JÁ agora não sei se leram:
2007-01-10 - 00:00:00
Defesa - Carlos Zorrinho lidera contactos com investidores
Alentejo candidato a pólo aeronáutico
Pedro Catarino Ex-presidente, Rui Neves, e futuro presidente da CPC, conversaram antes da posse.
O coordenador do Plano Tecnológico tem tido vários contactos com investidores internacionais para a instalação de um centro de indústria aeonáutica em Portugal. Desenhado a partir da obtenção de contrapartidas de 460 milhões de euros pela compra de 12 aviões de transporte militar ao consórcio europeu EADS-CASA, que irão substituir os Aviocar, segundo Carlos Zorrinho, com “um trabalho sólido para a criação de um pólo aeronáutico”.
E, dado que aquele consórcio tem duas fábricas em Sevilha, o Alentejo, em particular Beja, surge como o local provável para o futuro centro de produção de equipamentos para aviões.
Ontem, após a tomada de posse do embaixador Pedro Catarino como sucessor de Rui Neves na presidência da Comissão Permanente de Contrapartidas (CPC), o coordenador do Plano Tecnológico foi, em declarações ao CM, peremptório: “Existem negociações com vários investidores internacionais para a criação do pólo aeronáutico e a CPC tem tido, e vai continuar a ter, um papel decisivo neste processo.”
Para já, nos últimos seis meses, um grupo de trabalho, coordenado pela CPC, pré-seleccionou um conjunto de 23 empresas e organizações científicas portuguesas para colaborarem no futuro fabrico de peças e tratamento de superfícies de aeronaves. Entre essas empresas, surgem a Edisoft, do grupo Empordef, empresa pública do sector da Defesa, a Iberomoldes, a Simoldes Plásticos. E as OGMA – Oficinas Gerais de Material Aeronáutico, detidas pelos brasileiros da Embraer, poderão ter um papel relevante no projecto, até pela sua experiência no sector. Um dos próximos passos é a criação de um consórcio de empresas para realizar a modernização dos C-130 em 2009, com o apoio da EADS-CASA.
TRANPARÊNCIA MARCA POSSE
Pedro Catarino defendeu ontem, após tomar posse como presidente da CPC, “transparência” na gestão das contrapartidas da compra de equipamento militar. Com larga experiência em assuntos internacionais, o ex-embaixador de Portugal em Washington frisou que tem de haver “equilíbrio entre confidencialidade e razoabilidade”.
O ministro da Defesa, Severiano Teixeira, apelou para que “o investimento nas Forças Armadas seja visto não como uma despesa, mas como um investimento que tenha reflexos previsíveis na inovação e no crescimento da economia”. Manuel Pinho, ministro da Economia, disse que “as contrapartidas têm de ser geridas de forma profissional e transparente”.
DETALHES
AERONAVES C-295
Pela compra de 12 aviões C-295, aeronaves de transporte militar que irão substituir os Aviocar, o Estado português vai pagar 276 milhões de euros. Como contrapartida deste negócio, foram obtidos 460 milhões de euros, que devem ser implementados nos próximos sete anos.
BEJA NA FRENTE
A proximidade geográfica de Beja em relação a Sevilha, terceiro pólo aeronáutico de Espanha, e a Alverca, sede das OGMA, empresa aeronáutica que poderá ter um papel importante no projecto, são os principais factores a favor da eventual escolha da capital do Baixo Alentejo para a localização do centro industrial de aeronaves.
AZAMBUJA INCLUÍDA
Uma das áreas de produção mais importantes para o futuro pólo aeronáutico é a produção de materiais compósitos de carbono, utilizados nos equipamentos dos aviões. Nesse sentido, as instalações da antiga General Motors na Azambuja poderão ser aproveitadas, dada a capacidade e os recursos humanos existentes na região.
António Sérgio Azenha
do CM