Dívida Pública

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Dívida Pública
« em: Abril 22, 2024, 04:55:35 pm »
Iniciei um novo tópico, porque não encontrei, nos 21 separadores relacionados com a economia nacional, nenhum tema que referisse apenas a Dívida Pública, sem outros considerandos que datam os posts.

Todos os governos usam a Dívida pública como arma de arremesso que o mais incauto aceita como verdade sem saber contrapor!
Fala-se na redução da dívida, quando apenas diminui em percentagem, mas em 2023 aconteceu algo mais significativo que o normal. O Governo usou dinheiro da Segurança Social, da CGA e restante sub-sector do Estado para reduzir a dívida pública em mais de 12 mil milhões de euros!!!!!!
O efeito imediato nem é negativo, melhora o rating e os juros a pagarmos pelo stock de dívida (baixa o custo da nossa dívida), mas a dívida em si não desapareceu, continua na alçada do Estado, continuam a ser os contribuintes a responderem pela dívida!!!!
Só esperamos que no futuro não tenhamos "inteligentes" à frente dos destinos do país que insistam que não devíamos pagar a nossa dívida pública ou fazermos um perdão como fez a Grécia!!!!! Em vez de enveredarmos pelo caminho dos caloteiros, eu preferia que soubéssemos gastar melhor o dinheiro dos nossos impostos!!!!!!

E se havia dúvidas de que a historieta dos cofres cheios é totalmente falsa (contada pelo anterior governo), bastava ver a pirueta do actual governo, que promete um choque fiscal no IRS e afinal vamos ter trocos a somar ao que já estava previsto para 2024, que por acaso foi copiado pelo Costa em 2023!!!!!!

A notícia:

Medina financiou queda da dívida pública com dinheiro das pensões futuras

O forte investimento em obrigações do Tesouro pela CGA e pelo FEFSS em 2023 baixou a dívida pública e elevou o rating de Portugal, mas suscita dúvidas sobre o impacto no futuro dos pensionistas.

O ás de trunfo de Fernando Medina para baixar o rácio da dívida pública em 2023 para um nível histórico de 99,1% do PIB foi o dinheiro das pensões futuras dos portugueses. Através do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) e da Caixa Geral de Aposentações (CGA), foram investidos mais de 7,7 mil milhões de euros na aquisição de títulos de dívida da República, nomeadamente de obrigações do Tesouro.

Recorde-se que, segundo os últimos dados do Banco de Portugal, o stock da dívida pública registou uma queda de 9,3 mil milhões em 2023 face aos valores de 2022, atirando a dívida para cerca de 263 mil milhões de euros em dezembro do ano passado, o valor mais baixo desde junho de 2020.

Segundo contas do ECO, o FEFSS (fundo criado em 1989 para salvaguardar o cumprimento das responsabilidades do Sistema Previdencial quando este entrar em modo deficitário) detinha no final do ano passado 12,6 mil milhões de euros investidos em obrigações do Tesouro, mais 43% face a 2022, por conta da aquisição de 4,8 mil milhões de euros de obrigações do Tesouro em 2023, a que correspondeu um montante de subscrições líquidas (diferença entre compras e o somatório de vendas e amortizações) de 3,8 mil milhões de euros, de acordo com informação da tutela.

Já a CGA, que tem a seu cargo a gestão do regime de segurança social dos funcionários públicos e trabalhadores equiparados admitidos até ao final de 2005 em matéria de pensões, quase que duplicou as suas aplicações em títulos de dívida pública portuguesa de longo prazo em 2023 face a 2022, através da aplicação de 3,93 mil milhões de euros na compra de dívida nacional.

Segundo dados da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), a CGA passou de uma exposição em títulos de dívida da República de 4,36 mil milhões de euros em 2022 para 8,29 mil milhões de euros no final do ano passado. O aumento desta exposição foi garantido com a integração dos mais de 3 mil milhões de euros do fundo de pensões da Caixa Geral de Depósitos logo no início do ano – encaixe que se destina a pagar as responsabilidades futuras do Estado para com os aposentados da CGD.

