Caiu o governo de Santana Lopes

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« Responder #90 em: Dezembro 15, 2004, 10:51:25 am »
Citação de: "papatango"
Voltemos aos C-130, Pandures, Chaimites e OHP's


Grande Papatango!!!!! :G-beer2:
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Luso

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« Responder #91 em: Dezembro 15, 2004, 12:38:55 pm »
Só para recordar que estamos em:

- Zona: "Área Livre"

- Tópico: "Caiu o Governo de Santana Lopes"

Portanto, Pandures é em "Exércitos/Sistemas de Armas";

Pão Duros é aqui mesmo.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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« Responder #92 em: Dezembro 15, 2004, 04:10:15 pm »
Quem é o Pão Duro? :?
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« Responder #93 em: Dezembro 15, 2004, 05:49:52 pm »
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Quem é o Pão Duro?


O Bagão...
 :wink:
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Tiger22

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« Responder #94 em: Dezembro 19, 2004, 04:14:26 pm »
SIC online: 2004/12/19

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Governo à esquerda
 
Partidos começam a falar em alianças eleitorais.
   
As alianças eleitorais à esquerda já estão a ser desenhadas. O Bloco de Esquerda anunciou que vai dar a mão a um Governo socialista e o PCP também não exclui essa hipótese.
 
Os balões agora são em azul e encarnado, as novas cores do PS, que ontem desceu a Rua de Santa Catarina, no Porto, em ambiente de campanha eleitoral.

No primeiro contacto popular desde que as eleições têm dia marcado, o secretário-geral socialista apelou à participação dos portugueses nas urnas.

José Sócrates ambiciona a maioria absoluta e por isso quantos mais melhor. O secretário-geral do PS apelou ao voto dos portuenses e ainda defendeu que para haver referendo sobre a Europa é necessária uma revisão constitucional.

Mas se os votos não chegarem, o Bloco de Esquerda já anunciou que dará à mão ao PS.

Ontem, Fernando Rosas afirmou que o Bloco de Esquerda quer viabilizar um Governo do PS se este partido vencer as eleições a 20 de Fevereiro.

Ao apresentar as listas para as eleições, o Bloco anunciou que quer duplicar os seus deputados no Parlamento, de três para seis.

E num governo de esquerda, resta saber como se posiciona o PCP que, por enquanto, não diz que sim, nem que não.

Num encontro com militantes do PCP, ontem no Porto, Jerónimo de Sousa disse que ainda é cedo para grandes namoros - primeiro há que conhecer as propostas dos socialistas, os votos e depois logo se vê.
 


Estamos prestes a assistir a uma tragédia para o nosso país.

As pessoas que amamos este país temos que cerrar fileiras e evitar a todo custo que um acontecimento destes acabe com o nosso país.

Todos nós temos responsabilidades que devemos assumir. :Soldado2:

Está nas nossas mãos.
"you're either with us, or you're with the terrorists."
 
-George W. Bush-
 

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Luso

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« Responder #95 em: Dezembro 19, 2004, 04:25:05 pm »
Já souberam daquela do Sócrates querer voltar atrás com a co-incineração?

O pouco de credibilidade que ainda tinha aos meus olhos desapareceu e fica demonstrado que estamos tramados. Venha o Cavaco para pôr um pouco de ordem nesta coisa.
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komet

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« Responder #96 em: Dezembro 19, 2004, 04:52:46 pm »
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Venha o Cavaco para pôr um pouco de ordem nesta coisa.


Ou melhor! O nosso querido D.Sebastião!!! ... (pera lá, este não foi o que fugiu para Itália em vez de ser morto heroicamente em batalha?)...

 :cry:

Avé Maria cheia de graça....
"History is always written by who wins the war..."
 

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Luso

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« Responder #97 em: Dezembro 19, 2004, 08:16:53 pm »
Gostava de apresentar desculpas aos meus companheiros de fórum e à pessoa lesada (Eng.º Sócrates) pelo comentário que fiz acima. O comentário baseia-se numa "notícia" falsa, já que acabo de ver a posição vincada do candidato a primeiro ministro pelo PS no Canal 1. :oops:
Tem uma posição firme e aprecio isso.
Serei mais cuidadoso da próxima vez.
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Tiger22

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« Responder #98 em: Dezembro 19, 2004, 08:19:37 pm »
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Sócrates garante co-incineração com PS no Governo

O secretário-geral do PS, José Sócrates, afirmou hoje que vai haver co-incineração para resolver o problema dos resíduos industriais perigosos, se o seu partido vencer as eleições de 20 de Fevereiro.

