Cardeal Ratzinger: Soldado do III Reich

  • 19 Respostas
  • 7178 Visualizações
*

papatango

  • Investigador
  • *****
  • 8085
  • Recebeu: 1329 vez(es)
  • +6578/-1413
Cardeal Ratzinger: Soldado do III Reich
« em: Abril 20, 2005, 01:03:01 am »

Citar
Juridically, young Ratzinger was enrolled in the boarding school or minor seminary, the property of which had been confiscated, and was thus able to stay at home and study what he wanted, as he wanted. But in 1943, at age 16, he was drafted into one of the anti-aircraft defense batteries along with other seminarians, while at the same time being allowed to attend a certain number of classes at the renowned Maximilians-Gymnasium in Munich (op. cit., p.35).

In 1944, young Ratzinger, having reached military age, was released from the anti-aircraft defense battery. After a period of service in the Reich's labor detail, during which time he managed to avoid being enrolled into the SS by publicly declaring his intention of becoming a priest, he was at last called to arms at the end of that year (op. cit., p.33). Apparently, he was enlisted in the Landsturm, troops of the last hour comprising the young and the less young, and fathers of families who, after a summary training and with light armament, were generally employed in the defense of fixed points (i.e., streams, bridges, etc.). Nevertheless, Joseph Ratzinger never had to engage in combat:


http://www.sspxasia.com/Documents/SiSiN ... e_Mind.htm

 :shock:  :shock:  :shock:

Posso estar errado, mas fico com a impressão, de que a igreja católica, entra no novo milénio com o pé esquerdo, elegendo o único Papa, que não deveria ser eleito, aquele que, tem garantida a divisão dos católicos.

Eu fui a Fátima, por causa do João Paulo II, este, se passar à minha janela, só o vou ver, se não tiver mais nada que fazer.

Este eleição é, do meu ponto de vista, um triste tiro no pé, por parte dos Cardeais da Igreja.

cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
https://shorturl.at/bdusk
 

*

Paisano

  • Especialista
  • ****
  • 901
  • Recebeu: 6 vez(es)
  • +1/-0
    • http://defesabrasil.com/forum
Re: Cardeal Ratzinger: Soldado do III Reich
« Responder #1 em: Abril 20, 2005, 01:46:25 am »
Citação de: "papatango"
Posso estar errado, mas fico com a impressão, de que a igreja católica, entra no novo milénio com o pé esquerdo, elegendo o único Papa, que não deveria ser eleito, aquele que, tem garantida a divisão dos católicos.

Eu fui a Fátima, por causa do João Paulo II, este, se passar à minha janela, só o vou ver, se não tiver mais nada que fazer.

Este eleição é, do meu ponto de vista, um triste tiro no pé, por parte dos Cardeais da Igreja.

cumprimentos


Concordo.  :Palmas:
As pessoas te pesam? Não as carregue nos ombros. Leva-as no coração. (Dom Hélder Câmara)
_________________
Volta Redonda
_________________
 

*

Luso

  • Investigador
  • *****
  • 8711
  • Recebeu: 1858 vez(es)
  • Enviou: 816 vez(es)
  • +1080/-10924
(sem assunto)
« Responder #2 em: Abril 20, 2005, 09:46:08 am »
PT, como leu a história da queda de Berlim, saberá que até as crianças seriam fuziladas "on the spot" em caso de deserção...
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

*

papatango

  • Investigador
  • *****
  • 8085
  • Recebeu: 1329 vez(es)
  • +6578/-1413
(sem assunto)
« Responder #3 em: Abril 20, 2005, 12:04:26 pm »
Citação de: "Luso"
PT, como leu a história da queda de Berlim, saberá que até as crianças seriam fuziladas "on the spot" em caso de deserção...


É verdade que esse foi o comportamento de algumas unidades das SS. No entanto, esse tipo de comportamento era para as tropas regulares e não para o Landsturm / Volksturm. Além disso, sendo ele de Munique, tinha pela frente o exército americano, para o qual, os alemães corriam para se render. Além do mais, Ratzinger de facto desertou, e não foi fuzilado.

Mas é importante dizer que não está em causa que o actual Papa, seja Nazi, ou tenha alguma responsabilidade. Tem a responsabilidade colectiva que têm os alemães, e que nunca deixarão de ter, mas isso é outra coisa. O que está em causa é o que passou pela cabeça dos cardeais para eleger este senhor.