Num relatório recentemente publicado sobre as condições do mercado, a dívida pública e a dívida externa até março, apresentado ao Parlamento, a UTAO refere ainda que a redução do valor nominal da dívida em 2023 resultou, em grande medida, pelo “facto de entidades em todos os subsectores públicos serem investidores em parcelas significativas de dívida pública portuguesa”, sublinhando que “este efeito subiu consideravelmente em 2023 (mais 12,1 mil milhões de euros do que no ano anterior).”

Por essa razão é que a UTAO classifica a diminuição da dívida pública em 2023 como “artificial”, porque “a responsabilidade de pagar a dívida mantida por entidades públicas continua a recair sobre os contribuintes”.

Isto sucede porque a dívida pública na ótica de Maastricht (utilizada no cálculo do rácio da dívida) é uma dívida consolidada, isto é, no seu apuramento são excluídas as parcelas detidas por unidades orgânicas no interior do perímetro das Administrações Públicas.
Usar o dinheiro das pensões para elevar o rating da dívida

De acordo com dados do Banco de Portugal e cálculos da UTAO, no final do ano passado, a dívida pública detida pelas Administrações Públicas sob a forma de títulos era de oito mil milhões de euros, cerca de 86% dos 9,3 mil milhões de euros da redução do stock da dívida pública.

“O impacto da detenção cruzada de dívida pública, entre unidades orgânicas das Administrações Públicas, no valor da dívida consolidada, foi substancialmente maior em 2023 do que no passado”, referem os técnicos da UTAO. “Isto tanto é verdade no que respeita a todos os instrumentos de dívida como no que respeita apenas aos instrumentos de dívida titulada.”

Continua.......

https://eco.sapo.pt/2024/04/17/medina-financiou-queda-da-divida-publica-com-dinheiro-das-pensoes-futuras/

Somos um país de chicos-espertos!!!!!
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: LM, CruzSilva

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Malagueta

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Re: Dívida Pública
« Responder #1 em: Fevereiro 04, 2025, 09:13:35 pm »
Dívida pública cai para 95,3% em 2024, abaixo da previsão do Governo

ttps://eco.sapo.pt/2025/02/03/divida-publica-cai-para-953-do-pib-em-2024-abaixo-da-previsao-do-governo/

inanças previam redução do rácio da dívida para 95,9% do PIB no final do ano passado. Afinal, caiu para 95,3%, o valor mais baixo desde junho de 2010, há 14 anos, revela o Banco de Portugal.

A dívida pública caiu para 95,3% do PIB no final do ano passado, abaixo das previsões do Governo, que apontavam para os 95,9%. Um melhor desempenho económico em 2024 ajudou a baixar o rácio para o valor mais baixo desde junho de 2010, há 14 anos.

As previsões das entidades oficiais variavam entre os 91,2% do Banco de Portugal e os 95,9% do Ministério das Finanças. A Comissão Europeia previa uma queda para os 95,7% e o FMI 94,4%.


Em termos absolutos, o endividamento subiu 8,8 mil milhões de euros em 2024, atingindo os 270,65 mil milhões em dezembro, de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal.

Ou seja, a redução do peso da dívida pública face ao PIB em 2,6 pontos percentuais em relação ao final de 2023 deveu-se fundamentalmente ao bom desempenho da economia no ano passado, que cresceu 1,9%, superando as estimativas do Executivo (1,8%), segundo revelou o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) na semana passada.

Para a subida do valor nominal do endividamento das administrações pública no ano passado contribuiu “em grande medida” o aumento dos títulos de dívida em 7,5 mil milhões de euros, especialmente de curto prazo (+5,9 mil milhões) e dos empréstimos (+1,4 mil milhões), explica o supervisor bancário.

Já as responsabilidades em depósitos reduziram-se 100 milhões de euros, devido sobretudo à diminuição dos certificados do Tesouro (-1,3 mil milhões de euros), que foi parcialmente compensada pelo crescimento dos certificados de aforro (700 milhões de euros).

O Banco de Portugal adianta ainda que os ativos em depósitos das administrações públicas aumentaram 1,9 mil milhões de euros em 2024. Assim, excluindo estes depósitos, a dívida pública observou um aumento de 6,9 mil milhões para 257,3 mil milhões.
 

