Mario Soares Agredido

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papatango

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« Responder #15 em: Dezembro 13, 2005, 03:56:16 am »
O direito à indignação contra Mário Soares
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Mário Soares é um homem perseguido.

Nunca deixará de o ser.

Persegue-o a memória de todos os que caíram vítimas da sua incúria, do seu desleixo, e do facto de Soares ser um homem que só tem coragem quando tem amigos poderosos do seu lado. Quando não os tem, Soares negoceia, encolhe os ombros e afirma que não há mais nada para fazer.

Em 1974 – 1975, Soares é o principal responsável pela politica externa portuguesa, e a face visível de um regime revolucionário incompetente, gerido por ineptos, incapazes, quando não por pessoas moralmente corruptas, que venderam as suas consciências ao diktat assassino da ditadura soviética.

Soares é o corpo visível de um crime. Um crime, que a democracia pós 1976 decidiu esquecer, para não por em causa a sua consolidação.

Esse crime deixou mortos, guerras, miséria, desolação e indignidade, espalhados pelo chão ensanguentado de territórios que tinham sido portugueses.

Fomos indignos da nossa História.

Fomos indignos dos nossos valores.

Fomos responsáveis por um processo de descolonizarão que ficará nos anais da História, como um vergonhoso crime contra a humanidade.

Perante a situação na antiga Jugoslávia, teria Milosevic, outras opções?

Não deveria Milosevic, agir como agiu relativamente à situação na Bosnia, e perante a dissolução do seu antigo país?

Mário Soares é o responsável máximo por crimes contra a Humanidade, cometidos na sequência das suas acções e do seu desleixo. Acções que ainda por cima foram feitas em nome de Portugal.

Por muito menos, Milosevic, enfrenta o tribunal de Haia.

Deveriam ter vergonha, aqueles que ficaram horrorizados com um velho militar, que não se cala.

Todos nós devíamos cobrir a cabeça de vergonha, por não termos coragem de gritar à passagem de Mário Soares e dizer:

Dr. Mário Soares, você é culpado!
[/b]
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
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PereiraMarques

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« Responder #16 em: Dezembro 14, 2005, 04:45:42 am »
Sobre o ex-combatente...
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Campanha - insultou para desabafar mágoa de 30 anos

Tinha isto encravado

Secundino Cunha

Augusto Silva não tem medo de ir, eventualmente, a tribunal
O sócio n.º 311 da Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra que anteontem e ontem encheu os ecrãs das televisões e várias páginas de jornais diz que não agrediu nem quis agredir Mário Soares e assegura que apenas aproveitou a oportunidade que nunca tinha tido para lhe dizer o que lhe fazia “rebentar a alma”, numa alusão à acusação de que Soares “é um vigarista”, como disse no domingo.

“Isto já andava aqui encravado na garganta desde 1975, de modo que, mal o apanhei pela frente, desabafei”, disse ao Correio da Manhã Augusto Rodrigues da Silva, carpinteiro, de 63 anos de idade. Mostrando-se “tranquilo” e consciente de que “disse aquilo que muitos milhares de portugueses gostavam de ter dito”, Augusto Silva lembrou as agruras que passou enquanto combatente e o facto de, em 1975, ter sido “expulso” de Angola e obrigado a deixar tudo o que lhe pertencia.

“Eu lutei pelo meu País, não fui para a Bósnia ou para o Afeganistão ganhar 500 contos por mês e depois fui, como tantos outros, votado ao esquecimento por todos os governos, mas muito especialmente por esse senhor que deu o que nos pertencia como quem dá uma camisa”, afirmou este antigo combatente.

Lembrando que foi metido num avião, em 1975, com a mulher e dois filhos, um de três anos e outro de seis meses, com apenas dois mil escudos no bolso, disse que nunca há-de perdoar a quem permitiu que estas coisas acontecessem.

“Eu lutei três anos, entre 1963 e 1966, no Norte de Angola e, após o cumprimento do serviço militar, arranjei um emprego e trabalhei nove anos numa empresa na mesma região. Ao fim de tudo isto, deram-me um pontapé e mandaram-me desenrascar”, referiu Augusto Silva.

STRESS DE GUERRA

O homem que no domingo chamou “vigarista” a Mário Soares diz que não tem medo e que apenas disse a verdade. Quanto às ameaças de que poderá ser alvo de um processo-crime, afirma-se “de consciência plenamente tranquila”.

“Eu não agredi ninguém e apenas manifestei o meu repúdio pelo mal que esse senhor fez a mim e a muitos milhares de portugueses que estiveram na guerra e trabalharam nas ex-colónias”, explicou.

Fonte da Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra (APVG) disse ao Correio da Manhã que Augusto Rodrigues da Silva sofre de stress pós-traumático e, “como muitos outros, devia ser alvo de acompanhamento psíquico”.

Quanto ao incidente de anteontem, Gabriel Rodrigues, da APVG lamentou o ocorrido, sublinhando que “é com muito custo que instauramos um inquérito, que pode levar à expulsão, a um associado activo, que raramente faltava a uma manifestação em Lisboa”.

