Penso que devíamos aproveitar e também abordarmos o "elefante no meio da sala", ou seja, que as legislativas de 18 de Maio podem não trazer de novo uma solução governativa estável, com todas as incertezas que isso irá acarretar. Fazendo fé nas mais recentes sondagens - que todavia falharam de forma espetacular ao não preverem a maioria absoluta do Costa -, o próximo parlamento pouco ou nada mudará face à sua composição atual, e isso será sempre um entrave óbvio à persecução de políticas de longo prazo, fundamentais para a Defesa Nacional. E de caso em caso, de orçamento em orçamento, pode ser uma questão de tempo até sermos chamados de novo a sufragar um executivo. Espero que não.
O cenário internacional não se compadece que andemos aqui aos soluços constantemente, nem tão pouco aumenta a confiança a nível interno e externo. Não falo numa solução como um bloco central, que me parece hoje em dia impossível, mas mais do que nunca é necessário que os principais partidos cheguem a um consenso para um pacto de regime no que diz respeito à Defesa, às necessidades das Forças Armadas, e às nossas obrigações e responsabilidades com as várias organizações a que pertencemos. O tempo de agir é agora, e até já vai um pouco tarde no caso de Portugal.