Preparar as FA para um conflito no curto prazo

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #480 em: Abril 01, 2025, 01:48:57 pm »
Os discursos ao vivo foram grande treta honestamente, mas prontos isso sou eu :)

Do que está transcrito do discurso do Montenegro, varia entre propaganda pura a quantidades copiosas de hopium. Ou seja, o normal de um político a discursar.
Há ali algumas factualidades pelo meio, mas são a exceção.
 

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P44

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #481 em: Abril 01, 2025, 01:55:58 pm »
Os discursos ao vivo foram grande treta honestamente, mas prontos isso sou eu :)

E dia 1 de abril
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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dc

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #482 em: Abril 02, 2025, 02:05:17 am »
Eu acabo por ter curiosidade em saber o que as nossas chefias políticas e militares estão à espera que aconteça com um evento destes. Estão à espera que as empresas invistam na nossa indústria, assim do nada por iniciativa própria?

O que as empresas querem, é que se compre os seus produtos, e só com a perspectiva de uma aquisição, é que vão investir no país criando unidades de produção de alguma coisa.

Para programas multinacionais, também é preciso tomar a iniciativa, e entrar neles, não é ficar à espera de um convite.

A nossa Defesa tem diversas urgências, no entanto nada se decide durante anos. Ninguém é capaz de estruturar um plano, que sirva de base para perceber que programas devemos esperar envolvimento da indústria nacional, e em que programas isto não faz sentido acontecer (por questões financeiras, por não haver mercado interno, por ser um programa demasiado urgente).

Depois de perceber que programas são demasiado urgentes para tentar envolver a indústria nacional (e avançar com eles de uma vez por todas), podemos olhar para o resto e nesses simples ter uma ligação com a nossa indústria.

Podíamos investir na construção naval, começando por fragatas. Podíamos produzir lanchas CB-90 para os Fuzos.

Podíamos, mediante a compra dos RapidRanger necessários para as unidades ligeiras, negociar a produção nacional dos mísseis LMM.

Podíamos, mediante a compea de Skyranger 30 para a BringInt e BrigMec, incluir no negócio a produção das respectivas munições de 30mm em Portugal, e integrar os LMM.

Podíamos, perante uma aquisição de 5 ou 6 baterias IRIS-T SLM, negociar a produção nacional dos lançadores e/ou mísseis - e estudar junto com o fabricante, uma versão modular naval (contentorizada) deste sistema (com testes em NPOs).

Podíamos entrar no projecto EuroDrone, para produzir partes da aeronave.

Entrar no programa A321MPA, trazendo para Portugal parte da produção da aeronave. Quiçá aproveitar a deixa, para uma hipotética versão ELINT da mesma aeronave, ou mesmo AEW.

Procurar produzir determinados tipos de munições, seja para armas ligeiras, seja armamento "complexo" para navios/aeronaves, seja o que for, desde que faça sentido para nós e em termos de mercado externo.

Isto são exemplos de cabeça. Não faltarão boas ideias. Agora não fazer aquisições nenhumas, e ficar sentado à espera que as empresas espetem fábricas em Portugal, é que me parece absurdo.
 
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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #483 em: Abril 02, 2025, 04:22:52 am »
A insistência no NAVPOL, brinquedo a custar 400M, continua a ser absurda.

Quase tão absurda como a não inclusão de baterias MRAD, uma prioridade clara.

A substituição das Pandur tão cedo parece-me absurda, e com custos estupidamente elevados - enquanto a BrigMec continua na m*rda com M-113.

Apenas 1 submarino adicional, implica que seria criada uma classe diferente para um único submarino, já que este seria forçosamente diferente dos nossos U-214. 2 ainda justificava - cancelando o NAVPOL, estaríamos a 200M de distância de conseguir 2 submarimos em vez de 1.

Continuar a adiar a substituição das fragatas, particularmente das VdG, para 2035 é absurdo.

O problema da Defesa em Portugal é este. Mesmo que haja dinheiro, a tomada de decisão deixa muito a desejar. Estourar 2000M na substituição dos Pandur, que é um meio relativamente moderno, em vez de se investir na substituição dos meios obsoletos, é algo que me ultrapassa. Achar que o NAVPOL tem uso militar numa Marinha sem capacidade de o escoltar, é apenas cómico.

