Galp começa a explorar uma das maiores reservas de petróleo do mundo
A Galp, juntamente com os seus parceiros Petrobras e BG Group, vai amanhã dar o primeiro passo para iniciar a exploração daquela que é considerada uma das maiores reservas de petróleo e gás natural no mundo, o Campo de Tupi, no Brasil.
A cerimónia, que se realiza no Rio de Janeiro e terá a participação do Presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, será o ponto de partida para iniciar a extracção de petróleo, cujas reservas estão estimadas em oito mil milhões de barris.
A Galp, detentora de 10% num consórcio liderado pela brasileira Petrobras, fará o teste de longa duração, que tem como objectivo oferecer um maior conhecimento sobre o comportamento da reserva para que seja determinado o número de poços.
Cada poço, segundo estimativas da Petrobras, custa cerca de 45 milhões de euros (60 milhões de dólares) cada um com o objectivo de produzir 1,8 milhões de barris de petróleo por dia em 2020.
A empresa portuguesa já investiu no Brasil cerca de 127 milhões de euros em 23 projectos, dos quais 17 "offshore" (no mar) e seis "onshore" (em terra).
A Galp também tem em estudo opções de financiamento para um plano de investimento até 2013 no montante de 1,9 mil milhões de euros para a exploração e produção, dos quais metade serão investidos na exploração de petróleo no Brasil.
Quando a exploração do Tupi estiver em velocidade cruzeiro, prevista para 2020, a Galp estima obter uma produção diária de 150 mil barris, representando metade das necessidades do consumo em Portugal. Actualmente, a produção da Galp situa-se nos 15 mil barris por dia.
O presidente-executivo da Galp não descartou, em declarações a 5 de Março, que o financiamento ao plano de investimento fosse feito através de um aumento de capital ou de um cisão de uma das subsidiárias da empresa, por exemplo, a de exploração e produção, sem perda de controlo accionista.
Manuel Ferreira de Oliveira disse, na altura, que a solução poderia "passar por uma combinação de várias opções e também pelo desfasamento de alguns investimentos, atrasando uns e adiantando outros ou pela venda de activos".
Para que o campo petrolífero do Tupi, localizado na Baía de Santos, venha a ser explorado em velocidade cruzeiro, a brasileira Petrobras tem destinados 22,5 mil milhões de euros (30 mil milhões de dólares).
Em declarações à comunicação social brasileira, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou que a empresa irá comprar 28 novas sondas a partir do mês de Maio e oito navios-plataforma, conhecidos como FPSO, num investimento total de 602 milhões de euros (800 milhões de dólares) e que serão utilizados a partir de 2013 na Bacia de Santos.
DN