Mas, concordo com a sua análise sobre a posição de Mário Soares no meio disto tudo, o infiltrado que usou a sua ligação em seu prol. O que não entendo nisto, é como é que alguma direita, nomeadamente a Social-Democrata o critica por isso, afinal de contas ele acabou com o «perigo» (quanto a mim extrapolado para um fim) do PCP tomar as redeas do país.
Caro Moi, Há pelo menos dois PSD's
Há o PSD repúblicano, citadino e urbano, e há o PSD que foi feito e criado a partir das antigas estruturas da Acção Nacional Popular (antiga União Nacional) e que se transferiu para o PSD após o 25 de Abril de 1974
(isto segundo o prof. Freitas do Amaral, claro). Logo temos que entender essas realidades, e quem são os interpretes dessas realidades.
Em Viseu, há ainda uma parte do PSD com Mário Soares, na figura de Fernando Amaral. Portanto, ainda hoje essa divisão é visivel.
Mais um bocado e temos que abrir um tópico para as conspirações maçónicas

Soares foi o que foi, assim como Vasco Gonçalves, e que por outro lado levanta discussões sobre se «O Companheiro» era levado a sério pelos Estados Unidos, que não era como Carlucci refere em vários dos seus relatórios
A acreditar nos escritos documentados pelo embaixador João Hall Themido, no seu livro dez anos em Washington, os governantes portugueses eram vistos como um bando de imbecis ingénuos. Chegaram a pedir à embaixada que pedisse encontros com o presidente dos Estados Unidos, (ainda no rescaldo do escândalo Watergate) para negociar a abertura do mercado americano aos tapetes de arraiolos, porque os russos tinham feito a mesma coisa.
Na altura tiveram que lembrar aos governantes portugueses que os Estados Unidos eram uma economia de mercado.
Durante o PREC, a realidade foi a que foi.
Os nossos governantes eram na sua maioria um bando de incapazes.
Bem intencionados, com certeza, mas ingénuos incapazes.
Soares, limita-se a sobressair um pouco no meio de tanta azémola.Não é nem nunca foi um homem brilhante. É descuidado e desleixado. É o tipo de homem que encolhe os ombros e só à última-da-hora faz alguma coisa. Por isso, e especialmente por isso, é que quando nos tentam dizer que NÃO HAVIA NADA A FAZER em 1975, e que o que aconteceu, e como aconteceu, era inevitável, temos a obrigação de pensar duas vezes e reflectir.
Mário soares já demonstrou ser um homem de compromissos. Já o afirmou aquando da questão do terrorismo de Bin Laden, ao afirmar que se deve negociar.
A partir daí, fiquei convencido de que o processo de 1974/1975, foi negociado (por nossa parte) por um homem de fraco carácter, que aceita negociar com o Diabo, para não ter que se dar ao trabalho de realmente se esforçar.
Por tudo isto, o Mário Soares de 2005, não é o mesmo de 1985. Há 20 anos de distância, de reflexão, de noticias e de verdades (e também meias verdades) que vieram e continuam a vir ao de cima.
Há demasiadas meias verdades ainda por contar neste país. Meias verdades que podem colocar em causa as nossas relações,, por exemplo com Angola. E aí, há demasiados interesses na área PSD que têm que ser defendidos.
É tudo uma questão de compromissos entre alguns sectores das elites.
Uns calaram-se e negociaram, para não se darem ao trabalho de fazer alguma coisa, os outros, calam-se porque os negocios com as antigas colónias até dão jeito.
Aos cidadãos, restam-nos as meias verdades, e a discussão dessas meias verdades, para formarmos uma opinião tanto quanto possivel isenta. Muitas meias verdades, analisadas com racionalidade, cabeça fria e inteligência, acabarão por formar uma verdade inteira.
É por isso que há tanta gente incomodada com realidades como a "blogosfera", e a liberdade de expressão dos cidadãos, vide o caso do blog "Do Portugal profundo".
Cumprimentos