"Se o PS for Governo, o país terá co-incineração como resultado da melhor avaliação científica para o tratamento de alguns dos resíduos industriais perigosos", afirmou José Sócrates, em Montalegre, desmentindo assim notícias hoje publicadas que davam conta de que o PS deixava cair a co-incineração.

Sócrates lembrou que, quando o seu partido esteve no Executivo, desenvolveu uma política de ambiente que integrava o projecto da co-incineração e que, quando o actual Governo PSD/CDS-PP chegou ao poder, "acabou com esse projecto".

"Acabou com a co-incineração e o pior é que, ao fim de dois anos e meio, deixou o país sem solução", sublinhou, acrescentando que o actual Governo "deitou fora um projecto apenas porque era dos outros, sem ser capaz de construir nada para o substituir".

De acordo com José Sócrates, se o PS ganhar as eleições "esse problema vai estar resolvido", garantindo que “vai haver co-incineração porque o interesse nacional exige que haja”.

“Nós estamos aqui para resolver o problema e não para o adiar", acrescentou.

http://ultimahora.publico.pt/shownews.asp?id=1211208&idCanal=25

 :amazing:  :amazing:  :amazing:  :amazing:

 :down:

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Co-incineração: presidente de Coimbra preocupado com opção do PS

O presidente da Câmara de Coimbra, Carlos Encarnação, manifestou-se hoje preocupado com a opção do PS de insistir na co-incineração de resíduos industriais, considerando que essa intenção representa um retrocesso em termos ambientais.

"Sempre contestei a co-incineração como método nacional", disse o autarca, sublinhando que já anteriormente, como deputado eleito pelo PSD, se opusera a tal solução.

Carlos Encarnação considera que "ninguém aprendeu com o que se passou" e que se "volta atrás no processo todo" com esta intenção.

O presidente da Câmara de Coimbra afirmou também que é contra uma incineradora de resíduos na região centro, conforme consta do projecto da ERSUC – empresa multimunicipal de tratamento dos resíduos urbanos do litoral centro.

Em relação ao Governo social-democrata ainda em exercício, o autarca elogiou o solução de criar os CIRVER (Centros Integrados de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos), que é apoiada pela associação ambientalista Quercus e hoje foi criticada pelo porta-voz do PS, Pedro Silva Pereira.

Em reacção a uma notícia de hoje do “Diário de Notícias”, que diz que o PS "deixou cair a co-incineração", o porta-voz dos socialistas veio afirmar esse método como "necessário para tratar alguns resíduos industriais perigosos".

José Sócrates, actual líder do PS, quando ministro do Ambiente do Governo socialista, impôs a co-incineração para os resíduos industriais perigosos, escolhendo as cimenteiras de Souselas (Coimbra) e Maceira (Leiria) para a sua queima.

Na altura a solução deu origem a graves divergências no seio dos socialistas, com os deputados do PS eleitos por Coimbra, liderados por Manuel Alegre, a votar contra a solução na Assembleia da República.

Hoje Manuel Alegre, que se encontrava em Nova Iorque quando foi contactado telefonicamente pela Lusa, optou por não comentar a situação, com o argumento de estar distante.

Por seu lado, os líderes socialistas de Coimbra, do órgão concelhio, Luís Vilar, e da federação distrital, Victor Baptista, não afastaram a possibilidade da questão da co-incineração em Souselas se vir a colocar no futuro.

"Coimbra não pode ser maltratada", declarou Luís Vilar, que no passado, enquanto vereador da Câmara de Coimbra, também se opusera à co-incineração adoptada pelo Governo socialista.

Na sua opinião, nessa altura "Coimbra quase ficava a tratar todos os resíduos", e sendo "um problema do todo nacional, tem de ser encarado nessa perspectiva".

"Não podemos dizer que não. Alguma coisa têm de ser feita", observou o presidente da concelhia, defendendo que o método a adoptar para os resíduos seja o que "apresente menores prejuízos para os portugueses".