Again
Não é oficial e o orçamento é bem maus reduzido

É uma ideia apresentada apenas. Por ser uma ideia apresentada, pode e deve ser desconstruída antes de avançar para a tomada de decisão.

se o NAVPOL, fosse o damen XO 131 A este acho cabia na nossa marinha como um navio anfibio que pode ser configurado para ASW



Armamento conta com  1 x 127mm gun, 2 x 35mm Millennium gun, 2 x 12.7mm
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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #484 em: Abril 02, 2025, 11:22:28 am »
Eu acabo por ter curiosidade em saber o que as nossas chefias políticas e militares estão à espera que aconteça com um evento destes. Estão à espera que as empresas invistam na nossa indústria, assim do nada por iniciativa própria?

O que as empresas querem, é que se compre os seus produtos, e só com a perspectiva de uma aquisição, é que vão investir no país criando unidades de produção de alguma coisa.

Para programas multinacionais, também é preciso tomar a iniciativa, e entrar neles, não é ficar à espera de um convite.

Para isso precisas de um Governo em funções e com "estabilidade" para se preocupar com o médio prazo; e compras com um mínimo de significado (ie a compra dos "RapidRanger" é demasiado pequena e a Thales até já cá tem presença muito acima da média). Ter ramos das Forças Armadas com vontade disso e planos também ajuda... e aí a Marinha - e o Gouveia e Melo - tentou pelo menos mostrar algo.

Se o novo Governo a sair das eleições não tiver logo problemas no fim do ano (aprovar orçamento) talvez as coisas comecem andar... agora deve estar tudo parado (ainda mais).   
« Última modificação: Abril 02, 2025, 11:48:42 am por LM »
Quidquid latine dictum sit, altum videtur
 

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #485 em: Abril 02, 2025, 11:43:17 am »
6 Fragatas novas e mísseis/torpedos em quantidade.
2 submarinos novos e torpedos em quantidade.
Sistemas de Lançamento Múltiplo de Foguetes
Sistemas VShorad
Sistemas MShorad
Sistemas medidas defensivas eletrónicas
Novos sistemas ACar apeados e montados
F-16 block 70/72 e misseis para as variadas missões em quantidade
Sistemas de Alerta Aéreo Antecipado e Controle
Sistemas de reabastecimento aéreo
Aquisição de UAV/UCAV em quantidade (nacionais onde for possível)

Se "só" isto fosse feito, com competência , visão estratégica e interconectividade entre os 3 ramos... Seria um salto quântico para as nossas FA.
Continuaríamos a precisar de mais efetivos, mas são outros 500.
 
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Malagueta

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #486 em: Abril 02, 2025, 01:18:39 pm »
Este evento teve algumas virtudes

deixo mais esta artigo, a parte que sublinho, nomeadamente Urovesa, trabalhava com tantos fornecedores portugueses-

Uma nota será que o iniciar da jacinto no mercado da defesa, vem de ja ser subcontrata pela  urovesa?

https://www.dn.pt/economia/fabricantes-mundiais-veem-oportunidades-na-ind%C3%BAstria-de-defesa-nacional

Citar
Fabricantes mundiais veem oportunidades na indústria de Defesa nacional
"Precisamos mesmo de acelerar. E cada empresa tem de pensar: qual é a minha parte nisto? Em que posso contribuir?", avisou o representante da gigante alemã Rheinmetall.

Para o chefe de Estado-Maior do Exército, a modernização das Forças Armadas portuguesas passa por um "modelo virtuoso" que junte grandes players internacionais da indústria da Defesa com empresas portuguesas que possam agregar-se e acrescentar valor a este setor. Por isso, a Conferência Land Defence Industry Day, que se realizou esta segunda-feira no quartel da Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia, abriu-se também a representates de alguns dos grandes fabricantes internacionais que operam na indústria, precisamente com o intuito de promover o contacto com empresas nacionais, como anunciara ao DN o general Mendes Ferrão.

No terceiro painel da conferência, representantes da alemã Rheinmetall, da espanhola Urovesa e da subsidiária europeia da General Dynamics expuseram a uma plateia recheada de potenciais interessados as características que procuram nas parcerias com outras empresas.

Eduardo Martinez, da gigante alemã Rheinmetall, que será um dos motores do grande reforço do investimento germânico na Defesa, salientou as novas condições impostas ao mercado: "rapidez, adaptação e disponibilidade". "Significa isto que não temos dez anos para o desenvolvimento e produção de novos sistemas, porque agora estamos em contexto de conflito e precisamos dos veículos amanhã. Portanto, não temos dez anos para desenvolver e fazer alguma coisa. Temos três a quatro anos", sublinhou.