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Re: Dívida Pública
« Responder #2 em: Setembro 24, 2025, 09:47:56 am »
Portugal coloca cinco mil milhões de euros em nova dívida. Paga juro de 4% a 30 anos

A beneficiar das revisões positivas ao rating da República, o IGCP realizou uma venda sindicada de obrigações do Tesouro a oito e 30 anos. A procura superou em mais de 16 vezes a oferta.



 Portugal financiou-se em cinco mil milhões de euros em nova dívida a oito e a 30 anos, por via de uma venda sindicada em que o país beneficiou do forte apetite dos investidores. No conjunto, a procura atingiu os 81 mil milhões de euros, um valor 16,2 vezes superior à oferta. Apesar disso, pagou mais na maturidade mais longa.

No caso das obrigações do Tesouro com prazo em 2054, tratou-se de  uma emissão de 1,5 mil milhões de euros. O “spread” fixou-se em 110 pontos-base em relação à taxa “midswap” do euro com a mesma maturidade – ligeiramente abaixo do “guidance” inicial –, tendo a “yield” ficado em 4,03%.

Em maio, o país tinha realizado igualmente uma venda sindicada de dívida a 30 anos, tendo nessa operação pagado um juro de 3,625% (que significava na altura um prémio de 115 pontos-base). Já em julho, tinha feito um leilão de obrigações a 27 anos com uma “yield” de 3,78%. Contudo, esta operação não é diretamente comparável já que as vendas sindicadas são habitualmente mais caras por serem desenhadas para montantes mais elevados.

“O ‘spread’ significativamente mais elevado na linha mais longa reflete os riscos acrescidos associados a prazos muito mais extensos, nomeadamente a maior sensibilidade às taxas de juro, às expectativas de inflação e ao risco acrescido”, justifica Paulo Monteiro Rosa, economista sénior do Banco Carregosa, num comentário à operação, lembrando que as obrigações de prazo muito longo, como as de 2054, “apresentam maior volatilidade e podem ter menor liquidez no mercado secundário”.

 O economista considera que, no conjunto, a operação permite ao Estado alongar o perfil da dívida pública a emissão de títulos a 30 anos, bem como “captar financiamento em condições competitivas no médio prazo, através do novo título a oito anos”. Neste caso, foram colocados 3,5 mil milhões de euros, com um prémio de 37 pontos-base acima da taxa “midswap” a oito anos pelo que o juro foi de 2,94%.

A procura pela dívida a 30 anos ficou acima de 35 mil milhões, mais de 23 vezes superior à oferta (dos quais 875 milhões correspondem a interesse dos coordenadores). Por títulos a oito anos, a procura superou os 46 mil milhões, ou seja, 13 vezes superior ao montante emitido, incluindo cerca de 1,85 mil milhões de euros de interesse dos bancos coordenadores.

Em mercado secundário, os juros da dívida pública portuguesa seguem a aliviar em toda a linha, a acompanhar a tendência europeia. No prazo benchmark, ou seja, a 10 anos, a “yield” nacional recua 0,9 pontos-base para 3,141%, enquanto a oito anos cede 0,8 pontos-base para 2,99%. Já no prazo mais longo, a 30 anos, o alívio é de 0,9 pontos-base para 4,010%.

“Esta operação confirma o bom momento da República Portuguesa no acesso aos mercados, beneficiando de uma procura robusta e diversificada”, refere Paulo Monteiro Rosa. “Foi muito significativa em ambas as maturidades, sinalizando forte apetite dos investidores pela dívida portuguesa”, aponta.

“Este interesse é sustentado pela trajetória favorável das contas públicas nacionais, antecipando-se um rácio da dívida pública abaixo dos 90% em 2026 e equilíbrios orçamentais. Acrescem ainda as sucessivas melhorias da notação de crédito atribuídas pelas principais agências internacionais, que têm facilitado o acesso do Estado português ao financiamento”, acrescenta o economista.

https://www.jornaldenegocios.pt/mercados/obrigacoes/detalhe/portugal-coloca-cinco-mil-milhoes-de-euros-em-nova-divida-paga-juro-de-4-a-30-anos