Padeiro assassinado por dois assaltantes Segundos antes de morrer, António Ferreira, um distribuidor de pão, de 52 anos, pediu uma bica à dona do café Carcar, em Fernão Ferro, Seixal, margem Sul do Tejo.
Nesse momento, dois outros clientes que estavam no estabelecimento tentaram roubar o fio de ouro que António trazia ao pescoço. Ele resistiu – e foi atingido no peito por um tiro de revólver. Teve morte imediata.
Os dois suspeitos aparentam 20 anos, são negros e vestiam roupa desportiva. A Polícia Judiciária de Setúbal e a GNR e a PSP de Almada, ontem à noite, ainda não os tinha encontrado. Ao que o CM apurou ambos chegaram ao café Carcar pelas 07h30, num Fiat Uno cinzento – carro que tinham roubado à mão armada, horas antes, na Quinta do Conde.
António Ferreira, que andava na distribuição de pão, chegou às imediações do café uns 15 minutos depois deles: estacionou a carrinha Nissan Cabstar e entrou. Era fornecedor do café Carcar.
“Há anos que ele distribuía pão nesta zona” – disse ao CM Heitor Ribeiro, amigo de António Ferreira.
Já no interior do café e segundo o relato que a proprietária do estabelecimento fez às autoridades policiais, António Ferreira pediu uma bica. O fio de ouro que trazia ao pescoço chamou a atenção dos dois jovens que também estavam ao balcão.
“Um empunhou o revólver, enquanto o outro lançou-se ao pescoço da vítima para lhe tirar o fio. António Ferreira lutou. Foi então atingido a tiro. A bala entrou abaixo da traqueia e causou-lhe morte imediata”, disse ao CM uma fonte policial.
Os dois homens abandonaram rapidamente o local do crime. Deixaram o Fiat Uno à porta do café – e arrancaram na carrinha da vítima, que abandonaram a dois quilómetros dali. Neste local, apontaram a arma ao condutor de um Opel Astra e roubaram-lhe o carro.
À hora de fecho desta edição ainda eram procurados pela Polícia.
COOPERAÇÃO ENTRE POLÍCIAS
A investigação da morte de António Ferreira está a cargo de uma brigada da secção de homicídios da Directoria de Setúbal da Polícia Judiciária – que, segundo apurou o CM, conta com a colaboração do Núcleo de Investigação Criminal da GNR e a PSP de Almada. “O conhecimento que a PSP e a GNR têm da área envolvente ao local do crime e dos gangs que por ali se movimentam é muito importante”, disse ao CM fonte policial. Para já, pouco se sabe sobre os dois suspeitos. Apenas que são negros, aparentam 20 anos – e, acreditam as autoridades, são residem na margem Sul.
OUTROS ASPECTOS
VIÚVA E DOIS ÓRFÃOS
António Ferreira é natural de Vila Nova de Poiares, no distrito de Coimbra, mas reside há vários anos no Fogueteiro, Seixal. Deixa viúva, um filho e uma filha, ambos maiores de 18 anos.
À QUEIMA-ROUPA
Fontes policiais garantem ao CM que o disparo de revólver que vitimou António Ferreira foi feito à queima-roupa.
ÚNICA TESTEMUNHA
A única testemunha do crime que vitimou António Ferreira é a proprietária do café Carcar. Nas horas que se seguiram à morte do distribuidor de pão, a comerciante, apesar do choque, ajudou a Polícia Judiciária de Setúbal a fazer retratos-robôs dos dois suspeitos do homicídio.
Miguel Curado
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