Trata-se de uma pessoa que em criança - diga-se o que se quiser dizer - foi criada durante o período do nazismo, criada na escola, desde tenra idade, com a ideia de que os "pretos" são uma espécie de macacos, e que os alemães são a raça superior, já para não falar dos outros povos, ou dos judeus.

Num mundo que chegou ao século XXI, onde a África e a América Latina, representam a maioria dos católicos, como é que o colégio dos cardeais elege um homem que de alguma forma nasceu noutro mundo, noutra era, noutro planeta. Um planeta (a Alemanha de Hitler) onde seria impossível prever o que se passa hoje.

Eu pensei (tonto de mim) que a igreja estaria preparada para um Papa latino-americano. Aliás, pensei mesmo na possibilidade do Patriarca de Lisboa, apontado por muitas televisões internacionais, como o ideal, por se tratar de um Europeu, mas ao mesmo tempo latino, e de um país com especiais ligações a África e à América Latina. Não era ainda a “deslocalização” mas era um começo, uma abertura. Afinal, nada.

A um papa que sofreu o terror do Nazismo, sucede um Papa que (mesmo que contrariado) serviu esse mesmo Nazismo.

Se contradição matasse, não tinha saído um único cardeal vivo da capela Sixtina.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
https://shorturl.at/bdusk
 

*

Miguel

  • Investigador
  • *****
  • 2503
  • Recebeu: 51 vez(es)
  • Enviou: 8 vez(es)
  • +462/-589
(sem assunto)
« Responder #4 em: Abril 20, 2005, 12:05:28 pm »
:cry:

III Millenio completamente reaccionario???

PT vocé sabe alguma coisa sobre as Opus Dei? gostava de saber o que voce pensa sobre esse movimento.
 

*

Luso

  • Investigador
  • *****
  • 8711
  • Recebeu: 1858 vez(es)
  • Enviou: 816 vez(es)
  • +1080/-10924
(sem assunto)
« Responder #5 em: Abril 20, 2005, 02:18:04 pm »
Citação de: "papatango"

Se contradição matasse, não tinha saído um único cardeal vivo da capela Sixtina.

Cumprimentos


Não havia era cristãos.
Ou muçulmanos.
Ou Judeus.
Ou coisas do género.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

*

lf2a

  • Membro
  • *
  • 103
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #6 em: Abril 20, 2005, 03:51:01 pm »
Citar
Tem a responsabilidade colectiva que têm os alemães, e que nunca deixarão de ter, mas isso é outra coisa.


Papatango,

Esclareça-me só esta sua frase. :shock:

Quando diz alemães quer com isto dizer os alemães que viveram no período da II Guerra Mundial ou todos os alemães até à presente data?

cmpts,
LF2A
 

*

Spectral

  • Investigador
  • *****
  • 1437
  • +4/-1
(sem assunto)
« Responder #7 em: Abril 20, 2005, 05:21:19 pm »
Não vejo qual seja o problema do seu serviço nas forças alemãs na 2ª Guerra Mundial, forçado e com resultados nulos.


Agora as posições tomadas tomadas pelo cardeal Ratzinger ao longo dos últimos 20 anos podem dar grandes razões de preocupação aos católicos, pelo menos os mais abertos de espírito...
I hope that you accept Nature as It is - absurd.

R.P. Feynman
 

*

papatango

  • Investigador
  • *****
  • 8085
  • Recebeu: 1329 vez(es)
  • +6578/-1413
(sem assunto)
« Responder #8 em: Abril 20, 2005, 05:55:37 pm »
Lf2a ->
A responsabilidade das pessoas, é uma coisa. Muita gente na Alemanha, foi responsável pelo que aconteceu. Quer responsável, de uma forma directa, quer responsável de forma  indirecta, por ter calado, por ter consentido, por ter olhado para o outro lado, por não ter feito nada quando vieram buscar os Judeus, depois os Homossexuais, depois os Comunistas, Depois os Ciganos, até que já não havia ninguém para dizer nada.

A outra responsabilidade, é a responsabilidade da Alemanha, para consigo mesma e para com o Mundo. A História é a que é, não pode ser alterada. A História pode no entanto ser “maquilhada” para se transformar apenas num elemento de afirmação nacionalista, como em Portugal (e não só) vimos, durante a ditadura.

Mas a outra História, a verdadeira e objectiva, é uma colecção de factos que exigem uma interpretação, e exigem uma responsabilidade. As nações, não morrem com os seus cidadãos. As nações perduram enquanto tiverem História, e delas houver memória. As nações são responsáveis.