Por seu turno, o líder da federação distrital, e deputado, Victor Baptista, sustentou que "esse problema, de alguma forma, terá o seu momento".

"Vamos aguardar o programa do Governo" socialista, frisou, observando, ironicamente, que o actual ministro do Ambiente "veio dizer que deixava todos os problemas resolvidos, e nesse caso o PS não têm de se preocupar".


http://ultimahora.publico.pt/shownews.asp?id=1211205&idCanal=97
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papatango

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« Responder #99 em: Dezembro 19, 2004, 09:58:34 pm »
Esta toca-me pessoalmente.
Sendo, por natureza apartidário, acabei de ficar anti-partidário.

Como diria (se não me engano) o Ary dos Santos.

Não sei por onde vou, mas sei que não vou por aí.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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« Responder #100 em: Dezembro 20, 2004, 10:48:47 am »
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Como diria (se não me engano) o Ary dos Santos.

Não sei por onde vou, mas sei que não vou por aí.


Não foi o Pinto da Costa que disse essa???? :twisted:
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Luso

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« Responder #101 em: Dezembro 20, 2004, 01:41:53 pm »
Afinal o diz que diz-se era verdadeiro, mas não vei da boca de Sócrates.
Além disso, Sócrates estará desactualizado face a programas em curso (segundo a Quercus)...
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« Responder #102 em: Dezembro 20, 2004, 08:27:21 pm »
Umas linhas interessantes, retiradas da Grande Loja...

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Neste grupo, anda Marques Bessa, professor do ISCSP e que na semana passada, em entrevista ao O Diabo, aviltrava, perguntado sobre o modo de erradicar a mediocridade da política...


Schumpeter, historiador e ministro da economia austríaco da década de 30, teorizou sobre a mediocridade na política. Seguindo a sua teoria, a mediocridade na política pode ser extinguida( sic) com a despartidarização da política abrindo esta actividade a outros quadrantes da sociedade , movimentos e associações cívicas, estabilizadas e com credibilidade. (...) Schumpeter constatou a dependência das elites das estruturas do Estado dos partidos, prevendo a sua degradação inexorável. Robert Michaels com a sua "Lei de Ferro da Oligarquia" quando tentou encontrar democracia no partido social democrata que investigou, deparou-se com uma forte ditadura partidária que só admitia para os postos-chaves quem muito bem entendia.

A seguir, à pergunta “Reformar o sistema político a fundo seria uma solução?”, o prof. responde...

Uma reforma política profunda poderia dar uma certa saúde à democracia portuguesa, mas isso nenhum partido quer porque trucidaria valores próprios dos partidos. Como reparará, as forças políticas só falam no bem do partido, ou seja, no seu bem próprio, como ganhar as eleições, como explorar as fraquezas alheias, etc. Está errado: deviam pensar o que é que convém ao interesse do país e o que é que podemos fazer mais ou corrigir o que os nossos antecessores fizeram! Mas realmente o que fazem na prática, é ocupar lugares deixados vagos e continuarem na mesma política chã.


Depois de ler isto, apetece colocar estas questões a um Sérgio Sousa Pinto ou a um Marco António... sim, porque a um Marques Mendes, já não valeria sequer a pena.

Vasco Pulido Valente, esta semana, dizia a O Independente algumas coisas sobre o assunto.


Independente- Num artigo que escreveu há pouco tempo enumerava uma série de razões para termos maus políticos. Uma delas explicava que a política pode ser “uma vadiagem reconhecida e glorificada que atrai os piores”. Estava a pensar em termos abstractos ou era um diagnóstico concreto da realidade portuguesa?

Vasco Pulido Valente - Nem uma coisa nem outra. Estava a dar a lista das razões tradicionais que se tem apontado sucessivamente em Portugal, desde que há governos representativos, para termos maus políticos. Uma delas é que a política é uma actividade má que atrai as pessoas más. Malformadas, desonestas, corruptas.

Ind.- Isto vem na sequência de um artigo que Cavaco escreveu no “Expresso” sobre os políticos incompetentes...

