numa situação em que esteja sujeito a ser bombardeado com bombas de 250 kg ou mesmo misseis anti-navais é algo que me parece que só possa acontecer num conflito simétrico declarado, situação onde mesmo uma corveta terá dificuldade de actuação.
Vamos lá por os "pontos nos is".
Um navio que por exemplo seja usado numa missão na Somália, pelo menos os RPG tem de estar preparado para aguentar, possuir sensores capazes de detectar pequenos alvos, dar mais que 20 nós e ter um helicóptero orgânico, além de armamento mais abrangente do que uma torre ligeira e metralhadores de 12,7mm. Depois, uma coisa é o fabrico para uma missão de fiscalização da Zee outra é por norma aquilo que um navio destas características esta preparado para receber em termos de equipamento e material de guerra. É bem construído, com Aço classe A, óptimo, quer dizer que é bem resistente (muitas das características de construção não são do conhecimento do público portanto manda-se bitates de acordo com as informações disponíveis e a mais não se é obrigado)apesar de actualmente existir material ainda mais resistente, mas por exemplo que tipo de controlo de danos tem? Danos de combate? Depois, para colocar sensores é preciso espaço, seja interior seja exterior e tem esse espaço? Por exemplo quantas toneladas de Upgrade pode suportar? ou para colocar equipamento é preciso tirar outro?. Mesmo navios usados em missões em áreas de menor risco, por exemplo incorporam equipamento de detecção de pequenos alvos da Tales ou algo similar (que as K. Dormen belgas receberam recentemente) e mesmo se tenha a questão é se vale a pena colocar sem mexer nos motores, produzidos para velocidades na casa dos 20 nós.
A Stark aguentou um missil exocet o que aponta para a importância da uma boa construção e de materiais capazes seja aço de classe A ou outro qualquer. E quanto a bombas de 250kg ou mais apenas num conflito assimétrico lembrem-se do caso do USS Cole. Portanto, um navio para combater eficazmente mesmo num conflito de baixa intensidade precisa de algo mais, e se não for em construção é sensores e armamento.
Se muitos países estão a converter as suas fragatas ou corvetas em patrulhas como os EUA com as Perry ou os Espanhóis com as "Descubierta" é porque viram vantagens nisso em relação a patrulhas não combatentes, antes de lançarem os seus OPV. Portugal fez a mesma coisa, mas por azar as suas corvetas eram mais antigas.


Cumprimentos