CITANDO AGÊNCIA LUSA:
Programa-quadro de cooperação militar 2006-2008
Portugal prepara cedência de meios aéreos e navais a Cabo Verde
25.11.2005 - 14h51 Lusa
Os Governos de Portugal e de Cabo Verde vão iniciar conversações para a cedência de meios aéreos, do tipo Aviocar, e navais, no âmbito do programa-quadro de cooperação militar para o triénio 2006-2008.
O tenente-general Luís Araújo, director-geral da Política de Defesa Nacional de Portugal, iniciou hoje uma visita de trabalho a Cabo Verde, durante a qual, segundo declarações do próprio à Lusa, vão ser definidos os contornos da cooperação militar, atendendo aos novos desafios que o mundo hoje apresenta.
"Vamos analisar o que foi feito nos últimos três anos e iremos agora corrigir o que está menos bem, aproveitando o que está bem, tendo sempre em atenção que o mundo, nos próximos três anos, será diferente e temos de encontrar capacidades para o percepcionar", disse.
No que toca aos meios aéreos que Portugal pode ceder a Cabo Verde, o tenente-general precisou que o programa começa pelos Aviocar, que a Força Aérea Portuguesa (FAP) está a substituir, porque os helicópteros Puma (também em substituição na FAP) "em princípio estão fora de questão", apesar de terem sido apontados como uma possibilidade.
"Vamos, de facto, substituir os Aviocar em Portugal e, se as autoridades cabo-verdianas estiverem interessadas, e para isso teremos de preparar as pessoas, pilotos e mecânicos, poderemos ceder uma ou duas aeronaves deste tipo a Cabo Verde", assinalou.
Em Cabo Verde, "a ser esse o caminho escolhido", os aparelhos vão ser operados por tripulações portuguesas durante o período em que os pilotos e mecânicos cabo-verdianos estiverem a ser preparados para os operar.
"Era mesmo fundamental que nós tivéssemos, o mais depressa possível, meios aéreos em Cabo Verde, para acelerar a fase de transição", disse.
Em relação aos meios navais, considerou tratar-se de "uma questão mais complexa", porque a Zona Económica Exclusiva (ZEE) cabo-verdiana é imensa e "muito porosa".
"Neste aspecto, vamos ter de trabalhar e conversar mais, porque, antes de pensar em meios, temos de pensar em preparar as pessoas, porque os meios compram-se e as pessoas não", sustentou.
No arranque das conversações para a formalização do programa-quadro de cooperação militar 2006-2008, vai avançar-se "para uma forma de cooperação mais madura e participativa, porque o mundo é hoje diferente daquilo que era há uns anos".
Cabo Verde "é visto no mundo como um país que cumpre as suas responsabilidades, com uma excelente governação e estamos orgulhosos disso", sublinhou.
O responsável defendeu ainda que a cooperação portuguesa com Cabo Verde "tem de ser uma cooperação singular", porque "não é igual àquela que Portugal tem com Angola ou Moçambique, por exemplo".
"Vamos, portanto – esclareceu –, manter a aposta na formação, mas introduzir uma outra dimensão da cooperação, respondendo aos novos desafios que o mundo apresenta para Portugal e Europa e, naturalmente, para Cabo Verde".
Cabo Verde é, enfatizou, "cada vez mais uma fronteira avançada da Europa e Portugal, e a Europa tem muito interesse em que o país esteja bem preparado".
Luís Araújo vai permanecer em Cabo Verde até à próxima quarta-feira.
PELOS VISTOS JÁ HÁ DESTINO A DAR AOS AVIOCAR!!!!