A questão dos circulos uninominais é uma falsa questão.
Os problema dos circulos uninominais, são vários.
A população varia de circulo para circulo, entre eleições. O resultado, é que se torna necessário rever os circulos de uma eleição para a outra, porque entretanto um determinado circulo eleitoral passou a ter menos eleitores que o minimo para eleger deputados.
No Reino Unido, têm este tipo de problema, porque há circunscrições, que estão a eleger um deputado, com um terço dos votos de outras circunscrições.
Depois, os circulos uninominais são uma subversão do principio da proporcionalidade.
Além disso, os circulos uninominais são uma forma de as "Máfias" das distritais, dos principais partidos continuarem a decidir pelos eleitores. Ou seja, um partido pode impor um candidato (mesmo que seja um reconhecido imbecil) e o eleitorado, para votar no partido X ou Y, tem que votar no unico deputado apresentado por aquele partido.
Há um outro sistema, ao qual as distritais e as concelhias do PS e do PSD têm, na sua maioria um ódio de morte.
Esse sistema não necessita sequer de uma alteração á constituição, garante a regra da proporcionalidade, utiliza o método de Hondt (que está na constituição), mantém os mesmos circulos eleitorais (se assim for julgado conveniente).
Chama-se sistema de listas abertas.
Nesse sistema, nós votamos no partido, e depois, votamos também num deputado desse partido (se quisermos, claro).
Quando acaba a eleição, contam-se os votos de cada partido, e atribuem-se deputados, conforme o método de Hondt (exactamente como agora).
Depois - aí é que está a diferença - os deputados são eleitos NÃO PELA ORDEM DA LISTA, NORMALMENTE IMPOSTA PELA "MAFIA" DA DISTRITAL, mas pela ordem dos votos que os deputados (de cada partido) receberam.
Escusado será dizer, que as distritais do PS e do PSD, que costumam "cozinhar as listas, para decidir quem é que fica em lugar elegivel, odeiam este sistema, porque ele lhes retira o direito de escolher quem é que é eleito.
Deixar o povo escolher os seus representantes, para estas organizações corporativas neo-salazaristas, é um crime de Lesa-Partido.
O sistema de listas abertas, implicaria uma eleição dentro de cada partido, e isso implicaria que ficariamos a ver o tipo de gente que cada partido alberga. Se para a câmara de Matosinhos, as "Máfias" do PS, chegaram ao ponto de contratar jagunços para dar porrada uns nos outros, em plena campanha eleitoral, imagine-se o que não acontecerá um dia que o sistema seja diferente.
O problema, é que a instituição de um sistema como estes, implica a existência de mecanismos legais para controlar os desvios dos deputados eleitos, nomeadamente, na tentativa de transformarem a A.R. numa praça de troca de favores.
Isto acontece quando gente como o deputado limiano (a.k.a. deputado do queijo) conseguisse ser eleita. Porque embora sejam eleitos pelos distritos, os deputados são deputados de todos os portugueses e não deputados da região pela qual são eleitos.
De qualquer forma, pesando os prós e os contras, acredito mesmo assim, que o sistema de listas abertas será melhor que o actual. A principal razão:
Provocaría a revolução que é necessária na vida politica portuguesa. O golpe de estado de que falou o Mario Soares.
Cumprimentos