VPV- Não, não. O professor Cavaco escreveu sobre os maus políticos portugueses. Essa é uma polémica muito antiga. É uma ideia muito velha que começa com Saint Simon no século XIX e que continua com Comte. Comte foi talvez, até mais que Marx, uma grande influência no pensamento político português. Por um lado, pelo “parti-pris” que tinha com os políticos que o levava a desejar uma sociedade dirigida por tecnocratas. Essa influência também se nota pela crença de que a melhor maneira de desenvolver economicamente uma sociedade é educar as pessoas. São ideias muito antigas e desactualizadas.

Ind.- Vamos por partes. Porque é que um político não precisa de ser um técnico competente?

VPV- O político tem é que ser capaz de gerir as forças sociais de maneira a introduzir certas reformas e ser capaz de escolher as reformas certas. Isso é que é o bom político. Um bom ministro das Obras Públicas não precisa de saber fazer pontes. Precisa de saber se se deve fazer a ponte ou não, onde é que se deve fazer e que espécie de ponte. Depois precisa de saber transmitir às pessoas a necessidade da ponte. Mas não tem que saber como é que se faz a ponte.

Ind.- E porque é que a educação não é fundamental para o desenvolvimento do país?

VPV-Nós temos dezenas de milhares de licenciados no desemprego. E já temos muita gente com mestrados também no desemprego.Uma das principais razões pelas quais temos tão maus resultados no ensino secundário e taxas de abandono tão altas é que a economia não os quer. Claro que a principal causa foi a massificação do ensino.Mas se houvesse mercado eram os próprios alunos que desde muito cedo tinham interesse em qualificar-se.Como não há uma relação visível entre o mercado de trabalho e a educação, esta começa a ser considerada quase desnecessária.

Ind-A solução poderia passar por tornar a educação numa coisa elitista?

VPV- Uma educação completamente democratizada deve ter instituições elitistas. Nunca se pode fazer é aquilo que se fez em Portugal, que foi acabar com todas as instituições de elite. Deixa de haver um metro. E todos os sistemas de ensino precisam de ter um metro.Aquilo a que se chama em Portugal instituições de excelência não o são.Deixámos de ter um metro.Veja, por exemplo, que com tantos constitucionalistas ilustres continua a haver buracos na Constituição e se o primeiro-ministro tivesse abandonado funções, como ele chegou a ponderar com uma irresponsabilidade totalmente devastadora, que sempre foi a dele, aliás, criava-se uma crise constitucional gravíssima.
(...)

Ind- Mas, fazendo parte da elite intelectual portuguesa, não deveria ter um papel de mudança mais activo?

VPV- O problema não é de pessoas mas das instituições políticas portuguesas que promovem a escolha da mediocridade. Os círculos eleitorais actuais são enormes e favorecem a entrada na política das pessoas que querem tratar dos seus negócios. No Parlamento, onde se sentam 230 deputados, bastaria que lá estivessem 50 para funcionar em pleno.Todas as decisões são tomadas pelos chefes dos grupos parlamentares, os outros estão lá para se sentaram e levantarem quando os mandam. Os outros deputados não estão lá para dizer nada e ninguém espera que eles digam nada. Nem sequer sabemos o
nome dessa gente. Esta carreira política que não promove o mérito não atrai e não pode atrair ninguém de qualidade. Isto não é novo: o Eça conta que em algumas casas da burguesia os políticos não eram recebidos porque as senhoras tinham nojo.

Ind.- Foi membro do Governo e deputado. Chegou a ser político?

VPV- Durante o período da Aliança Democrática, em 1978/80, a política era a minha profissão. Em 1995 estive lá durante escassos três meses e meio.
Ind.- Os círculos uninominais seriam uma solução para trazer os melhores para a política?

VPV- As coisas podem ficar ainda pior com um Parlamento cheio de Valentins Loureiros e de Avelinos Ferreira Torres,mas nesta República já percebemos que os que lá estão não servem; então, vamos experimentar outros. Os círculos uninominais põem as pessoas mais à prova e permitem que se assumam mais responsabilidades. Penso, por outro lado, que só membros eleitos dos partidos deviam eleger o respectivo chefe porque só eles têm responsabilidades perante o povo.Os delegados dos partidos são eleitos por pequenas maiorias que não representam ninguém e não têm qualquer responsabilidade perante o eleitorado. Estão lá para decidir que empreiteiro constrói a escola e a rotunda.As pessoas são eleitas chefes por serem as melhores segundo a máquina partidária e mais susceptíveis de ganhar as eleições. Não são os melhores que são escolhidos para defender os interesses do país e esta situação repele as outras pessoas a entrarem na política.
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Tiger22