Esta necessidade imediata de resposta face às ameaças geopolíticas leva a uma chamada à ação de mais empresas, tanto do setor da Defesa como de indústrias conexas ou outras que possam ver aqui uma oportunidade de requalificação. "Precisamos mesmo de acelerar. Temos de ver o que está disponível no mercado, o que está quase desenvolvido e o que se adapta a cada exército. E depois cada empresa tem de pensar: qual é a minha parte nisto? O que posso contribuir para que isto exista?", descreveu Martinez, lembrando a lição clássica de "um importante empresário americano, que sempre disse: nunca se perde uma crise". "Acho que estamos em crise, mas há sempre oportunidades para todos nós", reforçou.

Da espanhola Urovesa, que nos últimos anos forneceu ao Exército português 139 unidades do seu veículo militar mais comercializado, o VAMTAC - uma viatura ligeira tática blindada - chegou o exemplo de uma ligação já bem sucedida com a indústria da Defesa nacional. Além do contrato com o Exército em 2018, cujo valor final rondou os 60 milhões de euros, Justo Sierra, CEO da empresa galega, lembrou a cadeia de empresas portuguesas com as quais a Urovesa já trabalha, como a EID, a Rodasa, a Jacinto (subcontratadas), a LTA (parceiro tecnológico), a Beyond Composite, a Sunviauto ou a Rosc (fornecedores). E salientou o "valor técnico e tecnológico" que as empresas portuguesas aportam à cadeia de produção da Urovesa, num "salto qualitativo evidente" em relação à "imagem passada que em Espanha se tinha da indústria portuguesa".

Por fim, o austríaco Bernd Godovits, representante da General Dynamics, que tem cerca de 4500 fornecedores em toda a Europa, 3000 empregados e 45 clientes, 20 dos quais países da NATO/UE. Entre eles Portugal: a fabricante fornece ao Exército português os veículos Pandur. Godovits reforçou a importância acrescida da "colaboração industrial" e do "trabalho em conjunto" nesta nova era de reforço do setor da Defesa europeia definido como prioritário por Bruxelas.

« Última modificação: Abril 02, 2025, 02:47:40 pm por Malagueta »
 
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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #487 em: Abril 03, 2025, 12:14:35 am »
A insistência no NAVPOL, brinquedo a custar 400M, continua a ser absurda.

Quase tão absurda como a não inclusão de baterias MRAD, uma prioridade clara.

A substituição das Pandur tão cedo parece-me absurda, e com custos estupidamente elevados - enquanto a BrigMec continua na m*rda com M-113.

Apenas 1 submarino adicional, implica que seria criada uma classe diferente para um único submarino, já que este seria forçosamente diferente dos nossos U-214. 2 ainda justificava - cancelando o NAVPOL, estaríamos a 200M de distância de conseguir 2 submarimos em vez de 1.

Continuar a adiar a substituição das fragatas, particularmente das VdG, para 2035 é absurdo.

O problema da Defesa em Portugal é este. Mesmo que haja dinheiro, a tomada de decisão deixa muito a desejar. Estourar 2000M na substituição dos Pandur, que é um meio relativamente moderno, em vez de se investir na substituição dos meios obsoletos, é algo que me ultrapassa. Achar que o NAVPOL tem uso militar numa Marinha sem capacidade de o escoltar, é apenas cómico.

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É uma ideia apresentada apenas. Por ser uma ideia apresentada, pode e deve ser desconstruída antes de avançar para a tomada de decisão.

se o NAVPOL, fosse o damen XO 131 A este acho cabia na nossa marinha como um navio anfibio que pode ser configurado para ASW



Armamento conta com  1 x 127mm gun, 2 x 35mm Millennium gun, 2 x 12.7mm
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Até a versao logística do XO 131 cumpria esse propósito, com menos armas/menor custo.
Com dimensões à medida da doca em Viana, e boas relações com a Damen, já vi coisas mais mirabolantes a avançar.
 

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miguelbud

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #489 em: Abril 04, 2025, 12:21:09 am »
Rangel pede acordo de regime para antecipar ainda mais meta de 2% do PIB em Defesa
https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/rangel-pede-acordo-de-regime-para-antecipar-ainda-mais-meta-de-2-do-pib-em-defesa/?utm_source=SAPO_HP&utm_medium=web&utm_campaign=destaques
A pressão cada vez é maior estão a ficar apertados, é óbvio que terá de ser antecipado a meta dos 2% para 2026 e que o mais provável é que terá de ser 2.5% a 3% futuramente, é óbvio que ninguém quer dar o esse passo sem ter concordância total dos principais partidos para que isso não seja usado como arma para perderem votos. Ainda não perceberam que neste momento o investimento na defesa é visto como algo absolutamente necessário pela grande maioria da população e que neste momento isso não acarreta perda de votos, desde a guerra, a chegada de Trump ao poder e o constante alarmismo que vê na TV no que respeita á defesa da Europa mudou completamente a visão da população em relação ao investimento na defesa.
 