Eu acredito que um país, deve orgulhar-se da sua História, mas para se orgulhar da sua História, tem que a enfrentar, de cara, sem mitos e sem vergonha. A nossa própria História, de Portugal, dá-nos razões de orgulho de sobra, mas esse orgulho não tem sentido, sem olhar para essa mesma História e aceitar os erros, e as coisas que fizemos mal feitas. Ou temos uma História com H grande para nos orgulharmos, ou ficaremos com um historieta com H pequeno, limitada a umas datas de umas batalhas vitoriosas de uns portugueses que viveram no passado.

A Alemanha, como Portugal, é responsável pela sua História. Não a pode re-escrever. Não a pode alterar, não a pode cortar, censurar ou remodelar.

A verdade histórica, é que uma nação desenvolvida da Europa, com uma elevado grau de alfabetização, com filósofos, historiadores, gente de cultura, gente das artes, foi, No século XX da Era Cristã, capaz, de cometer alguns dos crimes mais miseráveis e hediondos da história da Humanidade.
A Alemanha, e portanto os alemães, carregarão para sempre esse fardo. Devem carrega-lo, porque nem eles nem nós, “os outros”, temos o direito de esquecer a História. A História serve para garantir que não esquecemos.
Se esquecemos, voltaremos a passar pelo mesmo.
Os alemães, como cidadãos da Alemanha, serão sempre responsáveis, porque a Alemanha foi, é e será sempre responsável pelos factos que à Nação Alemã são imputados.
No entanto, cada alemão, como cidadão – obviamente - é tão responsável como você ou como eu.

Espero ter explicado

Cumprimentos


PS: Ratzinger, não é obviamente responsável, pelo Holocausto. No entanto, o colégio dos Cardeais, devia ter algum bom senso. A verdade é que de mais de 100 Cardeais, tiveram pontaria para escolher aquele que, provavelmente era o menos indicado.

PPS
Miguel
Sobre a Opus Dei, falaremos mais tarde.
Já estamos com demasiados tópicos para desancar nos Castelhanos, não vamos criar mais um :mrgreen:
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
Contra a Estupidez, não temos defesa
https://shorturl.at/bdusk
 

*

Wildcard_pt

  • 126
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #9 em: Abril 20, 2005, 08:12:07 pm »
Sinceramente não vejo problema em ele ter estado na Wehrmacht.
Nem todos os que serviram era nazis, parece-me um GRANDE erro dizer que todos os militares eram nazis.
E pelo que esta escrito na citação do Papatango
Citar
during which time he managed to avoid being enrolled into the SS by publicly declaring his intention of becoming a priest
ele evitou ser recrutado para as SS.
Temos de ver que naquela epoca o serviço militar era obrigatório, ele como outros milhares de jovens da época (quer fossem do EIXO ou ALIADOS) eram obrigados a servir nas forças armadas dos respectivos paises.


cmpts
Perguntai ao inimigo quem somos
 

*

Luso

  • Investigador
  • *****
  • 8711
  • Recebeu: 1858 vez(es)
  • Enviou: 816 vez(es)
  • +1080/-10924
(sem assunto)
« Responder #10 em: Abril 20, 2005, 08:53:37 pm »
Citação de: "papatango"
Miguel
Sobre a Opus Dei, falaremos mais tarde.
Já estamos com demasiados tópicos para desancar nos Castelhanos, não vamos criar mais um :mrgreen:
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

*

Normando

  • Perito
  • **
  • 339
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #11 em: Abril 21, 2005, 01:32:34 am »
Eu corroboro as afirmações do Spectral.
"If you don't have losses, you're not doing enough" - Rear Admiral Richard K. Turner
 

*

Sturm

  • 8
  • +0/-0
    • http://olhar.wordpress.com
(sem assunto)
« Responder #12 em: Abril 21, 2005, 03:43:53 pm »
Muita coisa se tem dito deste novo Papa e da sua eleição, eu por sinal acho uma jogade de inteligencia extrema por parte do colégio cardinalissimo.

Imaginem qualquer outro papa, poucos o conheceriam e ia ser um papado que seriam feitos headlines sempre de comparação com o anterior. Neste caso não irá ser feito, pois o Ratzinger é alguem ja por si proprio conhecido, e qualquer coisa de boa que ele fizer, tal como qualquer abertura, será visto com surpresa e alegria, porque nao seria de esperar.