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« Responder #103 em: Dezembro 29, 2004, 03:11:42 am »
DN: Opinião, 2004/12/29

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A atracção do abismo


Vasco Graça Moura

Escritor. Eurodeputado  
 
Passaram bem poucas semanas e já deu para se ver. O PS anda numa roda viva e desmultiplica-se em iniciativas, comícios, jantares, cerimoniais, declarações, artigos de imprensa, promessas à queima-roupa, disparadas em todas as direcções.

Mas o PS não tem nada de novo nem de construtivo a propor. Vive da nostalgia macabra do despesismo-guterrismo e tudo o que sabe fazer é saracotear-se a olhar para trás. Criou o caos e propõe-se preparar alegremente o regresso ao caos. Aplicou o laxismo e não deseja a consolidação orçamental. Estimulou o consumismo e o endividamento desenfreados e volta a acenar aos portugueses com essas aliciantes perspectivas. Usou a demagogia de 1995 a 2001 e quer repetir a receita dez anos depois. Para isso, prometerá tudo o que lhe convier em matéria de bodo aos pobres e de engodo à classe média.

Os tempos não vão nada fáceis. Em seis anos de Governo, o PS abriu um buraco que tardará muito a colmatar.

E entretanto, a economia tarda em arrancar, o desemprego tarda em diminuir, a contenção do défice continua a ser problemática, a política anda numa grande e agravada confusão, o País está pouco ou nada motivado, a idade de ouro das ajudas europeias já lá vai.

Portugal não se sente preparado para desafios e ainda menos para sacrifícios. Não saiu da fase mendicante, em que tudo se espera e exige do Estado, não compreende os parâmetros com que se tem de lidar para escapar ao marasmo, não tem ganas, nem empenhamento, nem imaginação, nem criatividade para enfrentar o futuro, não dispõe de instrução, nem de formação profissional, nem de qualificações para ser internacionalmente competitivo. Não consegue ultrapassar um conjunto mórbido de corporativismos estanques, conservadores e sobretudo refractários a reformas.

Com uma significativa ajuda do PS, que admitiu 65 mil funcionários naqueles seis anos, Portugal tornou-se a pátria imobilista da função pública. Se há perto de 700 mil funcionários públicos, e estes têm famílias que deles dependem, não será exagero calcular em perto de três milhões de portugueses, ou seja, quase um terço da população, os que são directamente sustentados mediante recursos do Estado e aspiram sempre a ver mais uns membros da família bafejados com a mesma sorte curricular e garantida.

Sem contar com toda a fauna também exaltadamente patriótica que povoa muitos outros sectores, desde o outrora chamado rendimento mínimo garantido até aos subsídios para a cultura, passando pelas inúmeras empresas que não pagam impostos, e que crocita, gravita e volita em torno dos recursos do Estado.

O povo português não compreende, criticamente, as causas da mediocridade nacional em que se afundou, nem aceita quaisquer medidas sérias que visem tirá-lo dessa condição menor, nem equaciona os horizontes, preocupantes para um país pequeno, pobre, obsoleto, de funcionários e dependentes públicos, da competitividade internacional e intercontinental.

O PS joga nisso tudo. Propõe um mundo de facilidades que não existem, uma abertura de torneiras jorrando uma falsa abundância que não leva a lado nenhum, a restauração da navegação à vista - ao sabor das solicitações e das promessas mais contraditórias -, o aumento da despesa e do descalabro a todos os níveis, à custa do erário público.

Abyssus abyssum invocat. O PS espera que o País sinta a tentação e as sinergias do abismo. Já deu para ver. Todos os ademanes de José Sócrates vão nessa direcção.
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« Responder #104 em: Dezembro 29, 2004, 03:20:57 pm »
Aí está tudo o que havia para dizer caro Tiger22...

Daqui a uns anos  provavelmente as nossas refeições serão racionadas, todo e qualquer subsídio será estagnado, e o petróleo estará reservado para fins energéticos e de estado... o futuro não agoira nada de bom
"History is always written by who wins the war..."