Exército extingue 25% dos postos de coronel
O chamado processo de "transformação" em curso no Exército vai impor um corte no quadro de coronéis que rondará os 25% dos militares naquele posto, segundo as previsões avançadas ao DN pela Associação dos Oficiais das Forças Armadas (AOFA).
"Os novos quadros orgânicos ainda não foram definidos. Mas, com base na leitura da lei orgânica [decreto-lei 61/2006, de 21 de Março] e na transferência de competências para os tenentes-coronéis, podemos dizer que desaparecem cerca de 40" das cerca de 160 vagas de coronel actualmente existentes, afirma o presidente da AOFA, tenente-coronel Alpedrinha Pires.
A título de exemplo, este oficial cita o caso dos distritos de recrutamento, até aqui chefiados por um coronel e que vão passar a sê-lo pelo posto imediatamente a seguir (tenente-coronel).
Aquela previsão feita pela AOFA foi confirmada por outras fontes, ouvidas pelo DN sob anonimato.
EMGFA
Uma das incógnitas desta redução significativa no número de coronéis diz respeito às soluções a encontrar, tanto agora como para o futuro do fluxo das carreiras - um dos grandes focos de instabilidade e contestação dos militares.
A complexidade do problema é tal que o ministro da Defesa, Luís Amado, criou em apenas meio ano dois grupos de trabalho diferentes para tratar especificamente dessa matéria. E, no passado, as medidas pontuais aplicadas acabaram até por criar novos desvios. Recorde-se que, em 1992, o então ministro da Defesa Fernando Nogueira (PSD) criou a chamada "lei dos coronéis" (para emagrecer os quadros) - a qual acabaria, até por alguns dos efeitos negativos que gerou, por não ter resultados duráveis no tempo.
Não havendo agora os incentivos financeiros criados para a "lei dos coronéis", uma das hipóteses possíveis para os coronéis cujos postos serão extintos passa pelo Estado-Maior- -General das Forças Armadas (EMGFA). Este órgão tenderá a crescer organicamente, já que irá assumir novas competências operacionais. Contudo, isso é uma incógnita porque muitas das funções agora desempenhadas pelo EMGFA também o são pelo Ministério da Defesa - pelo que serão extintas.
A nova estrutura das carreiras militares já está a ser objecto de análise pelo grupo de trabalho recentemente criado para o efeito, tendo como presidente o tenente-general Pinto Ramalho. Mas a contestação da AOFA e da Associação Nacional de Sargentos (ANS) já é audível, por não estarem a participar de forma activa no processo.
Para já, as três reuniões inicialmente previstas - até ao fim do ano - já subiram para sete. Mas tanto Alpedrinha Pires como o sargento-ajudante Lima Coelho, presidente da ANS, garantem que o despacho ministerial não está a ser cumprido.
fonte:
http://dn.sapo.pt/2006/06/14/nacional/exercito_extingue_25_postos_coronel.htmlParece que a reformulação no Exército não se vai limitar a extinguir Unidades...
Estas medidas (diminuição de altas patentes militares) deveria ser tomada logo após o fim da Guerra Colonial.
Perdeu-se tempo... e verbas preciosas para quem sofre da crónica falta de fundos financeiros.
A restruturação que está a acontecer no Exército deveria ter começado nos anos 80 do século passado.
O que seria o Exército nos dias de hoje se tivesse havido coragem para ter avançado com uma restruturação do exército, tão necessária quanto óbvia?