Depois é um homem inteligentissimo, dizem que é o mais inteligente que a Igreja Católica tem, e um academico de varias universidades alemãs. Juntando isto a ser da mesma linha de pensamento que Joao Paulo II (que era um conservador, la por ser um excelente comunicador, diplomata e simpático nao muda isso), e o seu braço direito, nao irão existir grandes rupturas e alterações ao passado recente.

Foi também a voz do Vaticano contra a Guerra do Iraque, inflingindo duras criticas à administração Americana.

Depois é a contradição. Enquanto Perfeito da Congregação da Causa da Fé, mostrou-se como um conservador, tal como o posto exige. No entanto aquando do Concilio Vaticano II foi cotado como um liberal, e que exigia mais liberdades e mudanças do que as foram feitas. Qual destes será o Papa Bento XVI? O teologo reformador, ou o Cardeal conservador?

Não sei, mas este Papa mediatico já é, e pode fazer algumas coisas boas, se o quiser.

Uma incognita, mas nada tão catastrofico como muita gente anda a fazer desta situação.
 

*

Paisano

  • Especialista
  • ****
  • 901
  • Recebeu: 6 vez(es)
  • +1/-0
    • http://defesabrasil.com/forum
(sem assunto)
« Responder #13 em: Abril 21, 2005, 06:34:14 pm »
Ele não tomaria a maracujina*

Fonte: www.tribunadaimprensa.com.br

Citar
Pelas ruas do Leblon, na década de 60, à beira do Jardim de Alá, dois padres caminhavam devagar e conversavam animados. Dois padres, não. Dois bispos, com suas batinas negras e suas cintas e meias vermelhas. Tinham acabado de visitar a Cruzada São Sebastião.

Com sede, entraram no bar Maracujina, mais botequim do que bar, ali para as bandas dos Correios e Telégrafos, pediram água, sentaram-se. Um grupo de alegres e despojados intelectuais curtia o dia de sol e mar azul bebendo meigas batidas de maracujá e falando mal dos governos.

Lucio Rangel, que nascera anjo e tinha a santidade de um conclave inteiro, levantou-se, foi à mesa dos dois bispos e lhes ofereceu e serviu batidas de maracujá. Aceitaram, gostaram, beberam, conversaram, foram embora. Eram o bispo dom Helder Câmara, logo depois arcebispo de Olinda e Recife, e o cardeal italiano Giovanni Montini, logo depois papa Paulo VI.

O cardeal Joseph Ratzinger teria bebido a maracujina de Lucio Rangel?

Será o Benedito?

Não se julga ninguém pela foto. O papa Bento XVI não foi surpresa nenhuma. Cardeal mais antigo do conclave, e por isso o decano, morto João Paulo II, por força do tempo e do posto, assumiu o comando da sucessão. Não foi o secretário de Estado nem o camerlengo. Foi ele. Por direito, era ele.

A Igreja, imperial, filha de Roma, voltou à história. Morre o rei, assume o príncipe herdeiro, o mais velho. Morreu João Paulo II, assumiu Joseph Ratzinger, o príncipe mais antigo, o herdeiro direto. Como no reino dos homens.

Já chegou com dois nomes. Será o Bento? Será o Benedito? Os nomes são um só. Será Bento XVI, homenagem a Bento XV, de cem anos atrás, lá do começo do século passado, já quase perdido na lembrança mundial. Se era para ir tão longe, por que não papa Pedro II? Lula ia pensar que era o nosso.

O DNA

O DNA é um general. Manda, mas nunca é ele só. A infância e a juventude, também. São determinantes na formação humana. Mas não são únicas. Muita gente está com medo do alemão Ratzinger por causa do DNA. Filho de um delegado de polícia, tem influencia mas não tem essa força toda.

Outros têm medo também da juventude dele. Nascido em 1927, em 43, com 16 anos, lutou no exército nazista alemão, integrando uma unidade antiaérea. No ano seguinte, em 44, estava na fronteira austro-húngara construindo barreiras nazistas contra as tropas aliadas: soviéticas, americanas, inglesas.

Em maio de 45 (a guerra acabou em 8 de maio), voltou para Traustein, na sua Baviera, Alemanha, correndo o risco de ser executado ou enforcado em público. Foi feito prisioneiro pelas tropas americanas. Seminário, e padre em 51.

Sem nenhuma (ou com alguma) má vontade, com aquele olhar sempre distante, o sorriso neutro e os olhos assustados, ele lembra muito bispo alemão de filme americano depois da guerra, com todos os não-perdões da época. O que assusta é a televisão, são as fotos. Ele chegou como quem vai embora.

Não parece que está vindo, mas que está indo. Às vezes, lembra João Paulo I, quando todos já sabíamos que ia morrer logo, e ele também.

