A bem da verdade, e para sermos fieis à Historia, então temos que dizer que a Guarda Republicana foi criada não para defender o paí, mas para defender o regime repúblicano.
Quando se deu o golpe de estado de 5 de Outubro de 1910, os repúblicanos não tinham qualquer apoio popular. O Partido Repúblicano era claramente minoritário, e não conseguia chegar ao poder de nenhuma maneira.
Como já sabemos, a Maçonaria mandou assassinar o Rei em 1908 e o resultado foi um enfraquecimento da monarquia, que permitiu o golpe, feito por uma minoria apoiada essencialmente na maçonaria e nos seus ideiais.
É por isso, que uma das primeiras coisas que a República fez, foi cancelar o direito de voto para quem nao soubesse escrever.
O problema é que até junto dos que sabiam escrever, a república não era exactamente bem-vinda.
Uma das instituições mais monarquicas era o exército. O golpe de 5 de Outubro, é dado por uma parte da marinha e outra parte pouco significativa do exército e a república é proclamada por telefone desde Lisboa.
Como sabemos, o temor por parte da maçonaria ao voto popular era de tal forma tenebroso, que até hoje, ninguém perguntou aos portugueses se queriam a monarquia ou a república.
A GNR, foi criada para ser a Guarda Pretoriana do regime repúblicano, e para defender a República, daí o seu nome.
É como se o PSD ganhasse as eleições e a partir de aí a guarda se passasse a chamar Guarda Nacional Social Democrata, e se o governo fosse do PS, passava a chamar-se Guarda Nacional Socialista.
Enfim, a GNR, era a força armada de um partido político minoritário, que precisava da força das armas para se manter no poder.
Com a entrada de Portugal na guerra, envia-se o grosso do exército para França e a GNR fica em Portugal como o exército de facto.
É a GNR que recebe os primeiros carros blindados, armas modernas e prioridade nos armamentos.
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Após o fim da I República (afogada na corrupção e na total incompetência dos dirigentes da maçonaria que já não tinha o que roubar), aparece a II República, imposta pelos militares do exército, e a partir daí, o Estado Novo, vai determinar uma nova função para a GNR, transformando-a em elemento de controlo interno e de apoio do regime.
Mas Salazar, não tinha ilusões e considerava que a melhor forma de apoiar o regime era com o exército e não com a GNR. Por isso, a partir dos anos 40, embora a GNR seja uma força repressiva interna, é de facto no exército que Salazar se apoia, e já não na GNR, que tinha servido de apoio à I República, antes de esta implodir.
Hoje, a GNR, já não tem porque se chamar Repúblicana. Deveria aliás chamar-se Guarda Nacional e ponto.
Continua a chamar-se repúblicana, por causa de alguns velhotes de avental, que nunca serão capazes de admitir o seu fracasso.
A GNR, pode no entanto ser parte integrante das Forças Armadas e ser uma força capaz e de grande operacionalidade.
Portugal não terá capacidade para ter um exército operacional com mais de 15.000 pessoas.
A não ser que queiramos enganar-nos a nós próprios com estatísticas e numeros, como com os famosos 40 F-16MLU que afinal, na realidade são apenas quatro.
Cumprimentos