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #490 em: Abril 04, 2025, 12:34:11 am »
se o NAVPOL, fosse o damen XO 131 A este acho cabia na nossa marinha como um navio anfibio que pode ser configurado para ASW



Armamento conta com  1 x 127mm gun, 2 x 35mm Millennium gun, 2 x 12.7mm
RC Force Protection, 2 x SRBOC and 2 x SIMBAD

Desde que não substituísse fragatas, e funcionasse opcionalmente como navio logístico com capacidade de fazer ASW. E certamente não teria o canhão de 127mm, que é bastante caro.

Mas mesmo assim, continua a ser dinheiro em mais um meio logístico, numa Marinha que tem falta de meios de combate. Daí que a compra de 3 na versão 139CF pelo menos permitia o colmatar 2 lacunas.

Para isso precisas de um Governo em funções e com "estabilidade" para se preocupar com o médio prazo; e compras com um mínimo de significado (ie a compra dos "RapidRanger" é demasiado pequena e a Thales até já cá tem presença muito acima da média). Ter ramos das Forças Armadas com vontade disso e planos também ajuda... e aí a Marinha - e o Gouveia e Melo - tentou pelo menos mostrar algo.

Se o novo Governo a sair das eleições não tiver logo problemas no fim do ano (aprovar orçamento) talvez as coisas comecem andar... agora deve estar tudo parado (ainda mais).   

Mas também acho que as FA têm culpa aqui. Ninguém consegue apresentar ideias aos governantes, para tentar obter resultados. Ninguém na Marinha apresentou a ideia de encomendar fragatas a curto prazo, e nesse programa incluir remodelações no Alfeite + antiga Lisnave? Ou até associar a privatização do Alfeite, com uma encomenda de fragatas? Ou o Exército propor a produção dos mísseis LMM em portugal como parte da compra de RapidRanger adicionais?

Existem ideias que não exigem uma mega estabilidade governamental, apenas exigem força de vontade e um plano coerente.
 

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Charlie Jaguar

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #491 em: Abril 11, 2025, 10:58:34 am »
Já tardava...

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NATO agrava défice português em 4,7 mil milhões de euros e dívida em 8,5 mil milhões nos próximos 4 anos

Em 2024, Portugal gastou 1,5% do PIB na defesa, mas meta dos aliados exige 2% em 2029. Governo promete antecipar objetivo. Impacto "afeta sustentabilidade” da dívida, diz o CFP.

Luís Reis Ribeiro
Publicado a: 11 Abr 2025, 07:34

O esforço que Portugal (os contribuintes) terá de fazer para atingir a nova meta da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), para os gastos militares, para subir a sua despesa anual dos atuais 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2%, deverá ter custo muito significativo para os portugueses e traduzir-se num agravamento bastante cavado do défice público e da dívida. De acordo com cálculos do DN/Dinheiro Vivo a partir de novos dados do Conselho das Finanças Públicas (CFP) que constam do estudo divulgado esta quinta-feira, estamos a falar numa carga de mais 4,7 mil milhões de euros sobre os contribuintes no saldo orçamental (défice) e de mais 8,5 mil milhões de euros na dívida que irá ser acumulada no período de 2026 a 2029.

A meta da NATO de 2% do PIB para a Defesa implica Portugal gastar 6 mil milhões de euros, anualmente. Em 2029, este valor, calculado em função do Produto Interno Bruto (PIB) nominal, já com a inflação projetada, deve equivaler a 7 mil milhões. A pressão para cumprir a meta de 2% da NATO deve gerar um prejuízo acumulado para o saldo orçamental (alimentando assim o défice que se prevê reaparecer a partir de 2026, inclusive) na ordem dos 1,4% do PIB nos próximos quatro anos (2026 a 2029).