Mas isso não quer dizer nada. De repente, chega aos 90, 100. Em 91, teve uma hemorragia cerebral. Saiu dela. João Paulo II também tomou um tiro em 81 e durou mais quinze. Vamos rezar é para amansar o perigoso DNA dele. E tudo isso só se vai saber quando ele começar a mandar. Ou desmandar.

Ruy

Em 1876, com 26 anos, Ruy Barbosa, que havia enterrado o pai dois anos antes, enterra a noiva que morreu de tuberculose. Deixa a Bahia, o seu "Diário da Bahia", que dirigia, e o escritório de advocacia, que mal começava, e vem tentar a vida no Rio.

Meses sem trabalho. Resolve começar como os trovões, fazendo barulho por cima. Traduz o livro "O papa e o concílio" (de Doeelinger), uma catilinária de críticas à Igreja, sobretudo à infalibilidade do papa, que estava fazendo o maior alvoroço na Europa. E fez mais. Fez uma introdução valente, brilhante, irrespondível, duas vezes maior e comprovadamente melhor do que a obra original.

A Igreja soube, abriu uma campanha terrível contra "o libelo infame" e impediu a edição. A editora, que havia encomendado a tradução, não pagou e engavetou, não editou. Ruy decidiu editar por conta própria. Pôs na gráfica.

Foi um retumbante fracasso comercial. A maçonaria, acovardada, não ficou com os exemplares pelos quais tinha se comprometido. Anatematizado e caçado pela Igreja, o livro não vendeu. E a gráfica cobrando. Pagou sozinho. A Igreja não excomungou Ruy. Mas ele tinha se tornado um retrato nacional de convicção, coragem e desassombro. Ruy nasceu ali, naquele livro, discutindo a Igreja, o Vaticano, o poder absoluto e imperial do papa.

Ninguém duvide. Tem que haver logo o primeiro milagre de João Paulo II. Se esse Bento XVI continuar como sempre foi, ele não veio para sorrir e fluir, como João Paulo II. Veio para ser "o grande inquisidor". Deus nos acuda.

*Sebastião Nery
As pessoas te pesam? Não as carregue nos ombros. Leva-as no coração. (Dom Hélder Câmara)
_________________
Volta Redonda
_________________
 

*

dremanu

  • Investigador
  • *****
  • 1254
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +7/-18
(sem assunto)
« Responder #14 em: Abril 22, 2005, 01:32:49 am »
Bom, eu estava esperançoso que fosse o Cardeal da India, Ivan Dias, que fosse eleito para ser papa, mas não estou decepcionado com este.

Há que dar chance ao homem! E gostei das suas primeiras palavars..."- Um simples trabalhador na vinha do senhor!". Veio-me à ideia a imagem de um homem tranquilo, que metodicamente e cautelosamente vai pela videira a podar os ramos fracos, e as ervas danihas, de forma a que a mesma se fortaleça.

Então talvez seja esse o objectivo desde papa, fortalecer o enorme ímpeto dado à igreja pelo seu predecessor.

Penso tb que, devido às suas qualidades intelectuais e conhecimentos, é uma boa escolha para servir como contra-voz moral ao discurso público do momento. O mundo ocidental está mais rico materialmente, mas de uma certa forma está mais pobre espiritualmente, algo falta, e é preciso haver alguma voz que faça o mundo refletir nas decisões que são tomadas nas sociadades e que afetam todos nós.

=========================================================

Não estou de acordo em dizer que todos os Alemães são culpados pelos crimes dos Nazis. Tem que se entender um pouco da mentalidade Alemã. É um povo que tem um grande senso de dever cívico, então não é surpreendente que prontamente se prestaram a servir no exército, aliás, provavelmente nem opção tinham naquela altura, ou a Gestapo já os levava presos.

E nem todos os oficiaís da Wehrmacht eram Nazis, ou simpatizantes com o regime. Um dos meus melhores amigos é um Alemão, de uma família vinda da antiga Prussia. O avô dele foi coronel no exército do Rommel, e durante as campanhas de África, desertou com 2000 homens e rendeu-se aos Americanos, precisamente porque não queria servir o regime.    

Os Alemães cometeram um erro, mas não podem ser permanentemente julgados por tal. A Alemanha já existe há secúlos e nunca foi nazi até que apareceu o Hitler, então não é justo pensar que só por se nascer Alemão, já se é, a priori, um Nazi.
"Esta é a ditosa pátria minha amada."