Fonte: http://www.correiomanha.pt/noticia.asp? ... al=90&p=94
 

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Luso

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« Responder #17 em: Dezembro 14, 2005, 05:08:14 am »
A "Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra" vai pelo mesmo caminho da Liga e Combatentes que se tornou politizada e manobrável. E só útil aos dirigentes. Como os sindicatos.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Paisano

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« Responder #18 em: Dezembro 14, 2005, 05:35:54 am »
Citação de: "PereiraMarques"
Sobre o ex-combatente...
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Campanha - insultou para desabafar mágoa de 30 anos

Tinha isto encravado

Secundino Cunha

Augusto Silva não tem medo de ir, eventualmente, a tribunal
O sócio n.º 311 da Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra que anteontem e ontem encheu os ecrãs das televisões e várias páginas de jornais diz que não agrediu nem quis agredir Mário Soares e assegura que apenas aproveitou a oportunidade que nunca tinha tido para lhe dizer o que lhe fazia “rebentar a alma”, numa alusão à acusação de que Soares “é um vigarista”, como disse no domingo.

“Isto já andava aqui encravado na garganta desde 1975, de modo que, mal o apanhei pela frente, desabafei”, disse ao Correio da Manhã Augusto Rodrigues da Silva, carpinteiro, de 63 anos de idade. Mostrando-se “tranquilo” e consciente de que “disse aquilo que muitos milhares de portugueses gostavam de ter dito”, Augusto Silva lembrou as agruras que passou enquanto combatente e o facto de, em 1975, ter sido “expulso” de Angola e obrigado a deixar tudo o que lhe pertencia.

“Eu lutei pelo meu País, não fui para a Bósnia ou para o Afeganistão ganhar 500 contos por mês e depois fui, como tantos outros, votado ao esquecimento por todos os governos, mas muito especialmente por esse senhor que deu o que nos pertencia como quem dá uma camisa”, afirmou este antigo combatente.

Lembrando que foi metido num avião, em 1975, com a mulher e dois filhos, um de três anos e outro de seis meses, com apenas dois mil escudos no bolso, disse que nunca há-de perdoar a quem permitiu que estas coisas acontecessem.

“Eu lutei três anos, entre 1963 e 1966, no Norte de Angola e, após o cumprimento do serviço militar, arranjei um emprego e trabalhei nove anos numa empresa na mesma região. Ao fim de tudo isto, deram-me um pontapé e mandaram-me desenrascar”, referiu Augusto Silva.

STRESS DE GUERRA

O homem que no domingo chamou “vigarista” a Mário Soares diz que não tem medo e que apenas disse a verdade. Quanto às ameaças de que poderá ser alvo de um processo-crime, afirma-se “de consciência plenamente tranquila”.

“Eu não agredi ninguém e apenas manifestei o meu repúdio pelo mal que esse senhor fez a mim e a muitos milhares de portugueses que estiveram na guerra e trabalharam nas ex-colónias”, explicou.

Fonte da Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra (APVG) disse ao Correio da Manhã que Augusto Rodrigues da Silva sofre de stress pós-traumático e, “como muitos outros, devia ser alvo de acompanhamento psíquico”.

Quanto ao incidente de anteontem, Gabriel Rodrigues, da APVG lamentou o ocorrido, sublinhando que “é com muito custo que instauramos um inquérito, que pode levar à expulsão, a um associado activo, que raramente faltava a uma manifestação em Lisboa”.
Fonte: http://www.correiomanha.pt/noticia.asp? ... al=90&p=94


Esse senhor não precisa de processo na justiça, mas sim de ajuda profissional e da compreensão do problema pessoal que ele vive. :evil:
As pessoas te pesam? Não as carregue nos ombros. Leva-as no coração. (Dom Hélder Câmara)
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Volta Redonda
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Moi

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« Responder #19 em: Dezembro 14, 2005, 06:01:59 pm »
Este senhor é um criminoso...

na medida em que foi de «O Crime» na mão agredir um candidato presidencial....
e cometeu um duplo crime, pois ninguém acredita nas notícias desse jornal...

A sério. Ter sido combatente em Angola, retornado do Magreb, ou espoliado da Rodésia não dá direito a ninguém agredir uma pessoa. Muito menos em nome dos outros, pois os outros podem não identificar-se com os seus actos. Seja como for, acho que o Mário Soares fez bem em não apresentar queixa. Mas também não devia ter chamado nomes ao homem, que por sinal até o pode processar agora...  :arrow: Por outro lado, comentários desconexos, parciais e ressabiados como este são magníficos exemplos do pensamento de muita gente, de entre os 500 mil retornados...

Também seria interessante estudar como foram recebidas estas pessoas no nosso país, que oportunidades foram-lhes dadas, aquelas que os outros não tinham. Mas, disso, «eles» não se lembram.
 