Admitindo os valores do CFP para o PIB nominal em cada um desses anos, significa que o custo adicional acumulado imposto pela NATO - agora por causa das guerras em curso e dos riscos de agressão cada vez maiores, mas também por causa da pressão elevada que tem vindo do maior membro da aliança, os EUA, para que os europeus gastem mais em armas e tropas - vai ultrapassar os 4,7 mil milhões de euros no período de quatro anos considerado (até 2029 inclusive). Na dívida, a mesma coisa. O rácio vai subir todos os anos e cada vez mais até 2029 por conta do reforço exigido para se chegar aos 2% da NATO. Isto traduz-se numa subida acumulada do peso da dívida de 2,5% do PIB, isto, é mais 8,5 mil milhões de euros que ficam para as gerações futuras pagarem aos credores internacionais por conta dos planos militares atuais.


Défice regressa

O excedente orçamental público deverá desaparecer de vez este ano, mas as contas públicas portuguesas deverão, ainda assim, manter-se em equilíbrio, isto é, o saldo final ficam em 0% do PIB, prevê o CFP. Depois o défice regressa e um dos novos fatores de pressão negativa sobre o saldo público será a despesa militar, que agravará o défice e a dívida de forma significativa e permanente, como referido.

Ainda sem computar os efeitos das políticas destrutivas de Donald Trump nas tarifas (e num cenário de políticas invariantes, isto é, sem novas medidas além das que hoje vigoram), o CFP acrescenta que Portugal regressará aos défices públicos já em 2026 e que as contas públicas permanecerão deficitárias daí em diante. No novo estudo Perspetivas Económicas e Orçamentais 2025-2029, a entidade que avalia a qualidade das finanças portuguesas, presidida por Nazaré da Costa Cabral, revê ainda o crescimento deste ano em baixa ligeira. Portugal vai crescer menos este ano do que o esperado há seis meses, 2,2% em vez de 2,4%.

Mais Defesa, mais despesa

“Para 2025 projeta-se um saldo orçamental equilibrado (0% do PIB), embora a projeção seja sensível a alguns fatores como o grau de execução do investimento público, dos empréstimos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e evolução dos impostos diretos, em particular do IRS, e da utilização de mecanismos de contenção orçamental, pelo que não se pode excluir a possibilidade de um ligeiro excedente orçamental”, mas a partir de 2026 “aponta-se para o regresso a uma situação de défices orçamentais”, refere.

O CFP decidiu estimar o impacto no saldo orçamental e na dívida pública (em contas nacionais, o que é relevante para o Pacto de Estabilidade) que decorre da “concretização da meta de gasto de 2% do PIB em despesas em Defesa”, isto é, do adicional de gastos que terá de ser cumprido todos os anos. No final do ano passado, o rácio português estava nos 1,5%, mas com a ascensão de Donald Trump ao poder nos EUA e a pressão crescente que tem feito sobre os aliados da NATO (para estes gastarem muito mais), até aquela meta de 2% está cada vez mais a prazo e vai, muito provavelmente, ter de subir para um rácio de gastos militares na ordem dos 3% do PIB ou mais ao ano, por país.

“Portugal é dos países da UE que apresenta gastos relativos em defesa mais baixos. No ano de 2024, estes corresponderam a 1,5% do PIB, um montante insuficiente face aos compromissos assumidos no âmbito na NATO em 2014”, repara o CFP, que no entanto alerta para “o impacto que esta despesa [reforço] terá na evolução do saldo orçamental e da dívida pública, afetando a sua sustentabilidade”.




https://www.dn.pt/economia/nato-agrava-d%C3%A9fice-portugu%C3%AAs-em-47-mil-milh%C3%B5es-de-euros-e-d%C3%ADvida-em-85-mil-milh%C3%B5es-nos-pr%C3%B3ximos-4-anos
Saudações Aeronáuticas,
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"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
DE NADA A FORTE GENTE SE TEMIA
"

Luís Vaz de Camões (Os Lusíadas, Canto I - Estrofe 97)
 
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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #492 em: Abril 11, 2025, 02:29:31 pm »
Já começa o choro.

Alguém que lhes diga que 1/3 daqueles 1,5%, é gasto com a GNR.

Obras públicas megalómanas é que não contam para o défice.
 

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #493 em: Abril 11, 2025, 04:32:18 pm »
Já tardava...

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NATO agrava défice português em 4,7 mil milhões de euros e dívida em 8,5 mil milhões nos próximos 4 anos

Em 2024, Portugal gastou 1,5% do PIB na defesa, mas meta dos aliados exige 2% em 2029. Governo promete antecipar objetivo. Impacto "afeta sustentabilidade” da dívida, diz o CFP.
O Ministro das Finanças desmente os déficites, mesmo a contar com o expectável investimento na Defesa:

Governo confia em excedentes este ano e nos próximos apesar de incerteza

Apesar de as instituições nacionais de referência estarem a apontar para a entrada em défice, Miranda Sarmento confia que crescimento suportará novos excedentes.



O Governo desvalorizou esta sexta-feira a previsão de saldo orçamental nulo para este ano e um regresso aos défices em 2026 do Conselho de Finanças Públicas (CFP), apontando estar "confortável" e "confiante" em excedentes neste e nos próximos anos.

"Estamos confortáveis, [mas] naturalmente atentos. Naturalmente, a incerteza sobre a economia gera maior dificuldade, mas com crescimentos na ordem dos 2% [doPIB], que é também a projeção do Conselho de Finanças Públicas e a projeção de todas as entidades que seguem a economia portuguesa, nós estamos confiantes que manteremos superávites nos próximos anos", disse o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, à margem da reunião informal do Eurogrupo, em Varsóvia.

Um dia após o CFP ter previsto um saldo orçamental equilibrado este ano e o regresso a uma situação de défices orçamentais a partir de 2026, o governante reagiu: "Posso garantir que, com estas condições económicas, com a informação que temos hoje, nós projetamos excedentes orçamentais para os próximos anos".

"E recordo que em outubro nós entregámos um plano orçamental médio prazo a Bruxelas, [...] que prevê superávites nos próximos anos -- menos em 2026, é verdade, por causa do efeito dos empréstimos PRR --, mas prevê superávites nos próximos anos e prevê um crescimento da despesa líquida primária dentro daquilo que era o teto assumido pela Comissão Europeia", elencou ainda Joaquim Miranda Sarmento.

Na quinta-feira, o CFP também anteviu que a economia portuguesa cresça 2,2% em 2025, revendo em baixa as projeções feitas em setembro.

Sobre esta questão, o ministro das Finanças lembrou as projeções "robustas" do Governo, mas admitiu que, "naturalmente a incerteza internacional prejudica as previsões de crescimento e as decisões dos agentes económicos".

"Nós estamos muito comprometidos em manter o equilíbrio das contas públicas. Superámos as expectativas em 2024, temos uma posição orçamental robusta em 2025 e temos confiança que, obviamente, com o crescimento económico de 2% ou até acima de 2% as contas públicas continuarão equilibradas", concluiu.

No Orçamento do Estado para este ano, o Governo estimou um excedente orçamental de 0,3% do PIB em 2025 e de 0,1% do PIB no ano seguinte.

Em 2024, Portugal registou um excedente de 0,7% do PIB, superando a previsão de 0,4%.

Segundo dados divulgados na quinta-feira, o Conselho de Finanças Públicas antecipa um défice orçamental de 1% do PIB em 2026 devido ao impacto de medidas aprovadas, como o IRS Jovem.

Também o Banco de Portugal já veio prever um défice orçamental de 1% do PIB em 2026, assentando esta estimativa num aumento da despesa pública.

Por seu lado, o Governo tem vindo a garantir que mantém o compromisso com o equilíbrio orçamental, desvalorizando previsões de défice.

As previsões macroeconómicas estão a ser influenciadas por uma combinação de fatores, incluindo as políticas protecionistas dos Estados Unidos devido à imposição de tarifas elevadas, que têm desencadeado tensões comerciais e instabilidade nos mercados financeiros, com receios de desaceleração económica e inflação persistente.

https://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/governo-confia-em-excedentes-este-ano-e-nos-proximos-apesar-de-incerteza
« Última modificação: Abril 11, 2025, 04:32:47 pm por Viajante »
 

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legionario

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Re: Preparar as FA para um conflito no curto prazo
« Responder #494 em: Abril 11, 2025, 09:41:53 pm »
Ainda se pode ter esperança numa normalização das relações com os EUA mas se assim não fôr iremos assistir a um grande salto em frente na criação de um Corpo de Defesa europeu.
Teremos sempre uma Guarda Nacional claro mas o essencial da defesa será da competência da UE...ou acham que Bruxelas vai entrar com dinheiro para compras militares e não vai mandar nada quanto à organização, comando e atribuições do destino do investimento ?

Estou a pensar em criar um tópico intitulado : " A Guarda Nacional portuguesa, equipamentos", ...os colegas achariam este tópico pertinente ?
« Última modificação: Abril 11, 2025, 09:43:51 pm por legionario »
"De joelhos diante de Deus, de pé diante dos homens"
António Ferreira Gomes, bispo