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papatango

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« Responder #20 em: Dezembro 14, 2005, 09:02:47 pm »
E claro que também se pode tratar de uma opinião de pessoas que não puseram os pés em nenhuma ex-colónia, que acreditaram numa realidade, e que ao longo dos anos, chegaram à conclusão de que os responsáveis pela "Descolonização Exemplar", afinal estavam errados.

Afinal mentiram, afinal censuraram e, afinal, cometeram o mesmo tipo de desmandos que criticavam na ditadura. Mentiram, para justificar as suas acções.
Quando tem decisões dificeis que tomar, Soares é um homem que escolhe o caminho mais fácil. Não importa se é o melhor, o que importa é que é o mais fácil.

Foi o que Soares fez. Escolheu o caminho mais fácil. O caminho da rendição.

Para justificar esse caminho, ainda hoje, Soares e a pandilha, inventam uma guerra perdida (que do meu ponto de vista foi um erro histórico de Salazar, já aqui o afirmei) que na realidade foi ganha.

Nem sequer isso ficou para os milhares que passaram por África, e para as memórias dos que lutaram e morreram.

Nós ganhámos a guerra Moi. Ganhámos a guerra em Angola, e ganhámos a guerra em Moçambique.

Mário Soares, entregou o ouro ao bandido, quando o bandido já estava desarmado.
Por isso, inventa um bandido forte e poderoso, para justificar o facto de lhe ter entregue o cofre.

= = =
Soares não é o homem que defendeu o direito à indignação?
Soares não é o mesmo homem que defendeu o bloqueio da ponte 25 de Abril, baseado nesse mesmo direito à indignação?

A indignação só é legítima se for de esquerda?

Não há pachorra!

Todo o cidadão tem o direito a ficar indignado e tem o direito a ser informado. O homem que "agrediu" o Soares, é apenas uma ponta num iceberg de pessoas que foram humilhadas pela pandilha, e obrigadas a calar o bico, em nome do interesse nacional.

Cumprimentos
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alfsapt

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« Responder #21 em: Dezembro 15, 2005, 01:14:36 am »
Citação de: "Moi"
Mas também não devia ter chamado nomes ao homem, que por sinal até o pode processar agora...


Não se preocupe, pode-se alegar insanidade mental.
"Se serviste a patria e ela te foi ingrata, tu fizestes o que devias, ela o que costuma."
Padre Antonio Vieira
 

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Yosy

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« Responder #22 em: Dezembro 15, 2005, 01:25:53 am »
Citação de: "komet"
Desgraçado do homem, será que se aleijou a dar o murro?  :nice:

O Soares é muita coisa, mas até se portou bem na descolonização. Longe de ser perfeita a descolonização portuguesa foi exemplar - vejam o caso dos franceses na Argélia.
 

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Miguel

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« Responder #23 em: Dezembro 15, 2005, 01:51:43 am »
Diogo/Yosy

Os franceses perderam militarmente na Argélia.

O nosso caso era diferente, em Angola estava ganho, Moçambique por la caminhava, o unico problema era a Guiné.

No final a maioria dos esforços estavam-se a concentrar na Guiné, para teres uma ideia ao nível de material estava previsto MiragesIII para enfrentar os Mig, Misseis AA Crotale etc...

A independencia estava prevista, os objetivos do Caetano era de dar uma independencia corecta como fez o reino unido as suas antigas colonias.

Mas para isso tinha que se restabelecer a ordem.
 

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Luso

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« Responder #24 em: Dezembro 15, 2005, 02:27:38 am »
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Quando tem decisões dificeis que tomar, Soares é um homem que escolhe o caminho mais fácil. Não importa se é o melhor, o que importa é que é o mais fácil.


Fenómeno BANALÍSSIMO no mundo político. é com gente desta que eu tenho que trabalhar todos os dias. De estranhar seria o contrário.
Prevejo que, no futuro, após a morte de Soares e Almeida Santos, que se levante o véu de censura e silêncios cúmplices que duraram estes 30 anos. Como após a morte de Estaline.
Veremos.
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Miguel

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« Responder #25 em: Dezembro 15, 2005, 02:53:45 am »
30 anos de socialismo...BASTA
 

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komet

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« Responder #26 em: Dezembro 15, 2005, 03:03:03 am »
Miguel, você não é todo anti-fascista e mais o camandro?  :?
"History is always written by who wins the war..."
 

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Miguel

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« Responder #27 em: Dezembro 15, 2005, 03:06:44 am »
Quero e ter um novo Portugal

Durante 30 anos estamos governados por socialistas, chegou a altura de mudar!
 

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PereiraMarques

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« Responder #28 em: Dezembro 15, 2005, 03:22:23 am »
Citação de: "Miguel"
Durante 30 anos estamos governados por socialistas, chegou a altura de mudar!


Anibal António Cavaco Silva, esse grande socialista... :wink:
 

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Miguel

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« Responder #29 em: Dezembro 15, 2005, 03:26:02 am »
Pereira Marques

O cavaco foi apenas 1°Ministro durante 10 anos, e foi durante esses anos que tivemos o maior desenvolvimento.

Nunca tivemos um presidente sem estar ligado ao PS!!!!  :evil: